O despreparo da PM do DF (por Zeh Catalano)

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A partida entre Vasco e Corinthians expôs, graças a Deus sem vítimas graves, a existência de uma bomba relógio em Brasília: o completo despreparo da Polícia Militar de Brasília para prover segurança em um jogo de duas torcidas.

Não estive no jogo de domingo passado. Estive no Vasco x Flamengo, jogo no qual, apesar de os problemas já serem visíveis, nada aconteceu.

Contaminados pelo clima de paz, os responsáveis pelo policiamento acreditaram que todo jogo teria o mesmo clima de confraternização entre as torcidas. Frase do Comandante da PM: “(Nos próximos jogos) Veio pra brigar, vai assistir o jogo confinado pela PM”. Ou seja, este cidadão estava calmo, achando que as torcidas organizadas iriam se comportar como audiência de Theatro Municipal. Podia ter morrido gente! Clique aqui pra ver a reportagem do DF TV.

No Vasco x Flamengo, ao sair no anel interno no intervalo do jogo, vi um par de policiais, mulheres, armadas com pistolas, sem cacetete e com fardamento de policiamento de rua. Foi com polícia deste tipo que o pau cantou no domingo. Além da indumentária não ser própria pro tipo de serviço, é uma completa sandice ter policiais despreparados para tumultos de grandes proporções armados dentro de um estádio. No meio desse caos, um policial agredido (como vimos alguns na tv) pode sacar uma arma, ou pior, ser desarmado por um louco desses. As consequências podem ser imaginadas. Mas não pelo sr. Comandante da PM.

A polícia não tem um plano de separação das torcidas. Se tivesse, a invasão da torcida do Vasco por 10, 20, 50 corintianos seria facilmente contida. Ao contrário, a polícia só tenta tomar pulso da guerra quando as duas torcidas já se engalfinham e as famílias tentam se proteger da porrada.

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Saindo do jogo, certamente já de noite, o torcedor cai neste gigantesco pátio, antigamente usado como estacionamento do próprio estádio. Na foto, a construção retangular é o Centro de Convenções da cidade, do outro lado do Eixo Monumental (a principal avenida da cidade, o “corpo” do avião). Comparem o tamanho desse pátio com o estádio para terem uma noção da distância. Agora pasmem: como a foto mostra (nada mudou) olhem a quantidade de postes de iluminação em toda essa área. À noite, a única iluminação é a da avenida, a quase cem metros de distância. Então, você sai no meio de uma multidão, com torcidas misturadas, e é lançado numa penumbra na qual não se enxerga a fisionomia de uma pessoa a cinco passos de você. Tive MEDO no Vasco e Flamengo. Muita gente teve. Uns berrando, outros correndo, pessoas olhando assustadas. Pra vocês terem uma ideia, a luz mais forte em volta era um giroscópio de um carro de polícia, parado ao lado de dos policiais montados.

Nenhum dos jogos do Brasileiro disputados aqui até o momento valia grande coisa. Acreditem, infelizmente, o Mané Garrincha não está preparado para um jogo decisivo, de porte, que envolva algo importante. Vai dar merda grossa.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @ZeCatal

Foto 1: http://esportes.br.msn.com
Foto 2: http://copadomundo.uol.com.br

http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1184&idProduto=1216

2 Comments

  1. Pois é chefe, comentei sobre isso com amigos. Lá (aí), além de não estarem acostumados com grandes jogos, têm torcedor do Brasil inteiro, né não ? São muito mais clássicos. Os elefantes brancos tem que ser usados sim, mas de uma melhor forma.
    ST

  2. Catalano, a Globo e a nova ordem do futebol brasileiro também são co-responsáveis: querem impor algo que não pode ser imposto. É utopia querer que torcidas assistam jogos juntos naquele caldeirão de emoções!

    A Globo no jogo Flamengo x Grêmio fazia campanha discarada por isso! Tá aí o resultado!

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