O clássico didático, o G-4 e o VAR (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, eu confesso que andei quebrando a cabeça para tentar enxergar aonde estava o grande futebol jogado pelo Vasco. Todos os trecho de jogos que eu vi foram de um time que tem dificuldades de marcar, com pouca organização tática e pouca ofensividade.

Mas aí tem  aquela coisa da análise de resultado, em que o resultado, por si só, é a análise. E deu-se que o Vasco chegou até mesmo a liderar o campeonato. Chega, inclusive, a ser curioso que o Vasco esteja no G-4 e ainda na nossa frente, com um jogo a menos.

Se, porém, você tentar analisar o papel de Fluminense e Vasco no Brasileiro com base na tabela de classificação, corre o risco de contar uma história sem pé nem cabeça. E para comprovar isso, basta rever o jogo de sábado.

O Fluminense teve controle quase que absoluto do jogo e passou o segundo tempo inteiro praticamente sem ser molestado, até que os dois técnicos começassem a fazer substituições. As do Fluminense quebraram a organização da equipe e as do vasco conferiram-lhes ofensividade.

Mas foi justamente quando o Vasco começava a crescer no jogo que o Fluminense construiu uma jogada de contra-ataque que, ironicamente, teve em Ganso e Fred dois dos protagonistas. Ganso recebeu a bola já no campo de ataque e Fred correu livre à sua direita. Ganso deu o passe diagonal óbvio para Fred, que teve tempo de ajeitar e de fora da área mandar um tijolo, no ângulo direito.

Aliás, vitória construída com dois arremates de fora da área. No primeiro tempo, Dodi marcou um golaço aos dois minutos do primeiro tempo. Aliás, um gol que acabou fazendo com que o jogo fosse, em muitos momentos, monótono. Principalmente porque faltou ao Fluminense mais apetite para ir atrás de uma vitória tranquila.

A impressão que eu tenho é que nós temos dois times. Um Fluminense é produto de quando a bola passa pelos pés de Michel Araujo. A jogada sai vertical, em velocidade e termina com alguém em condições de finalizar.

Outra coisa é quando a jogada passa pelos pés de Nenê. Em seus piores momentos, Nenê prende a bola até ser desarmado ou conclui a jogada de forma inadequada, como um chute que deu na lua no segundo tempo, depois de ter sido chamado atenção por Odair na primeira etapa ao prender uma bola no campo de ataque, atrair a marcação e acabar desarmado.

Nenê tem muitos recursos técnicos, mas precisa ser condicionado, porque às vezes esquece que está jogando uma partida de campeonato e parece estar disputando a pelada  de fim de semana dos amigos do trabalho. E o problema é que, por ser o capitão do time, acaba incentivando essa atitude nos outros jogadores, que muitas vezes abusam de pentear a bola.

Aliás, o gol do Vasco saiu de uma troca de passes totalmente equivocada, com toques para o lado, que poderiam ser para a frente, até deixar nosso atleta encurralado na linha lateral, situação que originou o desarme e o gol do Vasco. Odair precisa ficar atento a isso.

Tirando esses problemas, o Fluminense está num estágio tático, técnico e conceitual muito á frente do Vasco. O clássico trouxe uma boa surpresa, que foi Egídio jogando boa partida, sem os erros de sempre. Marcos Paulo, mesmo sem mudar o posicionamento em campo, também foi mais útil. Até Wellington, que não justificava suas entradas em campo no decorrer do jogo, dessa vez acertou quase tudo.

Eu acho só que está faltando um pouco mais de ambição nas partidas. Está faltando o time ter gosto pelas redes adversárias. Temos o Atlético GO na quarta-feira. É o adversário perfeito para obtermos uma vitória divertida e contundente, que pode nos levar até para a vice-liderança, porque no G-4 nós já estamos.

A questão é saber se o G-4 é nosso lugar na classificação. O do Vasco  definitivamente não é. Quanto ao Fluminense, precisaremos de tempo para encontrar uma resposta minimamente segura, porque nós já estamos carecas de ver o Fluminense prometer campeonatos grandiosos e no final  acabarmos o ano lutando contra o rebaixamento.

Porque se pegarmos o elenco atual e o trabalho que vem sendo feito, a gente pode até sonhar com o pentacampeonato. Depende do trabalho evoluir e de Odair conseguir encontrar e recuperar algumas peças dentro do elenco. Depende de  Odair não ser pressionado a colocar Fred de titular e estragar o que o time tem hoje de intensidade e competitividade. Depende de saber quem será vendido no decorrer da temporada.

Mas a verdade é que esse Fluminense não sugere, mesmo perdendo peças, uma luta na parte de baixo da tabela. É um time organizado, que alterna maior ou menor intensidade ao longo do jogo, que tem jogadores capazes de decidir partidas, se organiza bem a partir do meio de campo e tem quase um time completo de ótimos zagueiros.

O que mais um time precisa para brilhar?

Temos na sequência: Atlético GO, São Paulo, Flamengo e Corinthians. Acho que Atlético e Corinthians são baba. Contra o São Paulo, pode valer a disputa da vice-liderança e o  time do Fluminense está à frente em termos de performance.

O problema é o Flamengo, mas não é só o time. Quem se deu o trabalho de assistir Santos e Flamengo ontem deve ter tido vontade de juntar seus panos e se mandar para Portugal. O Santos começou o jogo encurralando o Flamengo, fez dois gols legalíssimos, que foram anulados pelo VAR depois de quase cinco minutos de interrupção para cada avaliação, prova inconteste de que eles não tinham nada para marcar. Pararam o jogo para procurar algum pretexto para anular os gols.  No primeiro gol o atacante que recebeu o cruzamento estava na linha da bola. No segundo, o pessoal da Globo gastou todas as técnicas de ilusionismo para provar que o cara estava impedido na hora da cobrança.

Só tolo mesmo para acreditar que essa briga é briga mesmo, tá ok?

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

1 Comments

  1. Bem-vindo de volta aos comentários ! Vc é O MELHOR ANALISTA que tenho lido. Que o Deus Todo-poderoso continue a obra de conforto e consolo de vc e toda a sua FAMÍLIA. E que o nosso Fluminense continue a nos trazer estas pequenas Alegrias que nos ajudam a enfrentar as dificuldades e tristezas da vida. E que esta nossa direção do futebol renove logo com o Dodi e o Marcos Paulo, já que vão vender o goleiro promissor de 17 anos. ST !

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