Nem besta, nem bestial (por Paulo-Roberto Andel)

Vamos lá: desde a mais recente derrota do Fluminense, surgiu a mais nova polarização na torcida, e até na crítica esportiva, sobre o momento de Fernando Diniz como treinador do time. Para muitos, perdeu o encanto e arrebentou a carroça com fanfarronice. Para muitos, há um exagero nisso e não merece as críticas. Para o PEU (Partido do Eu Sozinho), nem uma coisa nem outra.

Quando apostou em Diniz, a escolha do Flu era óbvia: alguém que já pertencera ao métier tricolor, com alguma experiência em trabalhar com grupos sem estrelas e, claro, a custo mais baixo do que medalhões. Só que ainda iniciando a carreira mesmo.

Planejamento: é só olhar quem já jogou, as escalações do banco de reservas, quem já saiu e quem já voltou.

Diniz é uma aposta. Já conseguiu imprimir sua marca em times de estilo bonito no campo. Não teve tempo para colher os frutos. Bom, às vezes se enrolou também. O grande barato é que, do seu jeito, aos poucos vem – ou vinha – tentando tirar o Fluminense desse marasmo do futebol brasileiro, onde encher o meio de campo de brucutus é uma “postura” para depois colocar a “marcação alta” e outras bobajadas gourmetizadas. No Cariocão tão desprezado funcionou.

Justamente quando o Flu tem seu plano de voo ampliado com a Copa do Brasil e o Brasileirão, por mais de um fator, eis que Diniz cai na mesmice e resolve uma “criação” do Fluminense com três volantes e um quarto homem que não tem no passe um mérito na carreira. Resultado: derrotas, apedrejamento e uma situação difícil, porque ninguém em sã consciência acha que será fácil bater o Grêmio na Arena neste domingo.

Há motivo para desespero? Não. Para preocupação? Sim. Há quem tenha visto qualidade técnica nas derrotas? Sim. Fica tudo ao gosto do cliente: foi um pau a pau contra o Santos ou ficamos perto de tomar uma goleada? Talvez pouca gente discorde que o melhor homem do Fluminense em campo foi o (contestado) goleiro Rodolfo, com pelo menos três defesas incríveis.

É preciso ter cuidado neste momento para não se politizar o momento do Fluminense (a um mês de sua mais patética e enganosa eleição, contando até aqui com os atores de sempre). E tirar paciência de onde não se tem. Ok, Diniz merece respeito e já fez o Flu jogar boas partidas esse ano. Mas não nos deixemos cair em tentação de confundir paciência com indiferença. Às vezes muita gente se esquece de que somos grandes demais para achar uma sequência de derrotas como algo normal e tranquilo. Tem cobrança.

Resumindo: deixem o homem trabalhar, mas não deixem de lembrá-lo onde ele trabalha.

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O tema maldito volta e meia está no meu WhatsApp ou inbox: e a política do Fluminense?

Até antes do circo eleitoral de junho prometo escrever uma só vez a respeito disso. Mas quem acompanha o meu trabalho por aqui sabe muito bem o que eu penso.

E, sinceramente, dado o quadro eleitoral hoje desenhado no Fluminense, minha esperança em dias melhores é nula.

Por mais que respeite todas as candidaturas já anunciadas, por diversos fatores, nenhuma delas tem condições de tirar o Flu da draga em que se encontra. Salvo honrosas exceções pontuais, é mais do mesmo no velho jogo da panelinha.

Já foi aberta a temporada de caça ao respeito, com as nanocelebridades da internet em busca de fama, cargos e boquinhas. Um espetáculo deprimente. Não duvido de que alguns destes personagens grotescos defendam a Terra plana.

O TRICOLOR – informação relevante

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade

1 Comments

  1. Andel, concordo 100% com vc. Tolerância e vigilância, isso aqui ainda é Fluminense. Apoio o Diniz mas me mantenho com um pé atrás. Espero que ele enxergue alguns erros cometidos. Quanto às eleições, na minha opinião, serão anuladas na justiça, as condições que permitem que ocorra, violaram o estatuto. Muitos falam no PA como solução, mas sem apoio de gente endinheirada, ele nada poderá fazer. E ele nem quer concorrer, acredito eu, por saber que a eleição será anulada. ST.

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