Não sei se isso acontece com qualquer clube, mas, quando o Fluminense decide entrar em crise, entra sem dó. Além do sofrimento dos jogos, da sequência de maus resultados, outros fatores contribuem para deixar os tricolores no volume máximo do pessimismo.

Não bastasse a crise financeira, as eliminações/perdas das disputas no Campeonato Carioca, na Libertadores e, agora, na Copa do Brasil, o baixo rendimento de várias peças importantes, que levaram o time aos recentes títulos, a bruxa resolve visitar as Laranjeiras com mais constância e pegar quem menos devia. O cara da vez foi Fred. Três meses de estaleiro. Requintes de crueldade. Inclusive, colocou a Copa do Mundo do artilheiro em risco. Ainda tem o Jean, que vai ficar fora mais alguns jogos. E o Diguinho? Não sei se a ausência da imitação barata de surfista é desfalque ou reforço. Até o Cavallieri, que vinha salvando o time, resolveu falhar no sábado à noite.

Mas deixemos o que não tem remédio e vamos ver o que temos em mãos. Melhor, o que o Luxemburgo, o Alquimista, tem. Não há pistas, até este momento, de quem será escalado na frente. Chute meu: Samuel e Rafael Sóbis.

Recentemente, alguém falou que o Sóbis rende melhor quando o Fred não está em campo. Fiquei cético, mas, pensando bem, é possível. Agora, com o artilheiro fora, testaremos, à exaustão, essa teoria. Tomara que esteja certa, pelo menos até o fim do ano, porque o “roqueiro-popstar” da camisa 23 não vem jogando bem.

Samuel deve ser o escolhido para formar a dupla de frente. Geralmente, quando entra, corre por todos os lados, mas com pouca efetividade. Sem o Fred, Samuel pode ficar mais na área e deixar que Rafael Sóbis volte para auxiliar na armação e, também, procure os lados do campo.

Lá em BH, na Toca da Raposa, o Alquimista resolveu, nos treinamentos, fechar os portões para que ninguém descubra o que ele está colocando dentro do caldeirão da poção mágica. Então, dessas experimentações pré-jogo pode sair alguma surpresa que vai deixar todos de queixo caído. Aliás, com qualquer resultado: para o bem, afinal, conseguiria um bom resultado em pleno Horto, ou para o mal, pois seria o queixo do próprio técnico que iria para o chão.

Hoje, o time entra em campo para enfrentar nada mais, nada menos que o campeão sul-americano. No entanto, o Atlético não está muito interessado neste Brasileiro, logo, pode ser uma boa oportunidade para tirar o pé da lama. Para isso, o grupo tem que lutar mais e se entregar menos aos reveses. O desânimo tem tomado conta da moçada. Não me parece ser dentro das quatro linhas a única fonte dos problemas, mas o começo da reação pode, sim, vir do campo.

Além de Igor Julião, Ronan, William, Kennedy, Eduardo e Robert está indo para o front. Tenho um sentimento dúbio com relação à utilização em massa da garotada em momentos de crise. Por um lado, não fugindo do clichê futebolístico, fico apreensivo com a possibilidade de queimar um bom valor. Por outro, lembro-me de Maicon e Alan em 2009. Os dois foram fundamentais para que o time tivesse aquela reação heroica. Quem sabe esses meninos não recoloquem as coisas nos trilhos?

Não custa sonhar…

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Pré-revisão: Rosa Jácome

Imagem: http://en.wikipedia.org

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