Muito obrigado, Alexandre! (por Paulo-Roberto Andel)

A terça-feira ainda pulsa. Neste sábado tem clássico, é jogo sério, mas a terça-feira ainda pulsa.

Já disse e repito: um jogo nunca é apenas um jogo. Há muitos jogos num só. Se prestarmos atenção, acabamos por encontrar passado e presente em pontos coincidentes.

Nem Deus sabe da minha dor, mas o Maracanã é minha morfina. Então nos encontramos e nos abraçamos no jogo. Eu, Edgard, Marcelo, Gustavão, OLJ, Beto “Angus Young” Meyer e tal. Depois pude dar outro abraço no Cacá, já na entrada do metrô. E aí, depois daquele grande jogo, na máquina de cartões, acabou o efeito da morfina e voltei à realidade.

Passei pela catraca, desci a escada e então conheci um velho amigo, o Alexandre. Eu não o conhecia, mas ele era um velho amigo porque acompanha o meu trabalho desde antes dos anos 2010, e lá se vai tempo demais. E em cinco minutos, depois do êxtase da vitória, já éramos velhos amigos, conversando das coisas que vimos lá longe e sentimos até hoje. E o mais legal de tudo: ele estava com seu amigo de infância (e peço desculpas por não lembrar do nome). Sabe o que é poder passar dos cinquenta anos de idade e ter um amigo de infância junto no Maracanã? Um tesouro.

Os dois simpaticíssimos e gentis, gente boa que você fala um minuto e já recebe a energia boa da empatia. Do Maracanã até a Carioca falamos de montão. Eu saltei errado, me distraí, eles seguiram para Botafogo. Distraído, não passei o WhatsApp. Tomara que eles leiam aqui e façam contato.

Minutos depois, eu andava sozinho pela Rio Branco deserta, uma furada, mas consegui um táxi na Araújo Porto Alegre. O motorista, rubro-negro, estava encantado com o Fluzão.

Nestes anos todos, não posso reclamar: por conta deste trabalho, o Fluminense já me proporcionou muitos amigos e momentos espetaculares. Sim, inimigos também, mas praticamente todos por simples inveja. Vá entender… Mas toda vez que alguém me cumprimenta por causa do PANORAMA isso me dá uma alegria enorme, como se fosse a primeira vez que acontecesse.

Há quem escreva, “lacre” ou “cause” por causa de dinheiro, fama ou auto afirmação. Há quem quase implore para ser reconhecido na Sul. Cada um com sua mania. Eu, não: escrevo para me sentir vivo, para que ao menos uma única pessoa se sinta bem com minhas palavras e, quando isso acontece, me dá uma felicidade enorme. Escrevo para às vezes ganhar um abraço no Maracanã – elogio na internet já tem demais.

Alexandre, muito obrigado por tudo. Pela generosidade, pela simpatia e por poder saber que, ao lado de garotos como você, eu fui um garoto muito feliz no maior estádio do mundo. Muito obrigado pela força e palavras. Obrigado pela empatia. Quando puder, mande uma mensagem. Vai ser um barato comer uma pizza com vocês depois de um jogo. Apareça, mesmo.

3 Comments

  1. O MARACANÃ A QUEM DEDICARA TARDES INTEIRAS E ATÉ AOS OITO E SOB AQUELE SILÊNCIO SEPULCRAL A ECOAR O QUADRO MÓVEL DA INOLVIDÁVEL A.D.E.G. DO CICERONE E DIPLOMATA ABELARD FRANÇA DA FEDERAÇÃO DO CABIDE OTÁVIO PINTO GUIMARÃES FÔRA ACOLHEDOR E CIVILIZADO QUANDO AS MARQUISES MONUMENTAIS TRANSFORMADAS EM CAMAS ACOLHERA AQUELA MULTIDÃO INSUPERÁVEL RECORDE AO FLA 0 X 0 FLU DECIDIDO EM 1963 A FAVOR DA VANTAGEM DO EMPATE QUE LEVAVA O REBENTO REBELDE E DIRIA CONCLUSÃO INFELIZ DO ESCURINHO ANTE UM MARCIAL SOLITÁRIO AO CREPÚSCULO…210.000 CONTABILIZANDO AOS CARONAS DA BÔCA DE ESPERA…

  2. Sensacional o relato,que comprova mais uma vez, que o futebol é gigante, muito mais do que somente 22 jogadores, buscando o objetivo, vitória. Podemos até, retirar aqui a $upervalorização desnecessária, mas não podemos esconder que o futebol nos trás isso, amigos, sorrisos e abraços no choro, ídolos, decepções mas acima de tudo, trás essa herança genética, que no nosso caso é tricolor e pinta nossos corações pra nunca mais apagarem. Adorei! Q venha a pizza

  3. Sensacional poder descobrir que as vezes a gente influencia positivamente na vida de alguém, nem que seja indiretamente e de longe.
    Em tempos de ódio, é um baita lenitivo para as dores ver um sorriso no rosto de alguém, e saber que foi você que proporcionou.

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