Muito mais do que uma derrota (por Paulo-Roberto Andel)

Vamos descontar Arias e Cano, que sempre lutam mesmo quando não estão nos seus melhores dias.

Vamos descontar Fábio, que fez mais um partidaço, e é único responsável pelo Fluminense não ter tomado uma goleada estrondosa neste sábado.

Alguns sinais já davam pinta do que viria.

Atuações mofadas desde o ano passado, suavizadas pelo resultadismo.

Bravatas de um auxiliar técnico que mais parece uma boca de latrina.

Soberba, empáfia, oba oba.

Resultado: o Fluminense foi amassado feito paçoca pelo Flamengo. Diante do que poderia ter acontecido, estou até aliviado. Podiam ter feito seis ou oito. Ficou muito barato.

É impossível reverter o resultado? Não.

Mas é muito difícil.

O Flu de agora não é o de um ano atrás.

Cada vez mais despreza seus jovens em prol de um bando de veteranos lentos que se revezam nas substituições. E mais uma vez: o problema não é etarismo, mas reconhecer que faltam arranque e velocidade para encarar grandes equipes na hora H.

Não adianta dar explicações como a que o futebol mudou, de que tem cinco substituições etc se a maioria dos jogadores é lenta, porque 90 minutos em ritmo alucinante ali quase ninguém aguenta.

Eis o grande problema. Hoje o Fluminense joga em slow motion, quase como num desfile sessentista – e quando o adversário pressiona, já sabendo que, em nome da filosofia, podemos ficar um tempo inteiro tocando bola perto da nossa grande área, simplesmente não jogamos. Alguma semelhança com o clássico disputado horas atrás?

Deu contra a LDU, fraquíssima. Não dá para contar com isso pelo resto do ano. Que legal vencermos os caras, é um troféu importante, agora ninguém sensato deve questionar a fragilidade dos equatorianos – demoramos a fazer os gols muito mais pelas nossas deficiências do que pelas qualidades deles.

Estamos parados em novembro de 2023. Já se passaram quatro meses.

O Fluminense de hoje, ontem, neste sábado, foi um time de chiliquentos, à imagem de sua comissão técnica frequentemente expulsa. Felipe Melo e Ganso dando chiliques contra torcedores, o presidente do clube dando chilique na tribuna, Marcelo dando chilique em entrevistas, influenciadores e aves exóticas se descabelando em busca de likes…

Falta equilíbrio, maturidade, logo num clube que tem ganhado títulos. Incrível.

É bom que se diga: nada está definitivamente perdido, mas ficou muito difícil. Tem que mudar muita coisa nesta semana para o Fluminense disputar o tricampeonato carioca.

Dificuldades e perrengues são do futebol, o problema é quando a soberba parece ser a regra prioritária.

Vamos ver o que faz o “Cruyff das Laranjeiras” nos próximos dias. Uma coisa é certa: precisamos de menos pitis fora das quatro linhas e mais eficiência em campo…

Não se trata de terra arrasada, mas de um péssimo resultado.

Diniz tem seu valor sim. Está na galeria dos campeões do clube. Agora, está em sua conta sim a péssima atuação de ontem.

Ele só precisa retornar ao planeta Terra, deixar a arrogância de lado e parar de dar ouvidos a patetas feito esse Eduardo Barros.

E parte da torcida só precisa entender que um campeão tricolor, seja jogador, treinador ou dirigente, pode ser criticado sim. Chega desse fascismo estúpido (redundância) onde não se pode criticar quem está mal num dia ou até em vários.

Na verdade, o treinador tricolor precisa apenas de um único amigo, amigo de verdade, que lhe puxe para o canto – sem chiliques – e lhe diga: “Meu amigo, você tem ideias admiráveis, já foi campeão, já mostrou seu talento, mas o que esta fazendo neste exato momento é uma merda. Sugiro que reveja seus conceitos e certezas”.

5 Comments

  1. Perfeita análise. Há muito tempo o Diniz está afundando o time com essa gestão de vestiário, leia-se panela e preterindo jogadores que entram no segundo tempo e aumentam o nível do time. Acho difícil virar, impossível não, mas também acho difícil o treinador mudar suas convicções.

  2. Andel, GANSO e Renato Augusto, com todo potencial técnico, já não conseguem mais competir, Martineli ontem ficou sobrecarregado, enquanto isso Yago brilha no N. Iguacu. É preciso mesclar, coisa que só existe na retórica mas não na prática.ST…

  3. Perfeitas as observações, meu caro Andel! E como disse o Gugu Tricolor, 99,99% dos tricolores, ao verem a escalação inicial, sabiam que ia dar merda.

    Diniz tem que fazer o feijão com arroz, parar de inventar. Assim, talvez tenhamos ainda alguma chance.

  4. REDUTO ASSOMBROSO NO CUMO DA LAVAGEM DE DINHEIROS DEIXA A CITY LONDRINA NÃO ESPANTAR – NOS QUANTO A POSSUIR NA LONDRES DA VELHA E LENDÁRIA ALBION O MELHOR FUTEBOL A ASSISTIR NA PREMIER LEAGUE QUE ALCANÇA QUASE 70 % DE ESTRANGEIROS NO MES QUE MARCA OS 45 ANOS DA ABERTURA DO MERCADO E A NÓS NO BRASIL DESORGANIZA SOB MAMOM UM FUTEBOL BRASILEIRO PROTAGONISTA HEGEMONICO OUTRORA MAS COMO SE VEJA NO ÁTIMO ELE O DINIZ LAUREADO NA LIBERTADORES E NA RECOPA COROLÁRIO UM TRAPALHÃO NO ESTADUAL DO RIO ONDE DESRESPEITA COM ESSES EXPERIMENTOS EXÓTICOS E EXTRAVAGANTES A CAMISA TRICOLOR E EU DESEJO ENTÃO QUE ELE VÁ PRA TONGA DA MILONGA DO CABULETÊ POIS EU QUERO É GANHAR E GANHAR E GANHAR E GANHAR E ADEMAIS DE QUEBRA O DINIZ ESSE QUE DEVESSE EXPERIMENTAR É NO TREINO E APRENDER COM O LENDÁRIO DIDI FOLHA SECA QUE TREINO É TREINO E JOGO É JOGO E ASSIM COM SUA LENIENCIA E DESLEIXO E DESTEMPERO NA EXALTAÇÃO…

  5. Perfeito. Flu hoje é lento, previsível nas suas ações e sem nenhum poder de marcação. Presa fácil.

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