Em time que está ganhando não se mexe (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, em time que está ganhando não se mexe? Mexe-se, sim, se para melhorar.

Eu só não consegui entender qual foi o aprimoramento com a troca de Ganso pelo Nenê. Parece-me mais uma troca política.

Só que no momento em que estamos passando, se há algo que não pode acontecer é uma decisão política.

Faltavam sete jogos para nos livrarmos do rebaixamento. Vínhamos de duas boas exibições, 4 pontos e boas possibilidades de nos mantermos fora do Z-e.

Por que a mudança, Marcão?

Como é melhor que Inter, apesar da mudança, mas não tenha matado um ataque de Fluminense e ligando um contragolpe ao Inter, apesar de um bom arremate, que deixou a mão de Lomba queimando.

Nada que justifique uma mudança nessa altura dos acontecimentos, a colocação no campo apenas do jogador que, em virtude da saída, ou o Fluminense exibirá o melhor futebol desde uma saída de Fernando Diniz.

Para piorar a situação, tivemos hoje uma combinação sádica, do qual parecíamos livres. Nosso goleiro falhou no primeiro gol do Inter e no VAR, de forma indevida, interferiu em uma lança em que o árbitro havia indicado, acertadamente, um toque de mão.

Falha de Muriel e VAR, mais uma vez cruzando nosso caminho, montou uma vantagem de 2 a 0 para o Inter.

O Inter não recebe segundo tempo para não deixar o Fluminense jogar. O Fluminense conseguiu o domínio, uma bola que não existe no campo do Inter, mas que as oportunidades não aparecem.

Marcão tira Nenê, coloca Nem. Já funcionara antes. Tira Yuri, que ainda não tinha função em campo, e coloca Lucão, que ainda não disse que veio. Nada de Ganso.

O Inter collabora, delivery or contragolpe, Nem recebe mano mano com Moledo e faz lembrar nem Nem aprendemos a amar. Entorta o adversário e bate na saída do goleiro. O Fluminense quase empata na sequência, mas a fusão acaba aqui.

O Fluminense vira uma bagunça e não consegue mais criar. Melhor para o Inter, que tem uma dificuldade incrível para criar jogadas, mas com espaços aparecendo, então não fez o terceiro porque Muriel fez defesa cinematográfica, coisas que você sai do estádio e paga outro ingresso.

Espero que o nosso Muriel seja esse da defesa cinematográfica e não o da falha bisonha, que abriu o caminho para a vitória do Inter.

Só que Marcão não errou apenas na escalação de Nenê. O time entrou em campo indeciso entre marcar pressão e atrair o Inter. Ninguém conseguia entender o que o Fluminense queria, de modo que jogamos descompactados, sem, em nenhum momento, conseguirmos dobrar ou triplicar a marcação sobre os jogadores do Inter.

Com a falta de coordenação, os jogadores do Inter conseguiam receber a bola nas imediações da nossa área sem receber a pressão de nossos marcadores. Estou falando, efetivamente, do primeiro tempo.

Não adiantou termos Yuri se nossas linhas estavam espaçadas. Quando o Inter percebeu a desarticulação entre nossas linhas, passou a jogar com as linhas avançadas e desarticulou nosso jogo de vez, usando o jogo físico para chegar aos gols.

Até os cegos sabem que para enfrentar um time do Zé Ricardo você tem que jogar com marcação em bloco médio baixo. Ou seja, marcando do volante para trás, mas com a zaga adiantada, para tirar a possibilidade do passe longo por entre as linhas.

Pois o Inter se fez em cima disso e dos erros recorrentes de passe no nosso campo de ataque, com as linhas avançadas e descompactadas.

Eu espero que tenha sido o último erro, pois podemos terminar a rodada novamente no Z-4. Já fomos ultrapassados pelo Cruzeiro, que pega uma barbada na próxima rodada, e podemos ser ultrapassados pelo Botafogo, que pega o generoso Avaí amanhã.

Ou seja, temos tudo para ir parar na zona de rebaixamento ao final da rodada. Temos um jogo enjoado com o Atlético MG e precisamos transformar o Maracanã num inferno, um lugar em que nem a mais formidável formação de todos os tempos teria coragem de atuar.

A torcida do Fluminense sabe interferir no rumo das batalhas como nenhuma outra. E é disso que precisaremos contra o Atlético, porque é vencer ou vencer. Não pode haver tolerância, condescendência ou  piedade. Temos que massacrar no campo e na arquibancada.

Que Marcão não me invente mais nada. Jogar contra o Atlético é organização. Não adianta ir desesperado para cima deles, que o time deles é rápido. É compactar o time e aderir a marcação a cada fase do jogo. Tem que judiar, cercar, acoçar, reduzir os espaços.

Se o Fluminense jogar tudo aberto, como hoje, vamos dar um passo gigante para o rebaixamento.

Galera, todo mundo no Maraca. Meus dois ingressos já estão reservados.

O Fluminense somos nós.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

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