Meio termo (por Crys Bruno)

penseoudance31

Oi, pessoal.

Em até que ponto o principal jogador do time, Fred, influencia nas contratações e dispensas no Fluminense atualmente? É verdadeira a acusação do presidente do Madureira, Elias Duba, que nosso vice-presidente de futebol tem participação nos contratos de atletas? 

Se as respostas à essas duas supostas questões forem a de que Fred é consultado pela direção, sim, e que Mário Bittencourt tem sua participação ou comissão em venda de alguns atletas, algo não incomum no nosso futebol, infelizmente, a perspectiva para 2016 é brochante. 

Entendo a influência do camisa 9, entendo a direção consultá-lo, mas ele participar das decisões seria absurdo: um elenco não funciona bem na longa e desgastante temporada sabendo que um companheiro de time tem peso de chefe, demite e contrata. Nem elenco, nem técnico algum.

Me incomodou muito o diretor Fernando de Simone afirmar que iria procurar Fred – e o grupo – para “explicar” sobre a participação de Ronaldinho Gaúcho na Florida Cup, por exemplo. Explicar? Por quê? Que estranho.  

Não entenderia a escolha do Mário em participar de contratos, agenciar jogador. Acharia uma falta de inteligência tamanha do potencial futuro presidente do clube arriscar sua credibilidade e, portanto, prestígio e, portanto, poder, em troca de meia dúzia de merrecas. Sendo verdade, seria dramaticamente grave e insustentável, emudecendo sua voz de comando.

Justamemte por não acreditar que o Fluminense esteja sendo administrado por irresponsáveis e, sim, por dedicados gestores, vamos à montagem do elenco que no ano passado foi, ao lado da contratação de Drubscky, o maior equívoco da direção…

Uma boa montagem no elenco para 2016 passa, necessariamente, pela dispensa de vários dos que estão lá. Já li que Henrique e Antônio Carlos não permanecerão, por exemplo, mas espero que a barca seja “reforçada” ao menos por Victor Oliveira, Breno Lopes, Renato, Pierre (para que tantos volantes?!), Lucas Gomes e Wellington Paulista.

Outro que já confirmou a saída, cheia de “disse-me-disse”, foi o meia Vinícius. Para seu lugar, conforme palavras do presidente Peter, em entrevista ao portal do Globoesporte, ontem à tarde, o clube quer trazer Diego Souza.

Para o futebol praticado hoje no país, Diego Souza seria um boa contratação. Ele tem bom passe vertical e é bom nos chutes, chega bem ao ataque como um ponta de lança. É meio nervosinho e precisa ser lembrado que não estará jogando no Flamengo nem Grêmio para evitar cartões.  

Outro da posição do Vinícius foi anunciado oficialmente: trata-se de Felipe Amorim, que teve boa passagem na surpreendente campanha que classificou o América-MG à série A. Assisti alguns jogos dele e o achei liso, com muito boa chegada e apoio ao ataque. Como o Diego Souza. Se não sentir a pressão de clube grande, poderá ser bem útil.

A grande questão é: por que não desenvolver o Robert no time? Por que um rapaz como ele, “de altíssimo nível, altíssima qualidade”, segundo palavras do nosso Vice-Presidente de futebol, e, portanto, um jogador que não precisa “rodar e voltar”, já habituado com nosso clube e camisa, será posto no mercado em vez de ser aproveitado no time principal? Deveria ser o escolhido para herdar o espaço dado ao Gerson, aliás.

Eu não entendo e, nessa, acabo inclinada a concordar com aqueles que criticam a direção por priorizar um Fluminense como um escritório de brokers, não um formador de atletas para o time profissional, mas mero fornecedor dos mesmos para o mercado. 

E como torcedora apaixonada, sócia futebol e maluca, peço à direção, com ou sem “os votos do Fred”, um meio termo porque a prioridade deve ser sempre a de montar um time forte que brigue pelos primeiros lugares – e 2015 mostrou à atual gestão que não se trata mais de ter vários craques para isso nem uma folha salarial milionária -, ainda mais um Fluminense que tem um trabalho muito bom na base, que podemos contar, com uma qualidade que só o Santos e o Internacional têm como nós. Mas não os vejo emprestando seus Roberts.

::TOQUES RÁPIDOS::

– Michael e sua, provável, última chance. Embora eu não seja fã do futebol e estilo dele, puxa vida, estou numa baita torcida para que se recupere e seja muito feliz. Futebol português, aliás, gosta muito de centroavantes como ele, que lá chamam de “pinheiros”.
 
– Outro a quem desejo sucesso é Vinícius que falou com o repórter do NetFlu, Paulo Brito, em matéria publicada na última segunda-feira. Na entrevista, afirma que rompeu com o Francis Melo, agente de Fred e um dos empresários com forte influência no futebol tricolor, falando que houve alguns mal-entendidos. Uma pena. Mas…

– Samuel, “o raro”, voltou! Antes ele do que ver Hernane Brocador com a camisa mais bonita do mundo! 

Então, pessoal, até semana que vem, quando comentarei a filosofia de jogo do Eduardo Baptista e deixar a todos votos de boas festas.

Abraços.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @CrysBrunoFlu

assis 1984 montagem

 

7 Comments

  1. Eu juro que respondi vcs. Minha wifi me derrubou? Bem, amanhã farei de novo caso não entre. Desculpem-me a demora Vera e Milonte

  2. Sugiro uma olhada no post do Dedé para o Blog do Torcedor do Fluminense (Globoesporte.com).
    Uma boa sugestão para profissionalisar o scout tricolor e evitar este monte de jogadores medíocres que contratamos este ano.
    Pode também diminuir o risco de fazer bobagens em 2016, como esta do Robert.
    Vamos nos fazer ouvir pelos mandatários atuais e eventuais candidatos?
    Que tal uma mesa redonda no clube?
    Chega de incompetência no Flu.
    Saudações Tricolores
    Guilherme

    1. Oi, Guilherme! Então, também sou leitora assídua do Gustavo e, por tabela, do Dedé, rs. Ambos me inspiram bastante. Sobre como nos fazer ouvir, eu tenho 2 impressões: 1°, é impossível administrar um clube de futebol desprezando o torcedor da instituição. para que os mandatários não delirem com o poder que têm, devemos trazê-los sempre q possível à real!

      Por isso, creio e aposto, num engajamento e união maiores da nossa torcida que, a meu ver, é tb um fiscalizador, além da alma, vida do clube

  3. Cris,
    Sou um de seus 12 leitores assíduos.
    Adoro o equilíbrio que vc tem ao comentar sobre o nosso Flu.
    Sou sócio patrimonial e sócio torcedor.
    Desde agora estou mirando as eleições do próximo ano com muita preocupação. O discurso dos candidatos é vazio de propostas e ficam no velho dilema do “nós” contra “eles”. O que eles vão fazer pelo Flu? Não sabemos, apenas trememos ao imaginar mais besteiras, independente de quem seja eleito.
    Como posso colaborar?

    1. Olá, Milone. Antes de tudo, muito obrigada pela leitura “assídua” risos. Muito me alegra, embora aumente minha responsabilidade, saber que, espontaneamente, sou recebida por tricolores como vc.

      Sobre sua pergunta, “Como posso colaborar?”, e sua preocupação acerca das eleições, só posso dizer que pergunto e sinto o mesmo. Até agora eu só consegui chegar à uma conclusão: teremos que escolher o menos pior e identificá-lo com nosso coração, nosso instinto. Confie nele.

      Grande beijo e ST

Comments are closed.