A opção pela mediocridade custou caro ao Flu (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, a análise desse time do Fluminense sob o comando de Odair é repetitiva. Então eu acho que posso ser bem objetivo.

Desde aqueles 30 primeiros minutos de jogo no empate contra o Atlético-GO, interrompidos pela trapalhada de Hudson, que conseguiu receber o segundo cartão amarelo e foi expulso, qual foi a partida que o Fluminense fez digna de elogio?

Todos dirão que a única partida digna de elogio foi no duelo contra o Atlético-MG, principalmente pelo primeiro tempo. E qual é o fato novo naquele jogo? Nenê e Fred não jogaram. Isso não é especulação, é estatística.

Parece que só Odair não percebeu isso e voltou com Nenê e Fred como titulares. Eu pergunto qual é o time vencedor na atualidade que joga com dois jogadores com quase 40 anos de idade no ataque.

A resposta está dada, mas veio uma notícia ainda pior, que foi a lesão de Yago Felipe, no meu entendimento, o principal jogador do Fluminense no atual elenco, junto com Michel Araújo.

Mesmo com Nenê e Fred escalados, eu sonhava ver Dodi, Yago e Michel fazendo nosso meio de campo. Michel pode voltar contra o Santos, mas será provavelmente, no lugar de Yago que saiu de campo com um minuto de jogo sentindo uma distensão muscular.

Para piorar a situação, Odair entendeu que o substituto para Yago era André, e não Miguel. Ganso ele não colocaria, pois o time ficaria ainda mais lento, com Hudson, Ganso, Nenê e Fred.

Ainda assim, conseguimos realizar nossa proposta de jogo com alguma qualidade e o gol saiu numa bonita jogada, mas o domínio do Fluminense, como sempre acontece, foi desidratando, até que, quando nos demos conta, o Fluminense já estava espremido em seu campo de defesa, sem conseguir contragolpear.

Qual a explicação para isso? A minha humilde tese é que o Fluminense não consegue manter a mesma imposição física com Fred e Nenê. Sem Yago, perdeu ainda mais em imposição física e poderio ofensivo.

Quando o adversário consegue nos empurrar para o campo de defesa, não temos a mínima capacidade de contragolpear, porque não temos jogadores velozes na frente, mas também, sem Yago e Michel, não temos meias para construir o jogo.

A situação é tão clara que em determinado momento do primeiro tempo Nenê, com a bola dominada junto à lateral do campo, sinalizava para que os meias avançassem, pois estavam todos no campo de defesa. Ora, são todos volantes defensivos. Como esperar que eles viessem se apresentar para oferecer recursos humanos a um contra-ataque?

Levamos o empate e, quando viu que tinha feito uma besteira, Odair decidiu fazer uma pior ainda para corrigi-la: tirou Hudson e colocou Caio Paulista. Deu-se então uma correria desembestada que não nos levava a lugar algum, porque não tínhamos mais meio de campo nem numericamente.

O Ceará se aproveitou disso para tomar conta do jogo e ser o único time a criar oportunidades de gol durante quase toda a segunda etapa. Odair tira Nenê e coloca Ganso, o que, em tese ajudaria a organizar nosso meio de campo. Mas ele tira também André para colocar Fellipe Cardoso, deixando o time ainda sem meio de campo e cheio de atacantes.

Um desastre só, que culminaria na derrota, não fosse o gol de Danilo no apagar das luzes. Um gol que não foi capaz de maquiar a realidade. Se alguém merecia ter vencido o jogo, esse alguém era o Ceará, que deu um passeio no Fluminense no segundo tempo.

Aliás, os dois gols do Ceará foram decorrentes de falhas bisonhas dos nossos defensores. Hudson atrapalhou Muriel e fez contra o primeiro gol, enquanto Digão, que vinha sendo um dos destaques do time, foi ridiculamente desarmado na intermediária no segundo.

Não fossem as falhas, poderíamos ter obtido uma vitória enganosa, que anularia o ônus das péssimas escolhas de Odair.

Após o jogo de quarta, o que ficou claro é que o Fluminense precisa conciliar, ofensivamente, técnica e imposição física. Caio Paulista e Felippe Cardoso não são as soluções nem aqui nem na China. Funcionou contra o Atlético porque o time de Sampaoli joga com linhas adiantadas e tem uma zaga lenta. Hoje não teria funcionado, como não funcionou nos minutos finais.

Com o retorno de Michel, contra o Santos, caso Yago vá ficar no estaleiro, eu montaria o meio com Yuri, Dodi e Michel, que é a formação que vinha proporcionando as melhores exibições do Fluminense, porque Dodi e Yuri se revezam na chegada ao ataque.

Monta o ataque com Nenê, Luis Henrique e Marcos Paulo, que nós teremos essa fórmula de imposição física e técnica. Nenê cansou? Coloca o Miguel. Caio Paulista pode ser o substituto de Luis Henrique e Fred pode ser uma opção para o lugar de Marcos Paulo.

Teremos três jogos chave, contra Santos, Fortaleza e Grêmio, que disputam a zona de classificação pela qual decidimos competir, que é o G-6, mesmo podendo ir mais longe.

Precisamos de um meio de campo ofensivo, porque não poderemos jogar com os laterais adiantados contra Santos e Fortaleza, que são times que atacam muito bem pelos lados e sabem explorar esse avanço.

Você pode jogar com Nenê, mas não pode ter Hudson e Fred no time. Miguel tem que ser o substituto de Nenê, pois pode fazer a mesma função. Num mundo ideal, em que tenhamos todas as peças, nosso time é: Muriel; Julião (Calegari), Nino, Lucas Claro (Digão) e Danilo; Dodi, Yago e Michel; Nenê e Luis Henrique; Marcos Paulo.

Jogando com esse time, nós podemos ainda brigar lá em cima. Com as escolhas atuais de Odair, vamos descer ladeira abaixo. Não sei se ao ponto de brigar contra rebaixamento, mas será melhor esquecer o G-6, pois ficaremos, no mínimo, atrás de Grêmio, Santos e Fortaleza, curiosamente, nossos próximos adversários.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

1 Comments

  1. Não adianta acertar a escalação. O time não é treinado para a fase ofensiva. Fora Odaihell! Fora Mário ! Clube empresa já, antes que acabe!

    ST

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