Marcão não pode reincidir no erro capital (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, não há quem possa negar que o resultado da noite de ontem foi positivo. Conseguimos terminar a rodada, independente dos resultados de quinta-feira, a três pontos da zona de rebaixamento e conservamos a distância de cinco pontos para o Cruzeiro, caso seja o Cruzeiro até o final do ano um adversário direto.

O fato, no entanto, é que o Cruzeiro esteve mais próximo da vitória durante grande parte da partida, aproveitando-se de uma postura exageradamente defensiva do Fluminense, sobretudo no segundo tempo.

O que Marcão não pode e insistir no pior dos erros do atual Fluminense, que é prescindir de Daniel em qualquer momento do jogo.

Eu assisti ao primeiro tempo babando litros de admiração no futebol fora da curva do Daniel. Em todos os momentos em que a transição do Fluminense funcionou a bola passou pelos seus pés.

Não é possível que depois de oito meses só eu enxergue isso. Era o único jogador que conseguia dar verticalidade ao time, exceto no início da primeira etapa, quando precisou jogar quase de zagueiro para fazer o papel de Allan e dar alguma qualidade à nossa saída de bola.

Já no segundo tempo, quando o Cruzeiro tentou fazer a mesma pressão, Marcão deveria ter tirado Ganso ou Nenê e colocado Miguel para dar intensidade à nossa transição, disputando e criando espaços na intermediária.

Pois Marcão tirou o único jogador que fazia a nossa transição funcionar, condenando-nos a um sufoco eterno que, graças a Deus, durou pouco mais de 45 minutos.

Ainda que a escolha de Marcão fosse colocar Dodi para melhorar a marcação, tinha que ter adiantado Daniel e dado-lhe liberdade para jogar. Ou é só no Fluminense que, por qualquer razão, você tira o craque do time e traz o adversário para cima.

Não posso dizer  que o futebol mais pragmático tenha sido um equívoco, até porque o resultado veio, mesmo com uma arbitragem que marcou tudo contra nós.

Ah, mas vão dizer que o VAR anulou um cartão vermelho e um gol do Cruzeiro, mas foram lances em que, caso não interviesse, o Fluminense seria claramente prejudicado, então não dá para colocá-los na conta, e olha que eu não sou de vestir camisa em análise de arbitragem.

A expulsão de Yuri seria vergonhosa e a falta em Gilberto foi clara no lance do que seria o gol do Cruzeiro, assim como o árbitro foi extremamente infeliz em quase tudo que marcou contra o Fluminense.

Então, não adianta quererem vir de conversa mole, porque a gente sabe muito bem quem é ajudado e quem é prejudicado por arbitragem há mais de 40 anos no futebol brasileiro.

Até entendi a substituição de Orinho por Julião e a de Ganso, embora tardia, por Ewandro, essa última como sugestão ofensiva nos minutos finais, mas que não funcionou, porque a decisão deveria ter sido tomada bem antes, mantendo Daniel no time.

No mais, temos dois jogos no Maracanã. Espero que tenhamos no mínimo 50 mil pessoas nos dois jogos. O Fluminense precisa de nós e nós precisamos, ainda muito mais, do Fluminense, porque as nossas vidas precisam de sentido e nada mais pode dar sentido a vida de alguém do que torcer pelo Fluminense.

Todas as causas são legítimas, o Fluminense é o certo. O Fluminense está no topo da pirâmide das causas pelas quais um ser humano descente pode escolher viver. Tem que ser amado e levado a sério, ainda que nos tempos atuais ser levado a sério conte mais que ser amado e que ser amado implique em ser levado a sério.

Não gostei da atuação de hoje e espero não vê-la repetida no jogo com o Bahia, embora reconheça no Bahia um adversário temível. Espero um time impositivo, que envolva o adversário e que divirta a multidão que tomará o Maracanã.

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Foi bem a nossa dupla de zaga com Nino e Frazan.

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Mesmo com alguns erros, Yuri fez a melhor partida como volante desde que chegou ao Fluminense.

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O problema do Fred fazer gol no Fluminense é que até quando ele consegue o VAR anula.

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O Fluminense tem urgência em soluções ousadas e radicais para sobreviver como força competitiva no futebol brasileiro, exceto aceitemos ver o Maior Clube do Brasil virar um coadjuvante do time dos maus costumes.

Aliás, os caras estão cantando uma marra sem tamanho, mas eles são completamente binários. É bom para eles, não importa se é ilegítimo ou ilícito, mas nós precisamos lembrá-los das coisas que eles fizeram no verão passado.

Que, aliás, daria um livro, digno de provocar uma crise de critérios no já polêmico inferno de Dante.

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A sociedade brasileira é muito esquisita. Não sei se é um fenômeno mundial.

Eu sei que os flamenguistas deveriam ser tratados como amostragem de alto valor sobre essa questão de bolhas sociais movidas pela mentira e por respostas fáceis para questões complexas.

Quem sabe uma hora dessas eu não divulgue diálogos com os filhos da Coisa, que eu não sei se mais me divertem ou mais me conscientizam de que não tem diálogo com quem se sente confortável sendo beneficiado pela trapaça?

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Recomendo aos tricolores que querem mudar sua visão de futebol assistirem ao debate sobre o Fluminense se transformar em empresa. Não é para concordarem com tudo. É só para refletir, pois já basta de ficarmos debatendo a pauta que nos oferecem para nos manterem estúpidos e previsíveis.

Confira aqui

Apaixonadas saudações tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

5 Comments

  1. Acho que temos adoradores do sistema infiltrados …
    Estamos cercados !
    ST4

  2. Prezado Savioli, não vou me extender porque em outro post vc disse que os comentários tem máximo de letras, embora não saiba quanto. Clube empresa não é bem visto por quem detém o poder no clube. Felizmente Fred continua zerado contra o Flu. Torcidas são sempre iguais, sejam os mulambos ou a tricolada, trapaça não é trapaça, quando nos ajuda. Já somos coadjuvantes deles, veja os resultados dos últimos anos e a humilhante situação na parceria do Maracanã. Gostaria de saber o que vai acontecer,…

    1. Acho que temos adoradores do sistema infiltrados …
      Estamos cercados !
      ST4

  3. Infelizmente as decisões de uma diretoria de futebol, notadamente a do Fluminense, são feitas baseadas em um misto de gosto da torcida(e boa parte dela não gosta do Daniel e/ou do Gonzales), o que a imprensa pública, marketing pessoal(embora o jogador possa não jogar nada), preferência pessoal(Celso, Mário).

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