Ídolos (por Marcelo Vivone)

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Muitas pessoas não gostam de classificar jogadores como ídolos. Eu sou uma delas e, na verdade, não gosto de caracterizar ninguém como ídolo. Além da origem da palavra e de seu significado ter sofrido mutação nos tempos modernos, creio que, mesmo considerando o seu sentido atual, essa denominação deve ser destinada a um grupo seletíssimo de pessoas.

Mas a última semana, em especial, apresentou à torcida Tricolor dois seríssimos candidatos a esse patamar. Há ainda um terceiro, que também gostaria de falar mais à frente.

O primeiro candidato é o Conca, ou melhor, o nosso “Conquinha”, como parte da torcida gosta de chamá-lo. A adoração da torcida por esse argentino chega às vezes a me impressionar. Mesmo ele estando distante, do outro lado do planeta, há 2,5 anos, parece que para a torcida ele nunca saiu do Fluminense.

E qual o motivo de todo esse carinho? Certamente que sua atuação nos gramados tem grande parcela de motivação. Conca é daqueles jogadores que jamais se dão por vencidos, que correm o tempo todo atrás da bola, que saem extasiados de campo. Sem dúvida ele tem um perfil guerreiro que agrada muito ao torcedor. Conca foi o principal jogador na campanha do tricampeonato, tendo, incrivelmente, jogado os 38 jogos daquele campeonato.

Mas será que é “só” isso? Penso que não. Conca tem também muito carisma fora dos gramados. Todos no clube, entre jogadores, funcionários, diretores etc., têm um enorme carinho por ele.

Outro perfil importante de Conca é que nunca houve um episódio sequer de demérito de sua imagem. Nunca houve uma foto, um boato de que ele estava virando noite em uma boate ou coisas do gênero.

Todos esses aspectos do “Conquinha” o candidatam a um ídolo da Nação (no nosso caso, com “ç”!) Tricolor. E a diretoria sabe do potencial do nosso jogador e, segundo sabe-se, prepara uma grande campanha de marketing para a sua chegada e os seus 2,5 anos de contrato.

Outro jogador que sempre foi muito querido pelo torcedor é o Diego Cavalieri. Não por acaso, seu perfil é muito parecido com o de Conca. Jogador de muita competência dentro do gramado, e que foi um dos 3 ou 4 principais responsáveis pelo tetracampeonato, e discretíssimo em sua vida particular.

Ainda assim, até essa semana Cavalieri não tinha o prestígio de Conca, ainda que tivesse muito. Mas o seu gesto ao final do último jogo, já mostrado, escrito e decantado por todo o Brasil, alçou-o ao patamar de postulante de ídolo da nossa torcida.

Em um mundo em que cada vez mais as pessoas estão se lixando para as outras, seus problemas e suas dificuldades, deve-se enaltecer e muito a atitude de nosso goleiro. Cavalieri mostrou que tem consciência do seu papel perante a torcida e a sociedade. Domingo foi a vez do nosso goleiro marcar um golaço.

Por fim, como estamos em semana de eleições, pleito esse fundamental para o futuro da instituição Fluminense, não apenas para o futebol do clube, cito Peter Siemsen como o terceiro postulante a ídolo.

De todos os 3 candidatos que apontei, talvez Peter, nesse momento, seja o candidato mais distante desse posto, mas, ao mesmo tempo, é sem dúvida o mais importante para a instituição Fluminense.

Repito o que tenho dito: o torcedor tem em suas mãos a opção entre a continuidade da recuperação do clube, da continuidade da busca da instituição de excelência de outrora, ou voltar ao século XIX, época da história em que a instituição se encontrava há 3 anos. Tenho certeza de que o torcedor do Fluminense, inteligente que é, irá optar pela continuidade do atual presidente.

Peter fez 3 anos não vistos nas Laranjeiras desde o presidente Manoel Schwartz, no triênio 1984/86.

Mas Peter cometeu também alguns equívocos e essa tormenta que a torcida vive durante todo a ano de 2013 é prova disso. Além de erros próprios, problemas externos também o atrapalharam nesses 3 primeiro anos, levando-o a não cumprir, por exemplo, a sua principal promessa da primeira campanha: a entrega do tão sonhado CT.

Por essas questões, Peter ainda tem uma longa caminhada até merecer definitivamente o posto de ídolo da torcida Tricolor. Mas, eu diria que ele está no caminho certo.

Vejo um Peter do próximo triênio com a mesma paixão pelo clube desses três primeiros anos, mas como uma bagagem administrativa que ele não possuía, e que só é conquistada por quem vive o dia a dia da gestão. Não há outra forma de aprender. O conhecimento teórico certamente é importante, mas a vivência real é fundamental. Como, por exemplo, ensinar em um curso de pós-graduação que uma instituição Federal como a PGFN iria sacanear o seu planejamento por questões meramente clubistas, para favorecer a um determinado rival? Não há como!

E, nesse quadro, as muitas dificuldades vividas por Peter foram e serão fundamentais para forjar um presidente ainda melhor para o seu segundo mandato. Minha expectativa é de que, com Peter por mais 3 anos à frente do clube, os alicerces por ele fincados serão definitivamente consolidados.

Ao final desses próximos 3 anos, talvez a seleta galeria de ídolos Tricolores ganhe mais uma retrato. E, ainda no terreno da suposição, essa figura pode se tornar uma das maiores da história dessa instituição centenária. Vem coisa boa por aí!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MVivone

Foto: http://www.lancenet.com.br/

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1995 PEQUENO

DR PEQUENO

1 Comments

  1. Também acho o Peter melhor que o Deley, atualmente. Penso que o Deley foi lançado como um balão de ensaio, mas que cresceu muito, em virtude de erros cometidos pela situação no futebol. Espero que quando eleito, o Peter encontre um elemento que represente o Fluminense junto a FERJ e CBF, com características inerentes ao futebol. Essa antecipação do jogo contra o AM foi dose. Faltou representatividade. Sds Tricolores….

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