Hoje é dia de reggae, Flu! (por Leonardo Maia)

Ontem foi domingo, Dia das Mães. Hoje é dia do que? Vejam vocês: Dia Nacional do Reggae. Positive vibrations to everyone! Bob Marley forever.

E aniversário do Conca. Poxa, desse eu sinto imensa falta. Parabéns, Dario! Que erro você ter saído do Flu, pibe! Que erro. Que boludo…

Mandei ontem um grande beijo para a minha mãe, e para a mãe do meu filho. Mas não pude estar com elas. Nem com o meu filho. Almoçaram bem, pelo que soube. Eu só fui almoçar pra lá das seis. Mas, acabei ajeitando um ‘deu certo’ por aqui que funcionou. Mexe daqui, mexe dali, analisa, pondera, sopesa, e me saiu um arroz com camarão e açafrão dos mais ajeitados. Até topo fazer de novo. Açafrão ralado, não o em pó. Mas, de todo modo, preciso fazer algumas compras. Ingredientes estão acabando e daqui a pouco só vai me sobrar um macarrão ao alho e óleo. Como gosto muito do prato, não devo ter tomado ainda nenhuma providência por conta disso. Esse último recurso poderia ser, tranquilamente, o meu primeiro…

Não está fácil escrever nesse momento. É puxar as notícias e saber que alguém se foi. Perdas desconhecidas, que doem por serem desconhecidas, agora encontros impossíveis, e outras tantas conhecidas. Moraes Moreira, Rubem Fonseca, Aldir Blanc, Flavio Migliaccio, Sérgio Sant’Anna, Garcia-Roza, em coisa de duas semanas, é doído… A gente se sente pequeno, menor. E ontem também o David Corrêa. O samba-enredo dele, de 1981… Há melhor? E, no ano anterior, 1980, a Portela já tivera aquele do circo, outra joia.

Há nisso tudo, talvez, um único motivo de alegria, que é o de, às avessas, perceber que o Brasil é uma imensa fonte de vida e vibração. Mas, talvez por isso, ao mesmo tempo corteja despudoradamente a morte. Como pode? Pulsa segundo amor e ódio, eterna e invencivelmente. Como o trágico pré-socrático.

Presto aqui, nessa primeira coluna, uma homenagem a todas essas e a todos esses que foram vitimados por uma tragédia sanitária ainda incomensurável. Passado esse momento, teremos não só de contar e recontar todas essas vidas que já não estarão mais conosco, mas contar e recontar um país que imporá ser reconstruído, sobretudo afetivamente.

Não há quem se sinta bem hoje no Brasil.

Há?

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Os dias da quarentena são irregulares. Não passam, ou se demoram. Durmo pouco, ou durmo demais. Há aqueles em que durmo muito e não como, em outros, é o contrário. Deve haver alguma correlação, ou é só mesmo a diferença de tempo num caso e noutro? No dia maior, sobra mais tempo para comer… Fora isso, é ler, escrever e muito pensar. E naufragar nas notícias que sabemos.

E sim, há as lives. Aí, já pintou muita coisa boa. Tinha feito uma lista das minhas dez mais, sem ordem de preferência: João Bosco, Alceu Valença, Adelmário Coelho, Janelle Monae, Seu Jorge, Metropolitan de Nova Iorque, Ivete Sangalo, Monica Salmaso (as postagens diárias, mais do que a live), Elomar (só por ter anunciado que faria uma, rs), Edson Gomes.

E, como menção honrosa, Hamilton de Holanda, Xandi di Pilares, Jazz at Lincoln Center. Aliás, esse monte de lives só me deu a certeza de que gosto de tudo em música. Pouca coisa escapa.

Depois dessa lista inicial, ainda vi muitas outras. Destaco algumas: DJ Dennis (só as antigas), Fulô di Mandacaru, Fábio Junior (os sucessos de final dos anos 1970 e início dos 1980 são imbatíveis), o Rei (sem dúvida), a ‘Live do samba’, com puxadores e uma seleção de sambas-enredo de primeira, Simone, Zeca Baleiro, Maria Rita. E, claro, Zeca Pagodinho. Tem de tudo.

Mas a melhor foi sem dúvida a do Xamã. Basicona, sincerona, despojadona. Gostei demais, sobretudo do clima garagem, simplão. Soou humilde, contido, muito de acordo com o momento. O cara deu o seu recado, mostrou as camisas, chamou junto a galera para torcer para o Flu e se associar. O que pedir mais? Dez, nota dez! Além do que o mano é tricolor raiz, rato de arquibancada, tava felizão na live. Não valorizo só porque mostrou a mais nova camisa mais linda do mundo. Como falei, vi diversas lives e essa foi das mais alto astral. Matadora, ajudou a Flu TV a bater os 200k de assinantes. Tô batendo palmas até agora. Não é Rede Globo, mas vale a pena ver de novo. E fecho, por hoje, com as questões da hora.

Não sou fã do Mário e penso que, se ele não abrir o olho, periga figurar no triste rol dos maus presidentes do clube. Mas, justiça seja feita, sua postura em meio a essa pandemia tem sido exemplar. Não dispensou funcionários, não se curvou às pressões para retomar as atividades, distinguiu-se. Mostrou-se sensível, e mostrou-se presidente. É isso. (aliás, o primo rico – o ‘E daí?’ do contêiner – quer voltar, e logo. Tem aspirações políticas aí, é só aguardar).

Alguém vê um Barcelona jogando em Laranjeiras, ou um Real Madrid? Por que então o Fluminense? E por que só o Fluminense, por que só com ele aparecem essas histórias? Reformar o estádio é mandatório. Jogar, não. Eu até toparia um projeto arrojado, em que o Flu se espalhasse por alguns estádios ao longo do ano. Temos pelo menos 40 jogos por ano, seria interessante voltar a jogar quatro ou cinco partidas em Mesquita, outras tantas na Ilha, talvez na Barra. Ou seja, chegar nos lugares, chamar os torcedores. Aí, Laranjeiras soa bem.

Outra possibilidade é colocar grama sintética ali, o que seria uma estratégia interessante. No mais, a minha impressão é de que se não tivéssemos o Maracanã para nós, e ele fosse exclusivo do Flamengo ou de outro grande, iríamos espernear, reclamando da injustiça dessa exclusão etc. Mas, como estamos lá, então queremos Laranjeiras. Enfim, tendo o templo do futebol à disposição, não faz qualquer sentido preteri-lo. É pensar nas melhores formas de ocupá-lo, e elas já existem.

Gostei muito das camisas, já quero comprar a tricolor. Se não para mim, pelo menos para o meu filho. Duas, pesa.

Não sou favorável à vinda do Fred. Não nos moldes que têm sido divulgados. ‘Tá fininho’, dizem. Então, por que não o Conca? Ou até o Walter Trakinas? Também segue afinando. Que critério é esse? E se é tricolor, por que não faz como o Juninho Pernambucano e volta com um salário simbólico, desonerando o clube em um momento difícil, possibilitando outras contratações para encorpar o time? Volto a isso na próxima coluna.

Será um prazer escrever ao lado de figuras tão comprometidas com o Fluminense. Um salve ao Andel e a todo o pessoal do Panorama Tricolor.

Futebol faz falta, é muito mais que um jogo. Mas agora, há que segurar essa onda. Em respeito e em reverência.

Saudações, forte abraço.

Rastaman vibration, yeah, positive!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

3 Comments

  1. Obrigado, Adaury! Vida longa ao Panorama!
    Na próxima coluna, ou em uma das próximas, vou retomar essa questão da vinda do Fred.
    No momento, e sobretudo nas condições anunciadas, para ganhar 400, 500k, não faz nenhum sentido o retorno dele. Mas, me parece jogo feito.
    Teremos um time muito veterano, e aí, na contramão do desejo, geral, talvez seja melhor torcer pro futebol demorar muuuuuiiito a voltar…
    Forte abraço, tmj

  2. Caro Leonardo, seja bem vindo a este time de nobres Tricolores, comandados por um dos maiores representantes no momento das nossas cores, o
    querido ANDEL.

    Fiz questão de comentar pois sua análise em relação à vinda do Fred vai de encontro ao que penso, ainda mais em um momento de sérias dificuldades financeiras no clube, atrasando 2,3 meses de salários, fora tantas outras dívidas.

    Boa sorte e.vida longa.no PANORAMA TRICOLOR!

    1. Obrigado, Adaury! Vida longa ao Panorama!
      Na próxima coluna, ou em uma das próximas, vou retomar essa questão da vinda do Fred.
      No momento, e sobretudo nas condições anunciadas, para ganhar 400, 500k, não faz nenhum sentido o retorno dele. Mas, me parece jogo feito.
      Teremos um time muito veterano, e aí, na contramão do desejo, geral, talvez seja melhor torcer pro futebol demorar muuuuuiiito a voltar…
      Forte abraço, tmj

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