Goleiros (por José Augusto Catalano)

Todo grande time começa por um grande goleiro.

Sábado passado, o clássico entre Vasco e império do mal mostrou o contrário disso.

Dois times horríveis começam por goleiros de merda.

Estava louco pra este campeonato acabar e ver o Vasco livre de Fernando Prass.

Pra minha surpresa, ontem parecia que o jogo iria perpetuar aquela desgraça debaixo dos paus do meu time.

Aos 40 minutos de jogo, após o Paulo Victor falso já ter levado o seu frango, Prass fez uma defesa absolutamente monstruosa, defendendo uma cabeçada no chão, no pé da trave. Das maiores defesas do campeonato inteiro. Dessas de fazerem dirigentes (burros) pensarem: nossa, precisamos manter esse cara em São Januário.

(In)felizmente, quase no fim do jogo, sua principal característica apareceu: o pavor de sair do gol e a total incapacidade de, mesmo tendo mais de um metro e noventa, segurar uma bola alçada firme. Toda bola cruzada na área do Vasco é um Deus nos acuda, da qual ele tenta se livrar socando a bola pra longe. Ontem, depois de incontáveis socos corretos, Prass conseguiu errar a bola e dar um passe para que o beque adversário levasse um susto ao ser atingido no rosto pela bola. Gol.

Meu pai viu Barbosa, Osvaldo Baliza, Castilho.

Eu vi Acácio, Roberto Costa, Paulo Sérgio, Paulo Victor verdadeiro, Hélton. Diz ele que, em dias de “leiteria”, não passava sombra por Castilho. E que, quando não dava mais, aparecia um beque, uma trave, sobrenatural de almeida. O fato é que um bom goleiro é uma mistura de talento, técnica e um tanto de sorte. O atual goleiro do Vasco tem graves problemas técnicos. Não sabe sair do gol. Fica então colado à linha fatal, esperando alguém cabecear bombas pra dentro de sua rede.

De que adianta pegar as bolas impossíveis se as possíveis entram?

Ok, a sorte também conta. Carlos, da Ponte Preta, da seleção, era um azarado emérito. Ok, às vezes não precisa de goleiro. Pumpido que o diga.

Que inveja de vocês, tricolores. Cavalieri me lembra o seu Paulo Vitor e o nosso Paulo Sérgio. Estes eram baixotes pra sua posição. Seguros, nada espalhafatosos, econômicos nos gestos. Tranquilos. Tranquilos como os torcedores, que sabem que podem confiar em quem está ali. E a parelha de beques, que pode ser formada às vezes por matungos (é, tricolores!) que, mesmo fazendo ocasionais cagadas, sabem que tem uma parede atrás pra consertar quase tudo.

Tomara que, ano que vem, eu também tenha essa sensação de segurança.

Abraços,

José Augusto Catalano

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Imagem: Bruno Haddad/ Fluminense F.C.

Contato: Vitor Franklin

1 Comments

  1. em 2013 a fase iluminada do time e do Cavalieri se perpetuará por todo o ano…está escrito há 10 mil anos atrás, e paparemos a LIBERTA enfim!

    ST4….

    2013 promete!

Comments are closed.