Ganso, Abad e tal (por Márcio Machado)

Enfim, depois de um longo e tenebroso inverno o Fluminenseluminense faz uma contratação nível ‘espera no aeroporto‘. Sobre Paulo Henrique Ganso, da pra discutir várias coisas aqui sobre o caso e também começar a projetar uma análise do período Abad na presidência. Vamos lá.

Pode parecer meio ridículo o que eu vou dizer, mas financeiramente é um negócio que só dará errado se não funcionar mesmo.

Explico com o fato de que quem não tem com o que investir num salário razoável pela maior duração possível de contrato cria um ativo para o clube basicamente do zero, também com potencial para realização de lucro contábil e principalmente, esportivo. Se Ganso fracassar novamente aí a rescisão poderá vir a ser dura, mas o clube tem de ter aprendido com o caso das demissões pelo zap do inicio do ano passado.

Certamente o presidente, talvez justamente por já estar demissionário, aprendeu alguma coisa no período ‘Abad mãos de tesoura’, do início que só se pensava em cortes e só se afundava mais a situação. Agora temos alguém mais ousado neste ano, capaz de negócios como esse e de aparecer até reclamando de arbitragem – aqui aparecem duas atitudes fundamentais para qualquer um que venha a presidir o clube.

O problema do corte de custos numa equipe de futebol é o corte do sonho. O clube vive de torcedores, torcedores vivem de títulos e de zoar os rivais, um time que fica mais barato a cada ano tira isso de seu público que, por sua vez, o abandona sem dó, vide nossa bilheteria entre outras receitas no período, o que leva à necessidade de mais cortes num circulo vicioso onde a gente pode ainda virar o America.

Como se muda isso? Com tacadas ousadas feito a de Ganso para trazer estrelas ao elenco. Se no momento não dá pra trazer certezas absolutas como a Gávea está fazendo, estamos contratando inegavelmente um craque de bola, precisando se recuperar e que se encaixa no esquema do Fernando Diniz o céu é o limite. Uma boa gestão leva a gente a um nível competitivo estilo Cruzeiro e Gostaria, que também não recebem muito de TV.

Outra parte importante nesse futebol de arbitragem amadora e altamente suscetível a erros é fazer pressão sempre que possível. Essa gestão foi muito banana por muito tempo e o resultado esta aí: quase um ano sem pênalti marcado a nosso favor, e mesmo assim o último saiu na CONMEBOL. No Brasil está difícil: se não gritar, se não ocupar a mídia, se não trabalhar politicamente só vai piorar. É provável que o dano nessa gestão seja irreversível, mas tem de ser um foco do próximo presidente, clube que é sempre roubado é porque está sendo percebido como pequeno. Se esse sentimento se espalha, nada mais nos salvará.

Portanto, creio que o pior já passou. Essa gestão adquiriu um pouco de experiência e está fazendo o certo. O perfil dos candidatos à sucessão é mais experiente; contudo, nossa vigilância tem de continuar firme.

O paciente Fluminense Football Club ainda inspira cuidados.

ST.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

3 Comments

  1. Perfeito ! Se não peitar os canalhas da ferj não arruma nada. No mais ganso, Diniz e esse elenco me dão muitas esperanças.

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