Ganhar a Libertadores, sobreviver no Brasileiro (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, chegamos a um ponto crítico na temporada. O que estará em questão nos próximos seis jogos do Fluminense é a sobrevivência no Brasileiro e o título da Libertadores, exatamente nessa ordem.
Pelo Brasileiro, até a data tão esperada por nossa torcida, teremos pela frente: Corinthians (C), Bragantino (F), Goiás (C), Atlético MG (F) e Bahia (F). Depois é o Boca.

Ainda que nossas possibilidades de ganhar o Brasileiro sejam ínfimas, não podemos menosprezá-las. Não tenho dúvidas de que cinco vitórias nos colocarão novamente na briga, embora não espere que elas aconteçam. Só virão de uma reviravolta nas políticas de Fernando Diniz, que vêm nos rendendo classificações sofridas na Libertadores e revezes no Brasileiro.

Se não para nos servir como retomada da briga pelo título no Brasileiro, essas cindo rodadas podem nos servir para a Libertadores. Seja porque encontrar um time que faça sentido nos beneficiará contra o Boca, seja porque, se o título não vier, estaremos, pelo menos, vivos na luta pelo G-4, que nos levará a uma nova jornada na Libertadores do ano que vem.

Tenho dito que podemos conquistar a Libertadores mesmo com todos os erros, mas ela nos sorrirá mais faceira e disposta se voltarmos a praticar o futebol que encantou a América do Sul. Para isso, as mudanças precisam ocorrer já no jogo contra o Corinthians. O 4-2-4 de Diniz fracassou. O lado esquerdo da nossa defesa com Marcelo e Felipe Melo é um permanente convite ao desastre. Nosso melhor jogo, quando muito, surge imperceptível em momentos restritos das partidas, como uma exceção, nunca como regra, como já foi em tantos momentos de 2022 e 2023.

Diniz terá que tomar decisões difíceis, que mexem com o ecossistema do vestiário e outros ecossistemas satélites. O momento é crítico para o nosso treinador, que vem, também, flertando com o 4-2-4 na Seleção Brasileira, haja vista o jogo contra a Venezuela, um empate brasileiro em casa. Com a faca e o queijo na mão, tem preferido cortar os próprios dedos.

Não existe nada mais perigoso do que a compreensão, tolerância e quase proteção da grande imprensa esportiva. É verdade que o trabalho na Seleção está começando e isso exige a tolerância, até porque a vaga para a Copa já está garantida, haja vista a quantidade delas disponíveis. No caso do Fluminense, não, o buraco aqui é muito mais embaixo, porque temos quase um ano e meio de trabalho, repleto de experiências positivas que estão sendo ignoradas e desprezadas.

Os últimos meses do trabalho de Diniz no Fluminense não têm sido inspiradores nem cativantes. Têm sido marcados por erros nas escalações e nas substituições. Estão certos os que o exortam a fazer o simples, que é resgatar na íntegra o modelo de jogo que nos fez sermos temidos no Brasil e na América. Hoje, qualquer um nos impõe dificuldades muitas vezes intransponíveis.

Deve haver algo de errado quando aqueles que o celebravam torcem o nariz e os que torciam o nariz o celebram, justamente quando colhe exibições abaixo do esperado e resultados que mais parecem ser fruto das ações do sobrenatural do que daquilo que produzimos em campo.

Meu time hoje?

Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo (Marlon, David Braz) e Alexsander; André, Martinelli, Ganso e Marcelo; Jhon Arias e Germán Cano.

No meu entendimento, é a forma de conciliarmos o que temos de melhor para escalar e proporcionar equilíbrio entre os setores, potencializando o próprio modelo de jogo que nos fez jogar nossas melhores partidas.

Podemos ter algumas variações. André migrando para a zaga e Alexsander indo para o meio, com Diogo Barbosa atuando na lateral-esquerda, é uma. Alexsander se mantendo na lateral, com André na zaga, Arias recuando para o meio e JK fazendo dupla com Cano é outra.

Qualquer coisa que faça sentido nos fará bem. Que faça algum sentido.

Saudações Tricolores!

1 Comments

  1. Concordo com as alternativas de time apresentadas, a recomposição pelo lado esquerdo é sofrível e não podemos ter certeza quanto ao desempenho defensivo do Alexsander que por muito tempo mascarou essa realidade no primeiro semestre.

    Outro que vem sendo pouco efetivo é o Keno, em que 90% das jogadas que passam pelos seus pés morrem em seguida, por erro técnico ou na tomada de decisão.

    Apesar disso, importante recuperar esses jogadores para que possam desempenhar como no melhor momento do ano, temos quer ter 16 jogadores aptos a competir pela partida decisiva da Libertadores!

    Por isso, discordo sobre as possibilidades de título brasileiro, se encerraram na derrota para o Botafogo. Nas quatro próximas partidas (o confronto contra o Bahia foi adiado), entendo que devemos emular situações de jogo que podem ser enfrentadas na final, e garantir pelo menos 7 dos 12 pontos em disputa.

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