Fred! (por Paulo-Roberto Andel)

FRED   FRED

Matador. Decisivo. Fundamental. Talento, perícia e fúria.

Fred, às vésperas dos 30 anos de idade, finalmente chegou ao jogador que todos esperavam dele há sete ou oito anos atrás. Juntou de vez o enorme talento com a experiência.

Não que não tivesse brilhado antes, lógico. Mas vejam este momento atual desde 2012. Craque consagrado, artilheiro do Flu e da seleção, sex-symbol, ídolo, letrado, longe das fanfarras jornalísticas.

É bom que se diga: Fred foi uma das peças fundamentais para que o Fluminense realizasse uma das maiores façanhas de sua história: a luta contra o descenso em 2009. Além de gols decisivos – tudo depois da volta de contusão -, em muitas partidas o adversário sequer tocava na bola a partir dos 35 minutos do segundo tempo: ele caía para uma das pontas, perto do escanteio, prendia a bola, sofria faltas, garantia pontos importantíssimos para nós.

Em 2010 fomos campeões brasileiros depois de 26 anos de espera. No terço final do campeonato Fred ficou um pouco abaixo do que se esperava, mas teve sua importância batalhando em campo – e já tinha feito bastante nos dois terços anteriores. Quando teve problemas, deu a volta por cima.

No ano de 2011, o Fluminense oscilou, tropeçou, não brilhou tanto como queríamos, mas teve momentos emblemáticos: quem se lembra da demolidora cobrança de falta de Fred contra o Argentino Juniors pela Libertadores? Fim do jogo, uma bomba, Flu classificado contra tudo e contra todos – Muricy inclusive. Ou os quatro golaços na incrível vitória sobre o Grêmio por 5 x 4 no final do campeonato brasileiro daquele ano?

Ano passado, a apoteose: campeões do Rio e do Brasil, o artilheiro implacável marcando o gol que selou o quarto título brasileiro, segundo em dois anos. Antes disso, vencer a Gávea nos dois jogos depois do aniversário de 100 anos do Fla-Flu teve sabor apimentado e especial. A goleada sobre o Botafogo na final do estadual, a incrível campanha no brasileiro, a liderança de ponta a ponta. Fred foi o matador de vez, ao lado do craque Deco e do time inteiro – ressalte-se.

Ontem mesmo, depois de uma jornada de gols importantes pela seleção, pavimentou o caminho da classificação brasileira à final da Copa das Confederações, marcada para o próximo domingo. Os recalcados de torcidas adversárias disseram que o gol foi sem querer; na verdade, basta olhar a jogada outra vez, Fred engatilhou a trivela – ia bater exatamente na esquerda, mas a bola espirrou. Coisa de craque: mesmo sem pegar em cheio, a redonda tomou o caminho certo das redes.

No futuro, caso queira, se Fred achar cansativa a tarefa de ser o aríete da grande área, poderá ter uma função de grande brilho: na armação de jogadas. O penúltimo toque. Reparem como ele faz isso sempre com requinte quando requisitado – talvez uma visão mais rara porque estamos acostumados a vê-lo fazendo gols e gols.

No presente, o que mais esperamos é Fred de volta ao Flu comandando o título do pentacampeonato brasileiro – hoje, ainda uma realidade distante de dezembro. Tudo bem: em 2010 e 2012, também era.

Nota: todos os que vibraram – justamente – com a grande defesa de Júlio César, na cobrança de pênalti de Forlan ontem, podem entender o que foi Paulo Goulart defendendo o pênalti de Zico em 1979 com 100.000 pessoas no Maracanã. Igualzinho.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

3 Comments

  1. Sobre a nota:
    Lembro também de Cavalieri defendendo um pênalti de Botinelli no Fla-Flu do ano passado. Magistral!

  2. Quando acabar essa fajuta Copa “caça níqueis” da Fifa, vamos ver quantos dias o renomado centroavante vai tirar de FÉRIAS antes que ele se dedique novamente ao FLUMINENSE. Espero que não tire nenhum.

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