Nossos jogadores promoveram hoje no final da partida uma daquelas viradas consideradas impossíveis. Foi uma vitória parecida com algumas que conquistamos no ano do título brasileiro de 2010 e que tiveram origem na arrancada do 2º turno de 2009, quando o time foi merecedor da alcunha “Guerreiros”.

Foi um daqueles jogos em que o time esteve muito mal tecnicamente, mas que entendeu no 2º tempo que a garra teria que compensar a falta de qualidade. Jogamos um 2º tempo com muita disposição e, mesmo estando com um jogador a menos e sofrendo o 1º gol aos 26 minutos, ainda tivemos forças para promover a virada, com gols aos 37 e 41 minutos.

Foi um jogo em que nosso time jogou 2 tempos de forma antagônica. Se no 2º tempo mostramos toda a superação e a garra que tanto orgulha a nossa torcida, o primeiro tempo foi um show de horrores. Nesse período praticamos aquele futebol, ou falta de, irritante de toque para os lados e de total falta de criatividade e ambição de marcar um gol.

Para fechar com chave-de-ouro um primeiro tempo pra esquecer, o Rhayner fez a grande cagada (desculpe leitor, mas não há palavra que reflita melhor a atitude do jogador) de entrar de forma criminosa no goleiro adversário e ser expulso.

Com isso, fomos para o intervalo com o enorme problema de um jogador a menos para resolver.
Abel optou por voltar para o 2º tempo com Denilson no lugar do Biro-Biro, para recompor o setor de meio campo. A substituição deu certo, o time encaixou e jogou com superioridade em relação ao adversário durante quase todos os 45 minutos finais.

Mesmo antes do nosso 1º gol estava gostando da atuação do Sóbis. Seu gol aos 37 do 2º tempo foi uma pintura e expressa bem a sua principal virtude: o chute forte de fora da área. A jogada foi toda sua e a finalização foi de esquerda, no ângulo oposto do goleiro. Golaço!

Digão fez uma boa partida. Aliás, nosso garoto de Xerém tem feito boas partidas e tem provado ao Abel que pelos menos é melhor do que os concorrentes do elenco atual. Os demais jogadores correram muito no 2º tempo, mas ninguém se destacou individualmente.

É bom lembrar que já estávamos jogando o campeonato sem os 3 jogadores que estão servindo à seleção e hoje tivemos mais ausências por contusão. Parte da incompetência mostrada no 1º tempo pode ser explicada pelas ausências dos nossos principais jogadores.

Temos chance de na quarta-feira assumirmos a liderança isolada da competição antes da parada de um mês para a Copa das Confederações.

Discordo da atitude da torcida de gritar o nome do Rhayner na sua saída por expulsão do campo. Rhayner, por sua entrega ao time durante os 90 minutos de uma partida, merece toda a consideração da torcida. Mas, uma besteira como a que ele fez não merece ser aplaudida pelo torcedor. Pelo espírito do nosso atacante, o apupa não seria justo, mas gritar o seu nome foi um pouco demais.

Marcelo Vivone

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Foto: www.resenhaesportiva.com/