Fluminense 2 x 0 Vasco (por Edgard FC)

Em ritmo de treino, com os reservas de Abel Braga, o Fluminense precisou do esforço mínimo para derrotar por um placar modesto o subdesenvolvido Vasco da Gama, que mais parecia um aprendiz de marinheiro do que o nobre almirante que se dizia ser. Sem bússola nem astrolábio, totalmente naufragado em sua nau catarineta, foi incapaz de oferecer risco, e quando muito, parou nos pés de Manoel e Luccas Claro e nas mãos ágeis de Marcos Felipe.

Já o Fluminense produziu um primeiro tempo de maestria e quase perfeição. Poderia ter saído do Engenhão com uma vitória acachapante, um placar hiperbólico, com contornos dramáticos ao clube da colina. Foi em ritmo de treino, mas sem precisar combinar com o adversário. O Fluminense fez o que quis.

Já que o Vasco se vale por ser proeminente no mar, o Fluminense atacou por terra e pelo ar, para fazer o placar do jogo, dois a zero, com direito a parenteses alfanuméricos.

Por terra, a bola muito bem tratada e trabalhada por Arias, Nonato, Pineida, novamente Nonato e Arias que aciona Martinelli e finalmente Arias ajeita para Ganso, de calcanhar, fazer a assistência para Germán Cano conduzir e chutar cruzado no contrapé do bom goleiro Thiago, para abrir o marcador, um a zero.

Pelo ar, com elegância e simplicidade, Ganso arremessa com os pés de escanteio para que Nonato esticasse o pé direito, como em passo de dança clássica, para tocar na bola e desviá-la para o gol, concluindo o dois a zero, que se arrastaria para além das fronteiras do toque de bola e posterior desinteresse pela partida na segunda etapa.

A equipe criava e girava a bola com lindeza. Arias, Cano e Pineida se juntaram a Ganso, Martinelli e Gustavo Nonato, produzindo uma coluna criativa, com trocas de passes, associações, infiltrações e dinâmica de jogo desejáveis e invejáveis. Tendo apoios periféricos nas bordas de Samuel, Wellington, Manoel e do capitão Luccas Claro, que colaboraram e não atrapalharam o concerto.

Ainda no primeiro tempo, Nenê teve a chance de enganar os incautos e fornecer motivo para os especialistas encherem sua bola, em cobrança de falta, mas não contava com a defesa pura e honesta de Marcos Felipe, frustrando os planos da narrativa e encorajamento para o tempo final.

As equipes voltaram do intervalo sem alterações, porém o Fluminense encarnou a preguiça e o ritmo baixo e lento, como em fim de folia carnavalesca. Os jogadores atuaram, sob comando de Abel ou não, como que se poupando para os desafios no porvir e dos bailinhos à fantasia que esperam confiantes suas presenças.

Já o Vasco teve a posse e o campo por vinte minutos, sem nada acrescentar ao jogo. Até que Abel começa a mexer, primeiro sacando Ganso e Wellington para as entradas de Luiz Henrique e André, o que foi suficiente para que o Fluminense começasse a criar algo, chegando a nos fazer acreditar que o terceiro estava encomendado.

Logo após, Willian substituiu Cano, Matheus Martins e Yago sucederam Arias e Martinelli, cansados. Com as mudanças, o Fluminense volta a controlar o jogo, principalmente no aspecto físico, porém sem aquela intensidade necessária para fazer os gols. Até tentou em boa jogada de Yago para Willian, mas esbarrou no goleiro Thiago, que evitou o pior para o cruzmaltino.

Os reservas de Abel conseguem produzir melhor futebol e mais interessante do que os titulares do homem do vinho, sobretudo peças como Arias, Martinelli, Ganso, Pineida e Cano, que não podem ser preteridos. Sem medo de errar, esses jogadores somados a Nino, Braz, Calegari e André, têm muito mais chances de dar uma identidade de jogo melhor ao Fluminense, além da capacidade de fazer o torcedor se orgulhar em torcer para um time que joga futebol em vez de um que dá sangue, rosnada, pontapés e gritos.

2 Comments

  1. À ESPERA DE QUE SEJA ESTA VITÓRIA ANTE UM VASCO APENAS A VESTIR A LENDÁRIA CAMISA DE SEMPRE UM PRENÚNCIO DE QUE AMORTIZEMOS O DÉFICIT ACUMULADO ANTE O EX FREGUÊS DE CADERNO E UM NOVO TEMPO NAS HOSTESS DE ÁLVARO CHAVES A DAR INÍCIO COM ESTA VITÓRIA APENAS AMPARADA POR UM TIME DA COLINA CHEIO DE BURACOS E CUJA FACILIDADE DE PENETRAÇÃO FÔRA TANTA QUE ATÉ MESMO ESSE GANSO QUE ANDO A PEGAR – LHE NO PÉ ENORME HAJA SIDO CAPAZ DE USAR UM CALCANHAR A DAR PROSSEGUIMENTO NA JOGADA QUE SOBRARA LIMPA E À FEIÇÃO DO BOM ATACANTE CANO QUE MESMO NÃO SENDO NENHUM CONCA JÁ DÁ SINAIS DE QUE CONHEÇA A ZONA DO…

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