Primeiro tempo
Pouca coisa aconteceu nos primeiros 47 minutos.
O Fluminense marcou bem, sem dar chances para o adversário ameaçar uma vez sequer nosso gol. Cavalieri foi um expectador do jogo que não precisou pagar ingresso.
Mas na parte ofensiva tivemos muita dificuldade de furar o bloqueio do Coritiba. Os jogadores se movimentaram pouco e não ocorreram lances individuais, as únicas formas de atacar uma equipe que fica toda atrás.
Nos três primeiros minutos levamos algum perigo em duas cobranças de falta mais ou menos no bico da grande área. Em ambos os lances, Vinícius cruzou bem a bola para a área. Especialmente na primeira cobrança tivemos boa chance de marcar.
Depois, só um chute de longa distância do Gerson que não levou grande perigo.
O jogo continuava arrastado, com o Fluminense marcando forte e conseguindo recuperar a bola rápido. Mas não sabia muito bem o que fazer com ela para chegar ao gol do adversário.
Até que, aos 29 minutos, Elder saiu jogando errado e colocou a bola no peito de Fred na intermediária do Coritiba. Fred dominou bem e teve rapidez de raciocínio para dar um toque leve na frente para Vinícius. O camisa 10, já dentro da grande área, deu um toque lado externo de pé, para tocar no canto esquerdo do goleiro adversário, que não conseguiu chegar na bola. Flu 1 a 0 num toque sutil de quem conhece.
E foi só, nada mais aconteceu. O jogo seguiu no mesmo ritmo lento até o intervalo. A vitória pelo placar simples ficou de bom tamanho.
Segundo tempo
O segundo tempo começou com o Coritiba tentando incendiar o jogo. Com a desvantagem no placar, o time paranaense resolveu lançar-se ao ataque,
Isso abriu os espaços necessários para o Flu fazer o mesmo jogo que fez no domingo passado e jogar no contra-ataque.
Logo aos sete minutos surgiu nosso primeiro ataque rápido, numa bola que começou com Jean e chegou ao Vinícius. Fred corria pelo meio, mas a bola acabou nas mãos do goleiro adversário.
E os lances de perigo do Flu se sucediam. Aos 10 e aos 11 minutos, foram duas oportunidades seguidas. Ambas as conclusões couberam a Vinícius. Na primeira deu um peixinho e cabeceou fraco para o goleiro defender sem dificuldades. Na segunda, o chute foi para fora.
Aos 16, quase marcamos em uma cobrança de lateral pela direita cobrada na área. Fred brigou na cabeça e a bola sobrou para Wagner, que acertou um forte chute de dentro da área e obrigou o goleiro adversário a fazer uma bela defesa.
Aos 25, o Coritiba fez sua terceira alteração. Enderson respondeu e colocou Magno Alves no lugar de Vinícius, justamente nosso melhor jogador. Parece que foi por questões físicas. Enderson pela segunda vez deu sinais de que pretende utilizar Magon Alves como armador.
Aos 30, encaixamos um bom contra-ataque que envolveu Magno Alves, Wagner, Breno Lopes e Fred. O camisa 9 dominou a bola dentro da grande já tirando o marcador da jogada e chutou para o gol. Uma pena o chute ter saído fraco e permitido a defesa do goleiro.
Aos 31, Wagner saiu extenuado para a entrada de Pierre.
Aos 34, o primeiro lance de algum perigo do Coritiba no jogo. Cavalieri espalmou sem muita dificuldade para escanteio a cobrança de João Paulo.
Aos 39, Gerson, também cansado, saiu para a entrada de Marco JR. A intenção do Enderson era claramente matar o jogo, que se tornava perigoso, em um contra-ataque rápido.
Aos 43, Edson e Breno Lopes fizeram bonita tabela pela esquerda. Nosso lateral foi à linha de fundo e fez cruzamento perfeito para Marco Jr, o “Resolve”, cabecear sozinho já na pequena área e matar o jogo. Flu 2 a 0.
Individualmente, ninguém teve grande destaque. Achei Vinícius um pouco superior aos demais. Em compensação, ninguém foi mal também. Jean esteve um pouco abaixo da média do time.
Fiquei na dúvida se o Breno Lopes é limitado ou se sentiu a falta de ritmo de jogo. É preciso um pouco mais de tempo para fazer uma análise conclusiva. Esteve muito tímido no primeiro tempo e já se soltou um pouco no segundo, fazendo inclusive uma boa tabela com Edson e cruzando “com a mão” para Marco JR marcar o segundo gol.
Gostei muito da dedicação de todos os jogadores. Até o Fred foi visto correndo atrás do adversário para ajudar na marcação. Se não tivemos um grande destaque individual, é visível a evolução do coletivo. É possível perceber um time compactado e dedicado como há muito não se via.
Ofensivamente fizemos pouco, tanto no primeiro tempo, quando o Coritiba manteve-se atrás, quanto no segundo tempo, quando o adversário tentou vir para cima do Fluminense e nos deu espaço para contra-ataques.
O Tricolor precisa criar alternativas para jogos contra times de menor expressão no Maracanã. A tendência é que todos venham com a mesma postura para nos enfrentar. Nosso primeiro gol, o responsável por abrir espaços a partir dele, saiu numa bobeira do adversário que nem sempre vai acontecer.
Com a vitória, estamos nesse momento no quinto lugar (perdemos no saldo para Atlético/MG e São Paulo). Tirando o desastre de Brasília, estamos cumprindo um belo início de campeonato.
A torcida mais uma vez fez a festa. A tendência é que se o time mantiver a disposição com que está jogando, a torcida compre cada vez mais a ideia de ir ao estádio e apoiar o time. Hoje já foram 23 mil pagantes e 28 mil presentes. Domingo o público certamente será maior.
Confesso que esse time do Enderson está me surpreendendo positivamente. Depois de muito tempo vejo os jogadores honrando nossa camisa. Ganhar ou perder faz parte do esporte, a torcida exige apenas que quem tiver o privilégio de defender um clube com a história do nosso clube o faça com dignidade e saia de campo exaurido até o limite.
Panorama Tricolor
@Panoramatri @Mvivone
Imagem: lancenet
Muito bom o artigo.Também tive a mesma visão. Se o time corresponder a torcida chega junto.