Fluminense 1 x 2 Chapecoense (por Paulo-Roberto Andel)

ANDEL RED NEW

Escrevi aqui na segunda, sem qualquer empáfia, o que toda a torcida já sabe: para galgar os primeiros postos de qualquer campeonato é preciso ter regularidade, quanto mais o Brasileirão. E aí estamos na noite de quinta-feira a procurar onde foi parar o futebol do segundo tempo de três dias atrás.

A regularidade é num todo: jogadores, comissão técnica, dirigentes e também a torcida. Se pensarmos bem, bem mesmo, com sinceridade, esse quarteto está desalinhado há tempos, vivendo de brilhos efêmeros: aquele mês do Cristóvão, aquele começo do Enderson, o tempo da Primeira Liga. E a empolgante segunda-feira passada.

Mal começou a partida, o Fluminense deu as cartas com seu gol na boa cabeçada de Cícero, animando a todos e fazendo um bom primeiro tempo contra um adversário fechado e tinhoso nos contragolpes. Sinceramente, eu achava que o jogo contra a Chapecoense seria mais difícil para nós depois da goleada na segunda: o Atlético é um timaço mas jogou mal e paradão. Descemos para o intervalo com a vantagem mínima e precisando manter o padrão.

Deu ruim: o Flu foi detonado pela noite infeliz de Levir, perdeu o rumo depois do empate da Chape – gol sofrido abate sim! – e bem antes da virada catarinense já dava para olhar o jogo de esguelha, meio de nariz torcido. Não há contradição: o torcedor não é burro e xingou porque sente o jogo melhor do que ninguém. Se o mundo inteiro está contra você, se você não for um gênio como Pablo Picasso, Leonardo Da Vinci ou Miles Davis – Hermeto Pascoal também! -, um pouquinho de humildade e simancol não custam nada.

Nada está perdido no campeonato japonês de futebol do Brasil. Era uma chance de chegar junto e desperdiçamos. A maldita regularidade é que foge de nossas mãos nos momentos mais inconvenientes. Sim, não é nada do outro mundo vencer o Grêmio em crise no domingo, mas fica o gosto amargo de que aquele nocaute em cima do Galo foi um ponto na estrada – e não ela própria.

Mais uma vez: por mais que Levir tenha realizado substituições extraterrestres – e estuprado o esquema -, precisamos ver a questão do Fluminense sob perspectiva, do alto, sem aplaudir ou xingar o primeiro print da tela do campo. Ainda torço, ainda acredito, mas a quarta temporada irregular me incomoda pacas.

A Chape merece todo respeito, mais seis jogos sem vencê-la é um tanto demais, ao menos para os torcedores do passado feito eu. Demais feito esse rapaz, o Ceifador, a quem não quero mal, mas que é inferior tecnicamente a todos os atacantes de finalização que vi em 40 anos, inclusive em 1999.

NOTA: Esta coluna foi publicada cerca de 15 minutos antes da desastradíssima entrevista coletiva do Sr. Levir Culpi. A própria entrevista fala por si. O Fluminense é algo sério demais para manter profissionais desinteressados de qualquer natureza – sem contar os absolutamente incapazes. A irregularidade não se limita ao campo. Se Levir não faz questão de trabalhar no Fluminense, que vá para o inferno com sua língua de trapo. No entanto, o número de treinadores tricolores desde a saída de Abel Braga ajuda a entender não somente o ponto que foi a má atuação de ontem, mas a estrada inteira.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap

8 Comments

  1. É pessoal, a menos que a sorte prevaleça ao burro e ganhemos as próximas 13 partidas, ficaremos pelo meio da tabela mesmo. ST

  2. Entendo os exageros não só seus mas dos outros tricolores em geral.
    Mas acho que estamos naquela situação , ganhou é bestial, um verdadeiro gênio; perdeu é uma besta, não serve mais .
    Não achei as substituições ruins, elas tinham uma lógica mas simplesmente não funcionaram.
    E acho que não funcionaram por detalhes individuais e insegurança coletiva.
    O garoto Ayrton entrou mal , o Maranhão não encontrou espaços e o Ceifador não recebeu a bola decisiva.
    Estou com o Levir até o fim do ano.

    1. Andel: Waldo, todo respeito à sua opinião. No entanto, acho que você foi reducionista ao apontar algum exagero meu. Creio que nenhum tricolor esteja satisfeito com quatro anos de irregularidade e esse foi o mote da coluna, inclusive destacado claramente na nota publicada. Não faço parte dos que acham normal sermos fregueses da Chapecoense, com todo respeito ao time catarinense. E nem dos eventuais apoiadores de Henrique Ceifador.

      “Esta coluna foi publicada cerca de 15 minutos antes da desastradíssima entrevista coletiva do Sr. Levir Culpi. A própria entrevista fala por si. O Fluminense é algo sério demais para manter profissionais desinteressados de qualquer natureza – sem contar os absolutamente incapazes. A irregularidade não se limita ao campo. Se Levir não faz questão de trabalhar no Fluminense, que vá para o inferno com sua língua de trapo. No entanto, o número de treinadores tricolores desde a saída de Abel Braga ajuda a entender não somente o ponto que foi a má atuação de ontem, mas a estrada inteira.”

      ST

  3. Interessante é que a culpa é sempre do treinador. E quem o contrata??? E quem contrata essas barangas???? E quem insiste em afirmar que o trabalho de Xerém é bom???? E contra o “presidente”???? Contra esses ninguém faz campanha nas redes sociais né???

  4. Hola tricolores;
    E para alguns torcedores desde o passado, como eu e como você, e tantos outros, algumas coisas são indeléveis. Assim, vamos supor que por alguma razão – nesse caso irracional – no próximo ano o FLU ganhasse dessa Chepe de goleada, ainda assim não apagaria a condição de sermos seus fregueses! E para torcedores dessa estirpe, isso é grave, muito grave! Cara, desculpe, mas “Tô puto” com essa freguesia.
    ST

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