Fluminense 1 x 1 Boavista (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, decido fazer uma experiência diferente no jogo de hoje. Começo a escrever a análise faltando 30 minutos para começar o jogo.

Como assim, Savioli? Como é possível escrever sobre o que não aconteceu?

É verdade, não é possível analisar o que não aconteceu ainda, assim como é fato que a escalação anunciada é um fato e é sobre ele que quero me debruçar.

Aconteceu em 2022 um fato curioso no Fluminense. Tínhamos, na ocasião, um Time A e um Time B. O primeiro era encarregado de disputar a Pré-Libertadores depois de algumas atuações questionáveis no início do Flamengão. O segundo só entrou em campo lá pela quarta ou quinta rodada, trilhando uma jornada de vitórias que nos levaram ao título da Taça Guanabara.

O Time A, o da Libertadores, tinha como característica nos deixar com aquele aperto no peito. Lembro-me desse sentimento assistindo, no Engenhão, à primeira partida contra o Olímpia, cujo primeiro tempo me proporcionou momentos de apatia na arquibancada.

Lembro-me, também, da grande expectativa que tinha sempre que o Time B ia entrar em campo, com seu futebol envolvente, de toque de bola, pressão na saída adversária, aproximações, movimentações e trocas de passes inteligentes.

Não é o que ocorre hoje. Esperamos, para conforto de nossos corações, por grandes atuações do Time A, que, dentro das nuances de uma partida de futebol, nos parece confiável e digno de provocar entusiasmo.

Quanto ao Time B, há mais curiosidade do que expectativa por grandes exibições, embora elas não devam estar descartadas. Digo que não devem estar descartadas porque precisaremos de um Time B competitivo para atravessar a temporada, algo que nos faltou no ano passado a partir do momento em que Time B e Time A se fundiram para uma travessia bastante satisfatória e um futebol, quase sempre, de alto nível.

Ao passo que Diniz preferiu sempre levar o que tinha de melhor para as partidas, uma opção que considero questionável, mas respeito, vindo a mesma de quem vem, em cujo trabalho confio muito, e tendo em vista o perfil do elenco que tínhamos.

Partindo da premissa de que precisamos de jogos como o de hoje para que o treinador possa observar peças que sejam capazes de se incorporar aos 15 ou 16 elementos titulares, vejo a escalação com alguma preocupação, haja vista não constar entre os titulares de hoje nenhum jogador de Xerém. Está ausente, inclusive, o Giovanni, que foi quem mais chamou atenção, iniciando, inclusive, a última partida como titular no Time A.

Pois é justamente o manancial de Xerém, que sempre nos socorre nos momentos de dúvidas e aflições, que deveria estar sendo testado de forma mais sistemática, para encontrarmos boas surpresas para a jornada que ora se inicia. E para a formação de um Time B confiável, capaz de vencer partidas importantes, enquanto o Time A tem mais tempo para treinar e se preparar.

Termino aqui minha inédita análise preliminar numa crônica que visa analisar o jogo, em si.

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Bola rolando, o Boavista deixou claro qual era sua visão de jogo: defender e jogar por uma bola. Defendeu-se muito bem, se aproveitando da falta de inspiração das linhas de criação tricolores, mas acabou surpreendido já no final da primeira etapa com uma falha do sistema defensivo, que acabou acarretando o gol contra, que deixou o Flu na frente.

O jogo não mudou no segundo tempo, quaisquer que fossem as alterações promovidas por Diniz, até porque o Boavista teve um jogador expulso logo no início dos 45 minutos finais.

Verdade seja dita, se o Fluminense houvesse vencido por três ou quatro a zero não seria nenhum absurdo, tamanha a falta de ambição da equipa de Bacaxá. Um time que jogou quase 90 minutos dando a bola para o adversário rondar sua área, estacionando um ônibus verde por ali. É correr um grande risco, como aconteceu no primeiro gol.

A situação até piorou na segunda etapa, quando o Fluminense até executava tramas interessantes, que dificultavam ainda mais a estratégia. Só que a bola não entrou e foi o Fluminense quem se colocou em risco a partir daí, porque qualquer bola vadia poderia nos roubar a vitória. E ela veio num lançamento do goleiro, em que Guga e David Braz falharam, deixando o atacante adversário sair na cara do nosso goleiro para empatar a partida.

Não vi nada que pudesse ser destacado no time do Fluminense. Keno foi preguiçoso, Alan pouco foi visto e os laterais estiveram abaixo da expectativa. Mais atuante e com boas viradas de jogo esteve Felipe Melo, com muita movimentação de Lima e Michel Araújo, embora a meiuca tricolor pouco tenha produzido.

Perdemos um ponto, paciência, domingo é o Botafogo, enfim um adversário mais pesado para quebrar a monotonia.

Esse Time B, como eu já previra, não empolga ninguém.

Saudações Tricolores!

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1 Comments

  1. Perdemos dois pontos. E se houvessemos aproveitado as chances criadas o gol levado no fim, nao teria essa importância toda….ST.

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