Fluminense 1 x 1 Atlético-MG – Na simplicidade de Marcão (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, o Fluminense da noite desta segunda mostrou pelo menos uma coisa: os temores relativos a rebaixamento são infundados. Nosso elenco continua tendo recursos para uma jornada no mínimo tranquila no Campeonato Brasileiro, embora devamos ambicionar mais que isso.

Jogamos contra o líder do campeonato e raramente se viu o jogo de um candidato ao título contra um candidato ao rebaixamento. A partida teve alternâncias, fomos sufocados durante os primeiros 25 minutos do segundo tempo, quando estávamos em vantagem, mas em momento algum se viu a tão propalada desproporção entre os times.

Marcão buscou resgatar sua consistência tática com Lucca fazendo um dos lados do campo. As únicas diferenças para o time que terminou a temporada passada sob seu comando foram André, no lugar de Nenê, e Samuel Xavier, no lugar de Calegari, que, aliás, cresceu de produção nas últimas duas partidas, tanto defensiva quanto ofensivamente.

A única mudança tática foi do 4-2-3-1 antigo para o 4-3-2-1 atual, que já fora iniciado com Roger, embora não de forma tão simétrica, como a experimentada por Marcão. Fred, enquanto esteve em campo, fez partida honesta, segurando a bola no ataque e afundando por dentro, em muitas ocasiões, para tentar abrir espaço para os ponteiros. Sua saída acabou sendo negativa, porque Abel não foi capaz de fazer o mesmo na segunda etapa e o Fluminense perdeu ofensivamente.

Até a entrada de Gabriel Teixeira, no lugar do exausto Luís Henrique, que fez partida exuberante no primeiro tempo, para flutuar à frente da nossa linha de volantes, recolocando o Fluminense no jogo, mas a noite de Gabriel foi para esquecer. Se conseguiu recolocar o Fluminense taticamente no jogo e puxar os contragolpes, desperdiçou-os todos com decisões erradas.

Estamos longe de querer queimar Gabriel, mas não se perde aquele gol daquela forma, que era o lance da partida. É coisa para ser conversada no vestiário. Dava para, com tanto espaço, dominar a bola e fuzilar o goleiro.

Ficou uma mensagem positiva para o jogo de quinta-feira. O Fluminense pode eliminar o Atlético na Copa do Brasil, sempre pode. Não é nada fácil, o time deles tem muitas peças de muita qualidade, mas a boa notícia é que nós também temos.

Roger deixou como legado para o Fluminense a ideia da trinca de volantes que marcam muito, mas também fazem a construção de jogo. Não tem nada a ver com aquele conceito de jogar com três volantes que jogam desarmando e dando a bola de volta para o adversário. André, Martinelli e Yago estão num patamar muito superior a isso. E com Marcão, sem Ganso e com simplicidade, nosso 4-3-2-1 ficou simétrico e funcional.

Gostei da estreia do Nonato, mas não entendi as entradas, simultâneas, de Nenê o Bobadilla, embora o Fluminense tenha, mesmo depois disso, reequilibrado as ações. Eu tenho dito que o Fluminense não deve temer ninguém, mas que deve ter coerência. Marcão foi coerente quase sempre, e, quando não pareceu ser, conseguiu obter desempenho do time mesmo assim.

Até quinta! Saudações Tricolores!

1 Comments

  1. Vamos torcer para não ser somente o efeito troca de técnico essa injeção de organização e empenho. O lado bom foi não ter ajudado Flamengo, como ajudamos ano passado quando além de quebrar o Paolo Guerrero ainda ganhamos as duas partidas contra o Colorado. Que vençamos o Galo para avançar na Copa do Brasil. Penso como você, que jogando como jogou ontem vamos escapar da Z4 e conseguir no mínimo a sulamericana.

    Saudações tricolores, Savioli.

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