Fluham E. O.: a decomposição do Fluminense a céu aberto (por Aloisio Senra)

Tricolores de sangue grená, estou convencido de que o intuito dessa gestão é vencer-nos pelo cansaço. A todos nós, torcedores. Cometer erros em sequência, ter posicionamentos contrários ao que se espera de quem dirige um clube do tamanho do Fluminense, omitir-se nos momentos ruins… tudo é meticulosamente planejado para nos cansar e nos fazer desistir, deixar pra lá. Tomaram o Fluminense de assalto, transformando-o em seu domínio exclusivo, roubando-o de seus torcedores e desfigurando-o até que eles não mais se identificassem com ele. É um processo que já está avançado, o de decomposição do Fluminense. O discurso de “não aguentamos mais” está em toda parte. A eliminação em Guayaquil foi só mais um soco na nossa cara, de tantos que já nos deram. Após mudarem o mascote de forma quase oficial, talvez pensem em mudar as cores, o escudo e o nome do clube, para aumentar a eficácia da dissociação. Sugiro que a cor seja apenas amarela, já que o Fluminense virou um amarelão do cacete, o escudo pode ter o formato da logo do Facebook, já que seus torcedores parecem estar apenas lá, e com as letras brancas, para simbolizar a chapa branca que está por toda parte, e o nome não pode ser outro senão Fluham E.O.

Como eu bem apontei aqui, a demissão de Roger Machado era questão de tempo, mas foi necessário que passássemos vexame para que ela fosse concretizada. A estrada para o título que não temos era de apenas quatro jogos. Voltamos à estaca zero. Nossas forças se voltam, obviamente, para o Campeonato Brasileiro, no qual Roger nos deixou em posição extremamente desconfortável. O Fluminense fará uma dobradinha de jogos contra o Galo, sendo o primeiro nessa segunda-feira, pelo Brasileirão, e o outro na quinta-feira, pela Copa do Brasil. Sem dúvidas, o Fluminense é o azarão para essas partidas, pois foi nessa condição que Bittencourt e Cia o colocaram. O foco para essas partidas precisa ser total, pois duas vitórias – ainda que improváveis no atual cenário – “corrigem” o rumo do Fluminense no ano, colocando-o de volta aos trilhos. No Brasileirão, teremos outros três adversários após o Galo (Bahia, Chapecoense e Juventude) em que é possível pensar em três vitórias se jogarmos mais do que temos jogado até aqui, e quatro vitórias nos catapultarão aos 29 pontos ao fim do primeiro turno, provavelmente na primeira metade da tabela e próximos do G6.

Mas isso é o que os torcedores do Fluminense F. C. esperam. O pessoal do Fluham E.O. ficará provavelmente satisfeito com dois empates contra o Galo, ou até uma derrota em que tenhamos “vendido caro” o resultado. Depois, vai exigir vitória mesmo só nos jogos em casa, já que contra a Chapecoense, última colocada AINDA SEM VITÓRIAS e virtual rebaixada, jogaremos fora. Aí um empate tá valendo. Se nós, torcedores do Fluzão, almejamos nada menos que o título da Copa do Brasil e uma vaga na Libertadores do ano que vem, além de uma posição honrosa no Brasileiro (que possibilitaria uma vaga na Liberta de qualquer jeito), o povo do Fluham já pensa em voltar a disputar a Copa Sul-Americana, já que não tem como passar pelo Galo na Copa do Brasil. Traçarão gráficos, falarão do investimento absurdo do nosso rival, mencionarão o fato de um interino treinar o time e justificarão de todas as maneiras as nossas limitações e pouca ambição. Logo, torcedor do Flu, está na hora de reafirmar sua torcida. Afinal, para quem você torce? Para o Fluminense, de Castilho, Waldo, Edinho, Washington, Assis e Ézio, ou para o Fluham, de Mário Bittencourt e Paulo Angioni? A decisão é sua. E o futuro do Fluminense, mais do que nunca, está em suas mãos.

Curtas:

– John Arias disputará posição com Benjamin Button e Cazares Cachaça, já que Ganso, atualmente quem jogava para ser titular, acabou se lesionando, infelizmente (e desejo sua pronta recuperação). Se não conseguir a titularidade, ou é porque não joga mesmo nada e foi mais uma aposta furada, ou um dos motivos para a queda de Roger foi justamente ter barrado o astro da terceira idade do Fluham. Aguardemos.

– Com a infeliz lesão de Yago, Nonato deve ser testado ali à exaustão para que não corramos o risco de ver Wellington entrar com as nossas cores em alguma outra oportunidade.

– Marcão terá uma oportunidade única para provar para todos nós que não há esse negócio de escalações impostas pela diretoria (hahahahaha). Bastará trazer pelo menos Jefté e Wallace para integrarem o elenco e começarem a ganhar chances. Podem vir outros, mas esses são os mais gritantes.

– Já Kayky cada vez mais me parece com a cabeça no Manchester City e cada vez menos no Fluminense. Talvez seja o momento de liberá-lo para a Inglaterra e pensar em alguma outra cria de Xerém para sua vaga. Com certeza há jogadores doidos por uma oportunidade de provar seu valor no time titular.

– Seja quem for o próximo treinador do Fluminense, uma coisa é certa: Egídio, Danilo Barcelos, Wellington, Hudson, Nenê, Cazares, Lucca, Matheus Ferraz e Bobadilla não deveriam permanecer para a próxima temporada do Fluminense. Marcos Felipe, Matheus Martins e Abel Hernández, apesar de ainda merecerem um voto de confiança, começam a me desapontar um pouco. Nosso goleiro, apesar de ter muita qualidade, tem se notabilizado por algumas falhas pontuais em jogos decisivos, e acredito que suas atuações na Copa do Brasil podem definir o seu futuro como titular do clube.

– Embora Vojvoda fosse minha primeira opção como treinador devido ao trabalho fantástico que realiza no Fortaleza, seria difícil convencê-lo a romper o contrato (recusou o Boca quando estava no La Calera por essa razão). Gabriel Heinze, cujo último clube foi o Atlanta dos Estados Unidos, fez um excelente trabalho de três anos no Vélez, que desmontou com a saída dele. Eu apostaria nele. Mas conhecendo Bittencourt e seus blue caps, possivelmente virá algum nome para nos fazer passar raiva, caso não efetivem o Marcão.

– Palpites para as próximas partidas: Fluminense 2 x 1 Atlético-MG; Fluminense 2 x 1 Atlético-MG.

3 Comments

  1. Comparar o péssimo nenê com “Benjamin Button e um astro da terceira idade” foi sensacional. Quanto à sua análise, achei perfeita sua visão do que hoje está acontecendo no Fluminense. Parabéns e forte abraço.

  2. A reformulação do departamento de futebol precisa passar pelo preparador de goleiro.
    Todos os goleiros cometem os mesmos erros. Portanto, fica claro que o problema maior está na preparação inadequada.

    1. Henrique, obrigado por seu comentário.

      Não tenho uma opinião formada sobre isso, mas é possível, sim, que você esteja com a razão. Acho que os problemas do Marcos Felipe podem ser corrigidos com um bom trabalho de preparação. ST!

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