Flu x Inter, para vingar 1975 (por Paulo Rocha)

Os clássicos interestaduais possuem uma magia própria, diferente das rivalidades regionais, porém com uma rica história e jogos que entraram para a antologia do futebol brasileiro. E assim é Fluminense x Internacional, duelo que vale vaga na grande decisão da Libertadores e terá seu primeiro round na noite desta quarta-feira, no Maracanã.

O primeiro confronto entre os dois me leva de volta à infância e marca uma de minhas grandes tristezas de menino. Eu tinha 11 anos e não acreditava que a primeira formação da Máquina Tricolor de Francisco Horta pudesse perder para o time gaúcho no Maraca, na semifinal do Campeonato Brasileiro. Mas perdeu, e de forma humilhante, um 2 a 0 fechado com uma caneta “horrível” de Paulo César Carpegiani em cima de Silveira antes que a bola estufasse a rede.

Na final da Libertadores de 2008, eu estava trabalhando no jogo que perdemos nos pênaltis para a LDU. Ao subir no elevador que levava à Tribuna de Imprensa, encontrei com Paulo Roberto Falcão, então comentarista, o maior jogador que vi vestir a camisa colorada e integrante daquele time de 1975. Comentei sobre a tristeza que senti em 1975 e ele, gentilmente, me explicou que, naquele dia, o Fluminense tinha subestimado o Inter.

Muitos outros duelos se passaram depois. Da roubalheira da final da Copa do Brasil de 1992 até as vitórias tricolores nos anos da patrocinadora endinheirada. Mas até hoje sinto que o Fluminense ainda deve aos seus torcedores a vingança por 1975. Sei que grande parte dos que lerem essa coluna só sabe daquele jogo pelo que pesquisou, ou ouviu contado pelos pais e avós. Mas são jogos como este que criam místicas, que se tornam eternos, imortais.

Este Tricolor não é aquele de Rivellino, Paulo Cézar e companhia. Tampouco é uma Máquina. Assim como o Colorado não chega nem perto do esquadrão de Falcão e Figueroa. Mas estão ali as duas célebres camisas, escrevendo mais um capítulo da história do nosso futebol. Que o Fluminense não subestime o Inter dessa vez.

1 Comments

  1. Estive naquele domingo vendo a máquina ser parada por Caçapava. E o inter ainda tinha Flavio e Lula. Mas hoje vamos tirar o inter da libertadores.

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