Flu sem descanso (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, em minha última coluna citei o tempo que o Fluminense teria de descanso entre o último compromisso, contra o Luverdense no Maracanã, e a estreia do Brasileirão contra o Goiás. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e, após garantirmos nossa classificação com o placar de 2 a 0 (que era meu palpite), e que ficou de bom tamanho devido às péssimas condições do gramado por conta da chuva, principalmente no primeiro tempo, o sorteio dos jogos da quarta fase da Copa do Brasil acabaram com qualquer perspectiva de folga mais extensa para comissão técnica e jogadores. Enfrentaremos, portanto, o Santa Cruz no Maracanã na quarta-feira próxima, dia 17 de abril, e o jogo da volta será logo na semana seguinte, no Arruda, porém na quinta-feira, dia 25. Teremos que decidir nossa vida na competição nacional nas próximas duas semanas, sem tempo para respirar ou treinar direito, o que é ruim. Por outro lado, não haverá a possibilidade de os jogadores perderem ritmo de jogo, o que é bom.

Mesmo com esse revés, Diniz terá duas semanas quase cheias para trabalhar o elenco, já que haverá apenas um jogo em cada uma delas (até o compromisso pelo Brasileirão). Não é muito, mas é melhor do que nada. Será uma boa oportunidade para testar os recém-chegados ao elenco, casos do atacante Ewandro e do meio-campista Léo Artur, bem como outros que ainda não tiveram muitas chances (ou nenhuma chance) como Igor Julião, Luiz Fernando, Caio e Zé Ricardo. Nosso treinador perdeu uma boa oportunidade de rodar mais esse elenco para saber o que esperar de cada um, e agora terá menos tempo e menos chances para realizar experiências. Também é aconselhável dar espaço a Pablo Dyego, Matheus Gonçalves e Calazans, já que Everaldo provavelmente não vai continuar no Fluminense. Dessa forma, se Diniz quiser manter o mesmo esquema tático, terá que achar um substituto para ele no elenco. Mas acho difícil que o 4-3-3 se mantenha, principalmente pela volta iminente de Pedro.

Com um centro-avante de respeito em campo e sem Everaldo, o mais provável é que Fernando Diniz escale o Fluminense num 4-4-2 clássico, com Ganso e Luciano (ou Léo Artur) fazendo a ligação para o ataque com Pedro e Yony González. Sim, nesse esquema o colombiano ficará mais à vontade, pois estará jogando da maneira que mais sabe, que é como atacante de velocidade. Se mantiver os três atacantes, deve deslocar Luciano para uma das pontas, manter Yony na outra e deixar Pedro centralizado, mas o problema é que na recomposição ele deixaria a desejar. Daí a necessidade de se testar outros. Eu estou animado para ver o time completo, com Digão voltando, Mascarenhas se firmando na esquerda, Allan e Caio Henrique eventualmente fazendo a volância (com Airton e Bruno Silva sendo bons reservas), um meio proativo com Ganso e mais um, e um ataque com Pedrão e o Speedy. Porém, mesmo assim, ainda teremos um calcanhar-de-aquiles: o goleiro.

Nada tenho contra a pessoa de Rodolfo, até simpatizo com a história de vida dele, mas não tem nível para ser titular do gol do Flu. Até acho que Agenor deva ser mais testado, mas vamos falar sério: falta um goleiro de peso. Recentemente, o Fluminense emitiu uma nota oficial desmentindo as supostas tratativas com Walter, goleiro reserva do Corinthians. É um bom nome, e é melhor que os goleiros que temos. Mas o ideal, se me perguntassem, seria trazer o Gatito Fernandez, atualmente no Botafogo. Este sim seria um goleiro que nos passaria segurança – e também ao time. Seja como for, se a ideia é não trazer mais ninguém, por que não testar Marcos Felipe, como até mesmo eu já tinha cobrado nessa coluna? É da base, está aí há alguns anos aguardando uma chance, e já passou da hora de tê-la. Se não vamos trazer ninguém, pelo menos que rodemos os goleiros para ver qual deles será o melhor para a posição. Rodolfo precisa perceber que possui concorrência.

Nosso adversário na Copa do Brasil está na Série C do Brasileirão. Embora tenha sido eliminado pelo Afogados (quem?) no Pernambucano, está indo bem na Copa do Nordeste. Se formos analisar os possíveis confrontos que o Fluminense teria, é notório que pegamos um adversário mais fraco. O Vasco, por exemplo, se deu mal e vai enfrentar o Santos. O Corinthians joga contra um clube da Série A também. Não é demérito passar por um time de menor investimento. Título é título, a taça ficará exposta para sempre nas Laranjeiras. Basta olhar nosso histórico de confrontos em 2007 para constatar isso. Por tudo o que já aconteceu até esse momento no ano, é obrigação do Fluminense passar pelo Santa Cruz. Diniz terá duas semanas para descobrir como fazer esse time jogar pra furar retrancas, porque é isso que os pernambucanos virão fazer aqui. O fim da regra do “gol fora de casa” possibilitou esse tipo de aberração. Todos ao Maraca na quarta, vamos à vitória!

Curtas:

– Será que alguém pode esclarecer essa “parceria” entre Flamengo e Fluminense para gerenciar o Maracanã, mas esclarecer de verdade? O que mais tem rolado é boato sobre esse assunto, e os piores dão conta que o Flu vai tomar (ou já tomou) uma rasteira do Flamengo e do governo do estado nesse negócio. É bom que os termos venham à tona por vias oficiais.

– Everaldo está se deixando levar por seu empresário. Vai chegar ao Corinthians para ser reserva. Aqui, seria titular muito possivelmente. Vários jogadores do Fluminense foram contratados pelo time paulista e sumiram. Abre o olho, barbudo…

-Palpite para o jogo de quarta: Fluminense 3 x 1 Santa Cruz.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

1 Comments

  1. Realmente, há chance de uma rasteira do Flamengo. Mas o culpado é o próprio Flu, que não tem as CND. Se as tivesse, teria assinado o contrato em igualdade de condições com o Fla. Mais uma lambança dessa diretoria corrupta é incompetente.

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