Flu 0 x 0 Corinthians (por Paulo-Roberto Andel)

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A jovem guarda

Chuva. Frio. Trem.

Os fiéis em polvorosa no Bar dos Esportes, outros admiráveis maníacos em cânticos no Loreninha, em frente à querida UERJ com poucas luzes.

A má fase.

O derrotismo do pré-rebaixamento para alguns, essencialmente os ausentes. Dez mil maníacos. Treze mil. Veio quem tinha que vir, bem melhor assim.

Retratos do empate de ontem entre Fluminense x Corinthians no Maracanã.

Não é que o tricolor tenha feito uma belíssima partida, mas os aplausos no apito final desenham o que aconteceu: mudança de atitude, de hábito. Um time que, se ainda está longe da grande velocidade, até pelas características dos jogadores, com certeza foi muito mais bem-posicionado e ativo do que no Fla-Flu.  De inicio, o 3-5-2 que desafogou de certa forma as pressões sobre Gum, Euzébio e Edinho. E a jovem guarda? Há muito tempo um garoto não estreava com tanta personalidade quanto Willian. Já Kenedy, ainda verde e indeciso. Ronan não teve o ímpeto de sua estreia em São Januário, mas não comprometeu.

Alguns velhos problemas continuaram à mostra: Felipe tem voltado demais para a marcação e, claro, acaba fisicamente. Continuamos sem penetração. E o ataque sem Fred é um arremedo. Mas a combatividade aumentou estupidamente e paramos de perder todas as bolas divididas na intermediária adversária – exceto quando Wagner entrou, já no fim da partida. Tudo fica mais difícil quando se enfrenta o atual campeão mundial de clubes – sim, muitos se esquecem! -, devidamente chancelado pela emissora de televisão que controla o futebol no Brasil. Sejamos claros: consórcio Globo-Corinthians, que ajuda a explicar a malemolência do árbitro André Castro em só mostrar cartões aos jogadores tricolores enquanto o Parque São Jorge baixava o sarrafo.

Fizemos um primeiro tempo regular. Luxemburgo não mexeu no intervalo, mas sim no decorrer do jogo em sua parte final. Tentou Samuel, Wagner e Biro-Biro. Não foi o suficiente para a vitória e a situação de tabela continua sofrível. Mas a expectativa dos jogos a seguir se tornaram muito melhores: tivemos atitude, vontade e principalmente sangue novo. Samuel perdeu um gol feito, para variar. Depois, Cavalieri foi o monstro habitual em grande defesa no finzinho, bola no canto direito. Tudo tinha ficado mais difícil quando perdemos Gum, merecidamente expulso depois de uma traulitada em cima de Emerson-Márcio-Sheik, o jogador de mil nomes e contratos complicados também.

Numa noite de muita aplicação e pouco brilho técnico, não se pode deixar de falar da atuação de Diguinho. Caso consiga uma sequência de jogos como este, será titular sem discussão. Incrível o futebol: ele tinha entrado de forma tão opaca no Fla-Flu há quatro dias e, logo em seguida, faz um partidaço: foi o melhor tricolor em campo, da partida também. Dribles, passes, viradas de jogo – estava irreconhecível.

Um momento engraçado: alguém sabe explicar porque, debaixo da espetacular lona de cobertura no Maracanã, choveu na cabeça de alguns torcedores? Talvez seja preciso mais um bilhão para reparar o problema.

Os maníacos aplaudiram. Este empate pode ser o primeiro passo de algo muito especial, quem sabe? Contra o mesmo Corinthians, numa mesma quarta-feira insossa, há quatro anos cumprimos um empate em situação muito pior. Estava tudo perdido. Éramos os pré-rebaixados. Meses depois, o Fluminense impôs sua condição de aríete diante de toda a picaretagem da imprensa esportiva, os paramatemáticos e os futriqueiros de plantão. Viramos um país de cabeça para baixo. Quem sabe o que vem pela frente? Há vitórias que enganam e derrotas injustas; o empate de ontem foi uma espécie de luz no fim do túnel – é que podemos reagir.

Se o medo de alguns tricolores estava no “provável” descenso em 2013, ele faleceu ontem. Vamos com tudo para Pernambuco.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: PRA

2 Comments

  1. Andel, aquele abraço….
    O consórcio( tirada brilhante a sua) tem bandeirinha exclusivo tb, vc reparou? o tal do houseman, ou coisa parecida, sempre é escalado nos jogos do consórcio e invariavelmente deixa a sua marca.
    E a vovó da Cruz Vermelha fazendo cara de paisagem…
    Ab e ST, Ulysses Burlamaqui.

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