Quase cinco da manhã de terça-feira. Ainda está bem escuro e frio, ao menos para o padrão carioca. Um ou outro carro corta a madrugada do Centro.

Ok, já é Fla x Flu.

Mais um neste ano de 2023.

Até aqui, temos nos dado bem. Quando foi preciso, detonamos.

Não é uma decisão, mas um jogo decisivo como todos pela Copa do Brasil. E, pela primeira vez em mais de 30 anos de competição, os dois clubes se cruzam.

Já falei muitas vezes que o Fla x Flu era como o leão e o tigre andando numa calçada de Nova York, como escreveu Tom Wolfe. Mas hoje os dois nobres animais vão trocar tapas e até socos pela bola, dentro de campo, sem violência.

Além do ineditismo pela Copa do Brasil, imagino que não houve um período com tantos Fla x Flus próximos. Desde 08 de março até o próximo 01 de junho terão sido cinco confrontos entre as duas agremiações.

E, claro, eles estão mordidos. Putos, na verdade. Nós somos a mosca na sopa. Vencemos a Taça Guanabara depois de um primeiro tempo horrível. Na final, em desvantagem, conseguimos reverter o resultado e aplicar o maior massacre da história das decisões Fla x Flu.

Ficar sem Alexsander doeu na alma, mas pelo menos Martinelli estará à disposição. O resto é o de sempre, a base que vem dando show pelo Brasil agora.

Pelo momento e pelo futebol, somos favoritos. Agora é confirmar isso dentro de campo, em dois clássicos abarrotados, que vão fazer o Rio e o Brasil prestarem atenção. Muita atenção.

Cinco da manhã. Será que cabe um cochilo antes da ida para o trabalho? É que o dia ainda será longo.

Nesta terça, fica decretado o adiamento por 24 horas de todos os problemas e aflições. Amanhã a gente continua. Hoje, o foco é 150% no Fluzão.

Ficam de lado as ameaças e medos, a melancolia e a depressão, a dor e a barbárie. Hoje tem o maior jogo do mundo e há muito a ser vivido.

Cinco Fla x Flus em menos de três meses. Isso ainda vai dar repercussão. E livros, claro.