Fla-Flu: outras palavras (por Paulo-Roberto Andel)

fla flu jb cpdoc 12

O JOGO DE LOGO MAIS

Mais um confronto daqueles que podem ajudar a indicar o leme do Fluminense para 2016. Continua cedo para julgamentos, mas alguns problemas são crônicos, enquanto algumas soluções parecem surgir no fim do túnel.

Naturalmente o Flu sai fortalecido do meio de semana: jogou melhor contra o Cruzeiro, venceu com autoridade e Diego Souza fez um partidaço – seu espírito de luta declarado no intervalo da última quarta-feira não deixou dúvidas, algo louvado pela torcida. Já o Flamengo venceu o América Mineiro sem convencer. Mas o mesmo fortalecimento só vale se for repetido em campo. Diego é a grande esperança tricolor em campo, ao lado de Fred.

É clássico. Duas camisas centenárias em campo, pouco importando se o passado e os craques foram melhores. O Fla-Flu nunca termina, é o clássico que nunca dorme. Nos nomes, o Fluminense tem mais elenco; na cancha, os times ainda se equivalem. As duas defesas batem cabeça.

À beira do campo, Muricy é mais treinador. Por isso mesmo, vencê-lo tem sabor especial.

O pessoal de Brasília vai se divertir enquanto o Maracanã é rock and roll e cidade olímpica. Antigamente, jogava-se lá por ordem dos generais da ditadura. Agora, mesmo com o risco do elefante branco, é uma bela praça para o maior clássico da história do futebol brasileiro, queira Eurico ou não.

HISTÓRIAS DO FLA-FLU

Em 13/09/1960, o jovem Gérson, já firmado na Gávea, estreava em um Fla-Flu. Tricolorzaço, pensava no sufoco que seria ver seu amor do outro lado da arquibancada. Contudo, era sua grande chance profissional e a paixão pelo Tricolor precisava ficar de lado. Pior ainda: encarar seu ídolo Castilho de frente.

O jogo começa duro, nas intermediárias e surge um lance na área tricolor. Gérson disputa com Castilho, o goleiro leva a melhor, o garoto desaba no gramado. Duas costelas costelas avariadas, justamente contra o seu maior herói.

Anos depois, o mitológico arqueiro tricolor encerrou a carreira. Gérson veio a se tornar um dos maiores jogadores da história do nosso futebol, encerrando a carreira nas Laranjeiras. Ídolo e fã. Dois tricolorzaços.

Muitas e muitas vezes, entre 1960 e 1987, encontraram-se nos bastidores da vida: Maracanã, Fluminense, rádios e outros. Em todas elas, absolutamente todas, Castilho vinha cumprimentar o Canhotinha com um pedido de desculpas por aquele acidente de jogo. Ninguém é ídolo à toa: é preciso mais do que talento. Imagine o fã que recebeu desculpas do ídolo por quase três décadas?

Gérson me contou essa e outras histórias que serão publicadas em livro. São mais de 60 entrevistados.

Sérgio Britto, o monumental ator de teatro, foi a única pessoa que conheci das que estiveram no fantástico Fla-Flu da Lagoa em 1941. E vaticinou: “Essa história do Fluminense ter melado o jogo chutando bolas na água é uma farsa. No máximo foram duas. Inventaram essa desculpa para explicar a perda do campeonato”.

Tudo tem seu tempo.

fla flu jb gerson doval

ÉDSON

Um dos melhores jogadores de 2014, com bom desempenho em 2015, tendo a torcida urrado por sua contratação, virou peça descartável e pode estar de saída do clube.

Por mais que o jovem Douglas tenha entrado bem, além do veterano Pierre estar dando conta do recado, o descarte de Édson não parece algo razoável quando se pensa na palavra “planejamento”.

ADEUS, RMP

Acabou uma das maiores trincheiras da Flapress em quase quatro décadas. RMP prestou inúmeros desserviços ao futebol carioca e brasileiro, especialmente contra o Fluminense – que, institucionalmente falando, sempre se calou diante de tantas mentiras, falácias e agressões advindas do fagueiro enviado rubro-negro.

O jornalismo esportivo GLS perde um de seus próceres.

Tremenda maldade dizerem que o Bagá virou baguete. O mesmo para um suposto e-mail cujo título seria “Rê, você está demitida”. Menos, pessoal.

PALAVRAS DE UMBERTO ECO

“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel”.

Ao mestre Eco, que descanse em paz.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra/cpdoc jb

fla flu jb cpdoc 3

1 Comments

Comments are closed.