Finados (por Walace Cestari)

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Um espectro paira no ar. Nada alvissareiro, entretanto. Confusões, desmandos, exasperos. Luxemburgo é alvo, é seta. Vive a volta dos que não foram. Técnico, equipe, direção e patrocinador, todos na corda bamba. Sem equilíbrio. Artistas que esqueceram seus papéis em plena cena. Fechem as cortinas. Que se abram as portas da esperança.

E virá o domingo. Fla-Flu. Logo o clássico! Oportunidade? Crise? Obrigação? Só dúvidas. E algumas dívidas. O Fluminense virou a OGX do futebol: em menos de um ano, o bicampeão brasileiro vê seu futebol reduzido a centavos. Altos salários, baixo rendimento. As estrelas se apagaram e o time virou promessa. Daquelas que não se pagam. Somos um escritório repleto de estagiários.

Como entender o que aconteceu em nosso segundo semestre? Terá sido a consequência natural do início do ano? Será uma daquelas fases inexplicáveis? Azar, incompetência ou tudo junto? O destino anda brincando com o coração da torcida. O Tricolor é um amante volúvel que flerta com a taça-princesa de igual volúpia como canta a queda-meretriz. Ah! E como essa mundana anda se oferecendo a nós!

Tudo parecia ser reviravolta em setembro. O setembro mágico, como nomeou brilhantemente sir Rods, o arauto tricolor. Vitórias, elogios, sorrisos nas Laranjeiras. O Bruxo chegou perto de sua pedra filosofal. Mas, como todo encanto, acabou. Não havia ossos a transmutar mais para nosso Flammel, ou então fora nosso canto do cisne.

E veio outubro. No mês das bruxas, o nosso perdeu seus poderes. A massa desandou. Contusões e confusões. Derrotas e o Z-4 cada vez mais perto. A cereja de um bolo solado: a briga política entre um desinteressado patrocinador e um vacilante presidente. Viramos caricaturas de nós mesmos.

Que venha novembro, que venha o Flamengo. Um dia depois de finados: estaremos mortos? Não tenho dúvidas de que os abutres da imprensa já preparam suas manchetes e vaticinam nossa queda. Mas este é o Fluminense. Já fomos por diversas ocasiões o finado do dia. Estamos destroçados. Viramos cinza. Entretanto, tricolores, lembremo-nos de que somos igualmente a Fênix do esporte bretão. Domingo, das cinzas ao renascimento. Independentemente dos fatos. Azar o dos fatos. Somos o Fluminense, levantaremos da tumba em que nos colocamos. Nosso destino: renascer. Alguém duvida? Portanto, tricolores, uni-vos!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

4 Comments

  1. Como sempre a Fênix do Futebol, na visão da frapress se levantará e voará altaneira para voos bem altos. ST

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