Filme repetido, clube ressentido (por Marcelo Savioli)

Fluminense e Vasco, nos últimos tempos, tem cara de mesma coisa. Parece que a história é sempre a mesma. Tem polêmica, bate-boca, briga por causa do Setor Sul, o Fluminense tem 70% de posse de bola, perde dois ou três gols feitos e o Vasco vence a partida.

Faltou um ingrediente no jogo de ontem, que foi o apito amigo. Dessa vez o árbitro da partida não vestiu a camisa, ao contrário do que aconteceu em Brasília.

Começando pelas polêmicas, essa briga por setor Sul já encheu o saco. A gente precisa acabar de vez com esse negócio de querer que contratos sejam cumpridos, que a lei seja cumprida. Aqui é Brasil, gente. A gente quer pensar com cabeça de século XXI em pleno século XIV. Não pode dar certo.

Desculpe, mas não tem com abordar esse assunto de outra forma.

Quanto à repercussão das canções cantadas pelo jogador do Vasco, que viralizaram, mais uma vez, é a mesma coisa. Eu sempre achei legal a campanha que a torcida do Vasco faz contra a homofobia na arquibancada. Só que o rapaz não entendeu. Ele pensou que a música fosse para ofender a torcida rival.

Só que o problema todo é que ele não é torcedor. Se fosse há dez anos atrás, eu acharia canções com homofobia a coisa mais normal do mundo. Eu acho que é legal essa repercussão, porque serve como medida educativa. Depois o cara teve que se retratar. Isso mostra que há uma grande parte da sociedade que já não tem mais muito estômago para coisas como racismo, homofobia e outras bizarrices que a gente vê por aí.

Mas é aquilo que eu digo. Nós estamos com a cabeça no século XXI, enquanto outra grande parte da sociedade está no século XIX, tem gente que ainda não chegou nem na Revolução Francesa. É difícil cobrar dessas pessoas um nível aceitável de civilidade. Eu acho que a torcida do Vasco deve continuar cantando sua canção preferida e fazendo propaganda contra a homofobia. E que a nossa sociedade, o quanto antes, supere a homofobia e outras coisas esquisitas que a gente anda vendo por aí.

Quanto ao jogo, eu podia simplesmente pegar a coluna do jogo em Brasília e colar aqui. Pronto, serviço feito. Parece que eu estava vendo o mesmo jogo. Fluminense com 72% de posse de bola, criou três ou quatro chances valiosas para vencer o jogo e o Vasco, na única oportunidade de gol que teve, ninguém deu em bola e o Rodolfo, que estava mal posicionado na hora da cobrança, acabou aceitando.

Eu acho que nas últimas décadas o Vasco, sempre que entra em campo para enfrentar o Fluminense, joga o jogo da vida. Percebam que até mesmo a torcida deles funciona assim. Você tem 70 jogos no ano, quatro campeonatos diferentes, mas tudo é pano de fundo para o que realmente importa, que é vencer o Fluminense. Os caras ele vão na bola, se não der, vão no apito, e, se nem no apito conseguirem, recorrem ao sobrenatural.

Porque amigas, amigos, tem algo de sobrenatural quando um time encurrala o outro duas vezes e perde sem conseguir fazer um único gol. Eu espero que o Fluminense esteja guardando os gols para os duelos do Brasileiro.

No mais, não tem muito mistério. O Fluminense joga, hoje, o melhor futebol do Rio de Janeiro e ainda pode evoluir muito. Existe a expectativa de que o Flamengo também evolua, mas o Vasco já garantiu a vantagem do empate nas semifinais do Flamengão. Sim, mas isso significa o que? Nada. Para falar a verdade, não significa nada. Não dá para levar a sério esse campeonato. A gente tem mais é que aproveitar essas partidas contra Vasco e Flamengo para testar nosso poderio.

Além disso, tem gente chegando e tem gente voltando à equipe. A questão é essa.  Foco no Brasileiro, que é o campeonato que precisamos ganhar, porque já são sete anos de jejum. Além disso, logo começam as pedreiras na Copa do Brasil e na Sul-Americana.

Quanto ao Vasco, acho que o clube precisa superar esse ressentimento com relação ao Fluminense. Não adianta nada dar a vida para ganhar do Fluminense e brigar contra o rebaixamento todo ano. Eu acho que anos de Eurico Miranda contaminaram o clube de um modo irreversível. Aquele vale tudo da era Eurico amesquinhou o Vasco como instituição, incluindo a torcida.

Melhoras!

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

3 Comments

  1. Boa noite, Savioli.

    Ótimo texto. Somos infelizmente o último resquício (respiro) da grandeza do Vasco. Se não fosse o Fluminense, o Vasco seria rebaixado todos o anos. Extraia 6 pontos do Vasco, das últimas campanhas no BR, provenientes de vitórias seguidas contra o Fluminense, e veja se completariam o mínimo de pontos, para se manter na primeira divisão. Desisti de entender, sobretudo porque cresci vendo o Vasco ser o nosso principal freguês. Enfim, sigamos em frente! S.T.

  2. Perfeito. Algo de muito ruim acontecerá ao Vasco, ao seu presidente canalha, aos jogadores canalhas e à parte canalha de sua torcida, a que acha que os fins justificam os meios.

    É praga que estou rogando? Não. Bata olhar o futebol que estão jogando.

    Alberto Valentim conseguiu armar um dos times mais medíocres que já vi um grande clube colocar em campo num jogo decisivo.

    Podem até ganhar todas as partidas contra a gente, fazendo uso dos estratagemas de sempre, mas nenhum time com…

    1. Boa noite, Savioli.

      Ótimo texto. Somos infelizmente o último resquício (respiro) da grandeza do Vasco. Se não fosse o Fluminense, o Vasco seria rebaixado todos o anos. Extraia 6 pontos do Vasco, das últimas campanhas no BR, provenientes de vitórias seguidas contra o Fluminense, e veja se completariam o mínimo de pontos, para se manter na primeira divisão. Desisti de entender, sobretudo porque cresci vendo o Vasco ser o nosso principal freguês. Enfim, sigamos em frente! S.T.

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