Protagonismo com figurantes? (por Robertinho Silva)

Primeiros dias de 2023, e as investidas do Tricolor no mercado não são tão animadoras. No que tange à aquisição de jogadores, faz anos que o Fluminense não contrata um único jogador que seja protagonista no seu clube de origem. Geralmente, são reservas, desconhecidos, figurantes que rapidamente são alçados à posição de “reforços”.

Dos sete contratados até aqui, apenas dois jogadores possuem status de titular. Jorge, que chega do Palmeiras por empréstimo, para assumir a posição mais contestada de 2022, a lateral esquerda. O outro é o atacante Keno, que veio do Atlético Mineiro após um ano muito irregular, marcado por inúmeros problemas físicos, para o lugar do jovem Matheus Martins, negociado recentemente com a Udinese da Itália e repassado ao Watford da Inglaterra por empréstimo. O mais curioso dessa contratação é que os cofres tricolores serão onerados em R$ 5,6 milhões em um atleta de 34 anos, que daqui a seis meses poderia vir de graça. Porém, se conseguir se livrar das lesões, pode ser útil.

Guga também se enquadra nesse perfil de jogadores que não são protagonistas em seus clubes de origem. O Fluminense gastou cerca de 1,5 milhão de euros em um lateral que era reserva do Atlético Mineiro. Jogador que era bastante contestado em Belo Horizonte. De bom mesmo, só a idade. Era mais fácil revelar um lateral direito na base, ou até mesmo permanecer com Calegari.

Em forma de “gratidão” ao novo “parceiro comercial”, o Atlético Mineiro também cedeu por empréstimo o zagueiro Vitor Mendes. O defensor disputou apenas três partidas pelo time mineiro até ser emprestado ao Juventude, clube que já tinha defendido em 2021. Chegou a ser destaque no clube gaúcho, porém a equipe foi rebaixada.

O goleiro Vitor Eudes já se acostumou a ser reserva de Fábio. Era assim nos tempos de Cruzeiro, até ser negociado com o Marítimo de Portugal. Enquanto isso, Marcos Felipe, que fez um excelente ano de 2021, ganhou como “prêmio” o banco de reservas, e acabou recentemente sendo emprestado ao Bahia.
O meia Lima, que veio do Ceará, rebaixado na última edição do Brasileiro, talvez seja a aquisição mais assertiva do Fluminense. No mínimo, pode ser útil.

O outro reforço é o atacante Giovanni Manson, que saiu do Santos ainda na base, e assinou com o Ajax da Holanda. Foi integrado ao Ajax II, onde fez 23 jogos, 10 como titular, e marcou 2 gols na temporada 2020/2021. Logo depois, foi emprestado ao Telstar, onde em 16 jogos, 11 como titular, fez também apenas 2 gols.

Fica difícil acreditar na frase ufanista do presidente Mário Bittencourt, onde cravou que o Fluminense iria ganhar a Libertadores. Se você promete protagonismo, como que se alcança isso apenas com figurantes?

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