A FERJ e o abuso do direito (por Felipe Fleury)

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O campeonato carioca, não de hoje, é uma competição deficitária e desinteressante para os grandes clubes do Rio de Janeiro. Eduardo Vianna e Rubens Lopes, este desde 2006, trataram de destruir o pouco que sobrava de romantismo e credibilidade da disputa que, outrora, já teve valor imensamente maior, inclusive no cenário nacional. Muito embora claudicante, marcado por erros crassos de arbitragens e repleto de estádios vazios e gramados mal cuidados, a sua má condução era atribuída principalmente à péssima administração de seus gestores.

Em 2015, porém, a má gestão deu lugar à má-fé, sobretudo no que diz respeito à relação entre a Federação e um dos seus principais filiados, o Fluminense. Sob uma dissimulada aparência de legitimidade, uma vez que as decisões do conselho arbitral da FERJ nada mais são do que reuniões fictícias para homologar a vontade do seu presidente, dando-lhe, assim, aspecto de legais, Rubens Lopes utilizou todo o arsenal de perversidades ao seu alcance para bombardear o Tricolor: primeiro determinou a fixação de preços promocionais de ingressos para toda a competição sem considerar as relações de clubes como Fluminense e Flamengo com seus sócios-torcedores; logo em seguida, reeditando no âmbito da Federação prática vetusta dos tempos ditatoriais, criou a chamada Lei da Mordaça, fixando multa a pessoa ou clube que a criticasse publicamente – a Justiça, acertadamente, suspendeu a vigência do artigo do regulamento das competições, art. 133, que previa a odiosa determinação; não satisfeito, imiscuiu-se na relação contratual entre o Fluminense e o Consórcio Maracanã referente ao posicionamento da torcida tricolor dentro do estádio em confrontos com o Vasco – o que acarretou a realização do clássico num estádio pela metade, ainda em obras, bem como o acirramento dos ânimos entre torcedores; recentemente, ainda, estipulou um preço fixo para o custo operacional do Maracanã, o que traria ao Flu despesas para utilizar um estádio que, por contrato, não lhe acarreta custo algum.

Agora, a Federação cobra uma suposta dívida do Fluminense e não tardará a cobrar algo mais, ou determinará outra medida contrária aos interesses do clube. O estoque de maldades de Rubens Lopes parece não ter fim.

A pergunta que se deve fazer, então, é o que mudou em 2015? Por que a Federação, leia-se Rubens Lopes, deixou de ser apenas desorganizada e inepta para ser, também, um instrumento de agressões gratuitas contra o Fluminense?

A resposta, e todos já devem sabê-la, atende pelo nome de Eurico Miranda, o Pança. Essa nefasta figura, responsável por incontáveis mazelas do futebol nacional, inclusive contra o seu próprio torcedor – quem não se lembra quando impediu o socorro a torcedores vascaínos feridos após a queda de alambrado no estádio de São Januário por ocasião da final da Copa João Havelange contra o São Caetano em 2001? – ressurgiu de um ostracismo compulsório imposto pelo próprio torcedor do Vasco ao preteri-lo em favor de Roberto Dinamite na presidência do Vasco.

Mas, o mal está de volta e encontrou acolhida na FERJ. Eurico não somente foi acolhido, como destituiu o seu presidente do comando, assumiu o controle da Federação e transformou Rubens Lopes em mero títere. Na prática, quem manda é o dirigente vascaíno que, não satisfeito em gerir os rumos de seu Vasco – chafurdado em dívidas; o TCU que o diga – preocupa-se em usar a Federação como instrumento de vingança pessoal contra o Fluminense e sua relação com o Consórcio Maracanã. Inveja e recalque, certamente.

Alinhado aos pequenos e ao subserviente Rubens Lopes, Eurico, presidente de fato, e seu cupincha reeditam práticas arbitrárias que não se coadunam com a modernidade e a democracia, visando claramente a prejudicar os interesses do Fluminense na competição, causando-lhe inegáveis prejuízos financeiros. O Tricolor, em contrapartida, publica notas oficiais que, se afagam o âmago de parte da torcida, não resolvem, efetivamente, a questão dos danos que vem sofrendo.

A Federação, não custa lembrar, quando interfere indevidamente na relação contratual do Fluminense com o Consórcio Maracanã, o que por via de consequência também afeta os direitos do sócio-torcedor tricolor, pratica abuso de direito, uma das formas dos atos ilícitos, com previsão no artigo 187, do Código Civil. Evidentemente, quando extrapola de suas atribuições regulamentares e legais, prejudicando terceiro, no caso o Fluminense, a FERJ está sujeita à reparação moral e material por eventuais prejuízos causados.

Não há dúvida de que o Tricolor teve diversos direitos violados, sobretudo no que concerne à sua relação com o Consórcio Maracanã, oportunidade em que dispositivos contratuais que devem ser respeitados estão sendo claramente violados pela Federação de Rubinho e Eurico. Os prejuízos já são irreversíveis e podem se tornar ainda maiores, uma vez que a sanha persecutória da FERJ parece não ter limites. Assim, é hora de deixar de lado as notas-oficiais e adotar medidas práticas de enfrentamento a essa covardia desenfreada protagonizada por uma entidade que não representa o futebol carioca, mas apenas interesses pessoais obscuros e se torna, a cada dia, mais um instrumento de vingança pessoal do que de realização de benfeitorias em prol dos clubes de futebol do Rio de Janeiro.

E a medida prática de enfrentamento é, num primeiro momento, a busca do Judiciário para impedir a continuidade dos atos ilícitos da Federação e a reparação dos prejuízos materiais e morais sofridos – neste ponto, fazer valer a força do contrato assinado; num segundo momento, o estudo da viabilidade e criação de estratégias para o surgimento de uma liga independente de futebol.

O Fluminense tem a faca e o queijo nas mãos para por abaixo anos de desmando no futebol carioca, eliminando do cenário desportivo os malefícios de uma administração futebolística destrutiva e tendenciosa, bem como entregar à Justiça os destinos dos malfeitores Rubens Lopes e Eurico Miranda.

A luta é justa, o direito é bom, só falta agir.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

Imagem: google

#SejasóciodoFlu

capas o espirito da copa + cartas do tetra 02 2015

7 Comments

  1. As nota oficiais, são sempre de autoria do Flu, do Fra, e do consórcio maracanã, mas sempre o alvo da perseguição é o Flu…

  2. O que mais acho lamentável é o silêncio da imprensa!!! Estamos em um círculo vicioso que não se quebra. Jogadores e técnicos não podem falar de arbitragem, pois podem ser punidos idem para dirigentes. A imprensa se cala para o campeonato não perder a credibilidade, consequentemente, patrocínios. Não há mais jornalismo, mas sim promotores de evento.
    Independentemente de de ser o Flu a bola da vez, mostra haver manipulações de resultados á muiiiiiiiitísssimo tempo. E quem trabalha e ganha a…

    1. Carlos, o problema é que o Fluminense tem sido a bola da vez com muita frequência. É a imprensa, no seu papel de preservar os interesses de quem detém o poder é o capital, não ataca o problema, apenas finge que não o vê. Abs e ST

  3. Essa diretoria amadora e insossa nossa, e que mantém um incompentete como o Cristóvão dirigindo o time, com vergonha atrás de vergonha?! Esquece Felipe, esqueça…

    1. Glaucio, obrigado pela leitura. O nosso papel como torcedor é cobrar quando chega a hora de cobrar. Se ficarmos inertes, aí sim assistiremos passivos ao nosso clube chafurdar. Quem sabe não surte algum efeito? Não custa tentar. Abs e ST

      1. Felipe
        estou contigo irmao, a luta e boa e legitima. O futebol do Rio precisa se livrar da figura patetica e obscena deste maluco miranda e seu assecla roubinho. O FFC tem que caminhar pelo lado do direito nesta guerra. Vamos endossar qualquer ato da Diretoria neste sentido.
        Ja estamos sendo escurracados e sacaneados diretamente, guerra declarada, vamos ver se o flamengo nao afina , pior e ter q torcer para os burros negros hahahaha!!!
        Abs,
        Marcio Ezequiel

        1. Obrigado, Márcio. Eurico Miranda precisa ser expurgado da vida desportiva nacional. É uma necessidade. Abs e ST

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