Em busca da trapalhada perfeita. Ou uma questão de oportunidade (por Marcelo Savioli)

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Amigos, amigas, eu poderia dizer que o nosso soccer manager pode ter encontrado a trapalhada perfeita, mas tendo a acreditar que não fosse esse o propósito. Logo, tudo me leva a concluir que foi só uma questão de oportunidade. Aliás, o entusiasmo com que se tomou a decisão de demitir Fernando Diniz foi tanto, que até esqueceram coisas inerentes ao natural desdobramento de uma decisão como essa, como, por exemplo, definir quem assumirá o comando técnico do Fluminense.

É que, provavelmente, ao não aproveitar a oportunidade, havia o risco de que o Fluminense avançasse na Sul-Americana, o que tornaria inviável a tão sonhada demissão do Diniz. Ninguém é bobo. Qualquer um que conhece futebol, em que pese o imponderável e as forças ocultas, que influenciam tanto no resultado do jogo quanto os erros e acertos do centroavante, sabe que a chegada dos resultados no Campeonato Brasileiro era questão de tempo.

Senão vejamos, um time que cria mais oportunidades de gols que o adversário em 80% do jogo só produz esses resultados – eu disse RESULTADOS – porque jogou melhor. Aliás, nada mais estou repetindo que o parâmetro que utilizei durante toda a minha existência como cronista futebolístico. O melhor em campo é o que cria mais oportunidades de gols; o vencedor é aquele que faz mais gols e, no caso do futebol brasileiro, que tem a simpatia da arbitragem, o que inclui o simpático VAR, também conhecido popularmente como FLAR.

Por que será?

Quando fui dormir no domingo, não tinha a menor dúvida de que Diniz seria demitido, pois eu conheço bem as peças desse jogo, como pensam, como agem e como decidem.

Só que com o senso de oportunidade vem a grande trapalhada, ainda que de contrapeso, embora pouco importe na visão do soccer mannager, como podemos perceber pelo que aconteceu em 2013.

Nós demitimos o treinador nas vésperas da partida mais importante do ano para o Fluminense. A pergunta que eu faço é: qual será a orientação do Fluminense em campo diante do Corinthians? Vamos jogar um futebol diferente? Dar chutões? Brincar de amarelinha?

Tanto faz, o importante é ter demitido o Diniz, sabe-se lá com que inconfessável propósito. Diante disso, quem será o louco que vai querer assumir um clube em que o homem que decide futebol sabota o próprio time, criando clima de instabilidade e insegurança em momento delicado da temporada? Que deixa o time sem técnico às vésperas de uma série decisiva só para não correr o risco de perder a oportunidade de demiti-lo?

Mas não tem má notícia que venha desacompanhada. O que os sábios de plantão ignoram é que o apoio da torcida à equipe está relacionado à capacidade de proporcionar bons espetáculos, independente dos resultados. O resultado a torcida aplaude ou vaia, mas ela não abre mão de ver futebol bem jogado, exceto uma meia dúzia de sadomasoquistas, que devem sentir muita falta do Fluminense das últimas rodadas do ano passado, quando jogava feito, perdia e não fazia gol, diferente do time atual.

Aliás, tirando o treinador, mascara-se a realidade e as verdadeiras razões do mal desempenho da equipe, decorrente de falhas individuais esdrúxulas, que, adianto, nenhuma relação têm com o modelo de jogo, e decisões estapafúrdias da arbitragem, como os pênaltis não marcados para o Fluminense no jogo de domingo.

Isso não é choro, não, é análise purinha. Não fosse por esses fatores, estaríamos, possivelmente, nas semifinais da Copado Brasil e no meio da tabela no Campeonato Brasileiro. Mas os entendidos – sem trocadilho, por favor! – só conseguem ver uma causa para tudo: o modelo de jogo do Diniz.

É porque o modelo incomoda, desafia a mesmice e valoriza o espetáculo. Era um atributo de produto que o Fluminense, entre poucos outros, tinha para se valorizar. Diniz no Fluminense era a ameaça de um salto pelo atalho via Sul-Americana, com um 2020 inteiro pela frente, com Libertadores e tudo. Um risco terrível.

A estupidez dessa decisão é de uma magnitude que eu não sei sequer a que qualidade especial atribuir, além, claro, da própria estupidez. Nós enfrentamos todo tipo de problema em 2019, mas os jênios (sic) amputaram a solução.

Vejo remotíssimas chances de conseguirmos algo na Sul-Americana. Vou torcer muito, apaixonada e desesperadamente, mas eu tenho senso crítico. Se der a lógica, serão dois vexames seguidos, decorrentes do abalo emocional do grupo.

Quanto ao Brasileiro, aproximamo-nos bastante do rebaixamento, embora tenhamos time e elenco para sairmos dessa situação mesmo com outro técnico. Deveriam, no entanto, ter atentado os sábios da tribo que o elenco do Fluminense foi moldado para o modelo do Diniz. Esse Fluminense não vai funcionar no modelo “fecha a casinha e joga por uma bola”.

De mais a mais, será que a partir de agora as arbitragens serão imparciais nos jogos do Fluminense? O Digão vai parar de dar assistências para os adversários? Muriel será, enfim, o goleiro de Série A que tanto procuramos? Nossos atacante passarão a converter os gols feitos que perdem?

Porque se tudo isso acontecer terá valido a pena demitir o Diniz.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

7 Comments

  1. Senhor Marcelo Savioli, meu nome não é João Paulo e este email também não é meu. Gostaria de falar com você pessoalmente ou através de telefone. O assunto é do interesse de todos os tricolores, mas não posso falar aqui no site. É possível você me passar um número que eu possa entrar em contato com o site ?

  2. Perfeito. Agora estamos a espera de um milagre, que pelo menos nos salve de dois vexames. Triste fase do Flu, quase nocauteado pelas ações de um velho senil e doente (nada contra os velhos, afinal eu tenho 71 anos), que nunca entendeu nada de futebol (basta ver como ele, aplicando o dinheiro da Unimed, em 15 anos de patrocínio, propiciou a conquista de apenas dois brasileiros e uma copa do Brasil – série C era obrigação). Com um dirigente assim, não é preciso VAR, CBF e juízes para nos derrubar…

    1. Acho que seria retificar essas parte do seu cometário “apenas dois brasileiros e uma copa do Brasil”, pois isso não é pouca coisa. Afinal, o Palmeiras da Parmalt também conseguiu “só dois brasileiros” e o Flamengo-Globo ainda nenhum …

  3. Entendo a sua frustração. Eu também gostava do Diniz, mas ele não pensou em armar o time para se proteger dos times que jogavam fechados contra a gente. Claro que se a diretoria fosse atuante as arbitragens não teriam sido tão catastróficas e poderíamos ao menos estar no meio da tabela. Nessa situação, só se falaria na sulamericana. As nossas aspirações no brasileiros ficariam em segundo plano e provavelmente, com uma vaga na sulamericana garantida, após a conclusão da mesma esse ano,…

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