Editorial – O MBA do vestiário

Ao se confirmarem os rumores sobre o teor da conversa entre o presidente do clube e lideranças das torcidas organizadas, não é difícil concluir – sem trocadilhos – que o Fluminense está numa verdadeira roubada.

Com o time na descendente e precisando reagir para conquistar o oitavo lugar sonhado pela diretoria, que garante a figuração na próxima Libertadores, alguns supostos focos do presidente beiram ao extraterrestre.

Por exemplo, o fato de que a torcida tricolor não vai aos jogos. Que time no Brasil lota estádios com uma campanha de figurante? Semanas atrás, o público sequer era permitido nos estádios.

Quando a torcida percebe que time, comissão técnica e dirigentes têm o objetivo da vitória e da conquista, a torcida ajuda até nas piores horas. O presidente deveria saber que, no pior ano de sua história, 1999, o Tricolor esteve entre os cinco maiores públicos do futebol brasileiro.

A maior média de público da história do Fluminense é de 1976, com mais de 40 mil pagantes por partida. A Máquina Tricolor era tão fascinante que a torcida tricolor perseguia o Flu onde quer que ele fosse.

Outra situação surrealista tem a ver com o enaltecimento à suposta política do vestiário, estando impedido de criticar quem nunca gozou da intimidade dos jogadores antes das partidas. O que seria isso? Tendo um MBA em vestiário, o Fluminense passa a disputar algum título relevante? Perto de dois anos e meio da atual gestão, o tal domínio do vestiário se faz absolutamente inútil, já que o Tricolor foi triturado em duas finais do Campeonato Carioca e não decidiu mais nada na suposta reconstrução administrativo-financeira do Fluminense. Em sã consciência, como se justifica tal processo num clube que vive à base da negociação de seus jovens jogadores, enquanto contrata veteranos decadentes para substitui-los? E treinadores que mantêm um padrão de morrinha e retranca em campo?

Sobre o Voto on Line, trata-se de uma promessa por escrito do atual presidente quando era candidato. Basta que honre o compromisso que assumiu de forma legal e
publicamente.

A receita da recuperação do Fluminense passa obrigatoriamente por um time de qualidade, por uma comissão técnica de alta competência e por um corpo dirigente que trabalhe para conquistar títulos, contratando jogadores de alto nível físico e técnico, pagando salários em dia, saneando dividas e gerando novas receitas.

Definitivamente, as glórias do Tricolor não serão retomadas na figura de um animador de vestiários.

1 Comments

  1. Algumas questões precisam ser levantadas sobre essas falas absurdas do Mediano Príncipe.
    Primeiro: se ele reclama que a torcida não vai aos jogos, porque não faz nada que atraia a torcida aos jogos como por exemplo, mandar embora do elenco uma série de barangas que vestem essa camisa?
    Segundo: Ao que se referiam os jogadores que o procuraram quando disseram que confiam nele? Confiam para gerir seus negócios? Confiam segredos da vida pessoal? Que tipo de confiança ele se refere?
    Terceiro: Jogadores são funcionários que são bem remunerados para exercer suas funções. Sabendo disso, o que…

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