Pela terceira vez na história, o Fluminense decide um troféu sul-americano contra a Liga de Quito, equipe tradicional nas competições da CONMEBOL. Nas outras duas vezes, neste mesmo Maracanã, os equatorianos comemoraram, enquanto a torcida tricolor amargou suas mazelas, em 2008 pela Libertadores e em 2009 pela Sudamericana em meio à arrancada da fuga do rebaixamento nacional e posterior título do Brasileirão em 2010, nauma epopeia digna de história grande.

Início acelerado e agitado de lado a lado, o Fluminense se atirou ao ataque e, mesmo afobado, criou boas oportunidades, enquanto a LDU conseguiu contragolpear com velocidade, quase emulando aquela disputa em 2008.

Passado esse afã inicial, o jogo se mostrou bem mais duro do que muitos imaginavam. Não custa lembrar, essa mesma equipe equatoriana, fora campeã há pouco mais de três meses, sobre o Fortaleza ao nível do mar.

Próximo ao final da primeira etapa, o Flu enfim, controlou a partida. Conseguiu ficar com a posse na zona de finalização, construindo fora e dentro da área, com boas soluções, mas a defesa adversária se sobrepôs.

O Tricolor desceu para os vestiários totalmente desestabilizado do ponto de vista emocional. Vários jogadores e a comissão técnica foram bradar contra o árbitro. Sinceramente? O foco deveria ser em resolver os problemas de criação e finalização, e ao contrário, acalmar a equipe, pois até quem não gosta de futebol sabe que é um jogo de paciência e perseverança. A equipe de Quito estava fazendo o jogo dela, já veio com a vantagem na bagagem.

Quando o jogo caminhava para seu terço final, no tempo regulamentar, Diniz fez mais três mexidas, além de Jota Ká que entrara na volta do intervalo: Renato Augusto em Ganso, Marcelo em Diogo Barbosa e Douglas Costa em Keno, dispondo de qualidade técnica para tentar achar soluções criativas.

Com as mexidas do Flu, poucos instantes depois a Liga de Quito trocou dois cansados no setor ofensivo: Julio em Estupiñán e Arce (que marcou o gol lá no Equador) em Hurtado.

A pressão era toda tricolor. De tanto persistir, uma bela bola cruzou da direita para a esquerda e encontrou Jhon Arias. O nosso querido craque cabeceou com toda calma e tranquilidade do mundo no contrapé do goleiro, explodindo de alegria e emoção a gente do Fluminense.

Dois minutos depois, John Kennedy foi expulso em jogada que poderia virar o segundo gol. O atacante tricolor, na jogada, pisou na perna do defensor da LDU, o árbitro viu e puniu o artilheiro de Xerém.

O jogo virou um barril de pólvora, totalmente revoluteando todos os corações psicodélicos ou não. Porém, o Fluminense seguiu pressionando mesmo com um homem a menos. E foi recompensado aos oitenta e seis minutos: Renato sofreu pênalti, após uma boa troca de passes no lado direito.

Jhon Arias, com toda a moral e atitude, pegou a bola e, com tranquilidade de um gigante, estufou o barbante com amor e vigor. Fez a torcida querida, vibrar com emoção, salve o Campeão.

Mais um fantasma exorcizado, a competente LDU, equipe que assombrava os sonhos de nove em cada dez tricolores vivos ou mortos. Jhon Arias, o grande cara, grande personalidade, coube a ele essa glória, muito merecido. O Fluminense deveria fazer a ele uma proposta de carreira eterna no club.

Além do título em si, o Fluminense quebrou o recorde de público no Maracanã neste ano, para a tristeza de Influencers e comentadores de páginas de redes sociais. Ou será que eles ficarão chateados com a presença em massa dos Tricolores?

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FLUMINENSE 2 x 0 LDU QUITO

Recopa Sudamericana – Final (jogo de volta)
Quinta-feira, 29/02/2024 – 21:30 (Brasília)
Maracanã – Rio de Janeiro-RJ
Renda: R$ 5.897.327,50
Público: 61.217 pessoas

Arbitragem: Facundo Tello (Árbitro), Ezequiel Brailovsky e Gabriel Chade (Assistente), Darío Herrera (Quarto Árbitro)

Cartões amarelos: Thiago Santos 77′, Ganso 90’+3′ (FLUMINENSE); José Quinteto 67′, Jhojan Julio 77′ (LDU)

Cartões vermelhos: John Kennedy 78′, Diogo Barbosa 90’+1′ (desde o banco de reservas) (FLUMINENSE); Adrián Gabbarini (desde o banco de reservas 90’+1′ (LDU)

Gols: Jhon Arias 76′ e 89′ (FLUMINENSE)

FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier (Guga 84′), Thiago Santos, Felipe Melo© (John Kennedy 46′) e Diogo Barbosa (Marcelo 66′); André, Martinelli e Ganso (Renato Augusto 66′); Jhon Arias, Keno (Douglas Costa 66′) e Germán Cano. Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3

LDU: Alexander Domínguez; José Quintero, Ricardo Adé, Richard Mina e Leonel Quiñónez; Óscar Zambrano (Michael Estrada 90’+2′), Luis Estupiñãn (Jhojan Julio 70′), Ezequiel Piovi©, Sebastián González (Lisandro Alzugaray 82′) e Jefferson Valverde (Gabriel Villamíl 90’+2′; Jan Hurtado (Alex Arce 70′). Téc.: Josep Alcácer (Adrián Gabbarini). 4-1-4-1