Dia infeliz (por Marcus Vinicius Caldeira)

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1.
Carlos chegou cedo ao trabalho. Já previra na noite anterior um dia cheio e fora deitar cedo. Logo às oito horas da manhã já estava numa reunião com o seu chefe para determinar a estratégia do julgamento de um grande cliente do escritório de advocacia do qual é um dos grandes profissionais.

O julgamento será na manhã seguinte e a possibilidade de absolvição do cliente é muito difícil. A reunião será longa, tensa. Será preciso muita inteligência e usar todo o conhecimento para encontrar os argumentos perfeitos para convencerem o jurado que o cliente é inocente.

O dia já começou tenso.

2.
“Oi, amor”, Carlos atendeu a ligação recebida de sua esposa na hora do almoço. E emendou: “Está tudo bem”?

Sua esposa respondeu com uma voz meio triste: “Infelizmente, não. Meu pai continua na CTI. Ia sair hoje, mas, seu quadro clínico piorou e provavelmente terá que sofrer uma intervenção cirúrgica para reverter o seu problema coronariano.

“Entendi, amor. Fique bem. Tudo dará certo. Tenho que almoçar rápido, pois o escritório está parado por conta do julgamento de amanhã. Beijos. Te amo” – finalizou a conversa, Carlos.

3.
A reunião se estendeu por toda a tarde, após o almoço rápido. A estratégia já estava toda traçada para defender a grande empresa de distribuição de gás que responde a um processo pela morte de quatro funcionários enquanto estes faziam reparos em tubulações de gás da cidade.

Ele sabia que era difícil a absolvição da empresa, livrá-la da multa pesada e livrar da prisão alguns funcionários do alto escalão por negligência. O resultado das perícias realizadas no local é totalmente desfavorável. A opinião pública está toda contra a empresa.

O pior é que sua consciência sabe que os caras erraram e poderiam ter evitado as mortes dos trabalhadores. Mas era sua profissão e sua consciência pouco interessava agora.

4.
O telefone tocou no fim da tarde. Era sua esposa. Do outro lado, o choro alto de sua esposa revelou que o pior tinha acontecido. Era fim de linha para seu sogro. Um homem generoso, ligado a família, que trabalhou a vida inteira para dar o melhor para sua família.

Infelizmente, não resistiu a mais um enfarto.

Baixou a cabeça e chorou.

Epílogo

Saiu do escritório arrasado. Ainda tinha que ir ao julgamento no dia seguinte. Seu chefe o liberou para que não participasse da audiência. Mas ele sabia que era fundamental. Montou com seu chefe toda a estratégia de defesa e sabia que ser substituído agora seria derrota na certa, por mais competente que fosse seu substituto.

Como um guerreiro, olhou fixo pro horizonte e pensou: “Foi só um dia infeliz. Nada acaba aqui. A luta segue. O meu objetivo será conquistado: a felicidade!”

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Sábado foi só uma noite infeliz.

Quem quiser a comodidade da descrença, do “já era”, de culpar o técnico, o Conca, o juiz… Enfim, quem quiser jogar a toalha que jogue.

Continuo com a minha crença: temos elenco, técnico e uma história recente de conquistas nacionais que nos credenciam para disputar o título contra Cruzeiro e Corinthians.

Vamos que vamos!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

Imagem: google

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5 Comments

  1. Saudações Tricolores!! Penso o mesmo ,foi só um dia infeliz.Estamos na corrida,com um bom motor, Conca, Cicero, Fred, Carlinhos,Valença….. A única ressalva do jogo de sábado, foi a posição de Cicero na frente ,ele deveria ficar um pouco mais atrás e não ser substituído. Uma boa semana aos tricolores!!! rs

  2. Bom dia,

    Concordo que não é hora de desespero.
    Cristóvão faz um bom trabalho e tem sua equipe, junto a do Cruzeiro, como a mais badalada e estudada.
    O elenco é bom, mas os jogadores tem as mesmas características, o que dificulta mudar o esquema e a forma de jogo.
    Cícero é mais dinâmico que Wagner e Sóbis estava mal, tirar o Cícero e não os outros dois foi um erro.
    Os jogadores entraram tensos, nervosos, o que é péssimo.

    1. Jogaram mal. Não adianta apontar culpados. Cristovão também errou! Vamos pra próxima!

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