Devagar com a louça (por Paulo-Roberto Andel)

É, não foi bom. Nem um pouco bom ter perdido no sábado passado para o Atlético Goianiense, ainda mais da maneira como foi, tendo que correr atrás do adversário o tempo inteiro.Mas passou. Já era. E continuamos líderes.

Esse tropeço pode não ter sido o último. Perdemos apenas duas vezes em vinte e cinco jogos, um recorde.

Não há times perfeitos, pelo contrário. O nosso tem defeitos. Mas é o melhor da competição. Tem os melhores números e o melhor elenco.

O que quero dizer é que nem tanto ao céu, nem tanto à terra.

Em alguns aspectos, o Fluminense pode e deve melhorar. A derrota ajuda a refletir, ter humildade, trabalhar mais.

Noutros, vamos bem. Nunca é demais lembrar que já ficamos sem meio time contundido por boa parte da competição. Mantivemos considerável aproveitamento de pontos no returno, o que mostra regularidade durante o certame.

Mas pode ser que ainda joguemos mal, o que não quer dizer o triunfo da “anti-Flu”. Basta lembrar 2010.

Rodada 28, uma sonora sapatada do Santos em pleno Engenhão com 3 gols do caricato Zé Love.

No finzinho, rodada 35, gol de Rafael Moura e o amargo empate com o Goiás em casa. Mas nada nos derrubou e fomos campeões. O título já estava forjado desde a senascional virada de 2009.

Quase quarenta partidas, ninguém vai ter 100% de aproveitamento. É possível probabilisticamente mas impossível estatisticamente, com todo o paradoxo aqui contido.

São treze jogos para se atuar com inteligência, cautela e ímpeto. Manter a pegada que veio há meses. De toda forma, temos cartas na manga. Craques na manga, jovens em ascensão, marcadores de garra. Ponto fraco, fraco mesmo, só Bruno no apoio. O resto funciona. Cavalieri no segundo auge da carreira. Gum, garra enorme. Carlinhos, muito útil. Wagner, em recuperação. Fred e Deco de volta. Nem e Marcos Junio. Muitas perspectivas positivas.

Não chegamos até aqui à toa, não foi favor da tabela. Temos feito por merecer. Agora é a hora do afunilamento decisivo, não se pode vacilar.

Depois daqueles 3 gols de Zé Love, houve quem deixasse o Engenhão vociferando até contra uma possível vaga na Libertadores. Terminamos campeões. Ah, mas o Santos não é o Atlético de Goiás? Sem dúvida, mas não custa lembrar: o Fluminense é o Fluminense.

Secadores de plantão, devagar com a louça.

Vai que em dezembro ninguém lembra mais dessa derrota de sábado em Volta Redonda?

Quem espera sempre alcança, pois. Palavra de pé-quente.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Imagem:

Contato: Vitor Franklin

3 Comments

  1. Acho que essa parada na semana e a volta de alguns, devolverá melhor futebol ao time.

  2. Fico pensando que quando acabar o campeonato, se o Flu vencer, tudo será perdoado e esquecido. Torcedor é assim, passional, irracional parcial. Naturalmente sem os exageros de alguns torcedores, como vem acontecendo com os palmeirenses, por exemplo, que confundem paixão com guerra, adversário com inimigo e clube com pátria. Agora, se perderemos vamos nos tornar viúvas dessa derrota e de outros pontos perdidos em jogos fáceis. A diferença será o resultado final. Espero que em dezembro estejamos entre os torcedores felizes de 2012.

  3. O Fluminense precisa dos pé-quentes lá em Volta Redonda e os pé-frios fiquem em frente aos seus computadores colocando seus pots absurdos do lado de cá da Serra das Araras, nós estaremos lá amigo !!!

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