Desesperar, jamais (por Pedro Machado)

fluminense 1 2 vitória 3 5 2014 matheus andrade photocamera

“Desesperar jamais/ Aprendemos muito nesses anos/ Afinal de contas não tem cabimento/ Entregar o jogo no primeiro tempo/ Nada de correr da raia/ Nada de morrer na praia/ Nada, nada, nada de esquecer/ No balanço de perdas e danos/ Já tivemos muitos desenganos/ Já tivemos muito que chorar/ Mas agora acho que chegou a hora/ De fazer Valer o dito popular/ Desesperar jamais/ Cutucou por baixo, o de cima cai/ Desesperar jamais/ Cutucou com jeito, não levanta mais”

Foi cantarolando a belíssima canção do grande tricolor Ivan Lins que eu desci a rampa do Maracanã no último sábado. Obviamente muito triste e decepcionado pela derrota do meu time, mas muito satisfeito pelo que eu vi em campo.

O futebol é um esporte composto por três resultados: vitória, empate e derrota. Jogar bem não lhe garante a certeza que vai ganhar o jogo, pois do outro lado há outro time também muito empenhando, que joga de acordo com as suas limitações. E foi exatamente isso que aconteceu na noite do último dia 03/05 no Mário Filho.

O torcedor, em sua grande maioria, não é burro. Sabemos que não dá pra ganhar todos os jogos e que acidentes acontecem. O que não pode faltar nunca é vontade, e isso tem sobrado no time do Cristovão. Os aplausos ao final da partida traduzem muito bem o que estou querendo dizer.

O fato de estarmos na crista da onda nas últimas semanas, também tem seu lado ruim. Os adversários vão estudar muito mais o Fluminense do que antes. Como estamos jogando com uma zaga mais adiantada, o Ney Franco, esperto que é, colocou dois caras rápidos para jogar nas costas da nossa zaga. Se trancou todo atrás e tentava sair nos lançamentos longos. Conseguiu segurar o primeiro tempo, e contou com muita sorte no 1º gol. A partir daí, ficou tudo mais complicado.

Tirando o Carlinhos, que viveu seus dias de “Tonho da Lua”, e o atabalhoado Elivélton, achei o time todo muito bem de uma maneira geral. Wagner, Diguinho e Jean mostraram muita disposição e preparo físico. O Bruno, embora tenha errado alguns cruzamentos, também se destacou. O lance que o Fred achou um lindo lançamento para o Conca na ponta direita, e correu loucamente até a área para finalizar, traduz o que é este time hoje.

Não podemos deixar que um tropeço tire o nosso foco. Perdemos apenas uma batalha de uma enorme guerra que está só começando. Todos ao Maraca domingo, aniquilar o clube de remo da lagoa. Afinal, como eles mesmos dizem: “Ai, Jesus”.

*Alguns pitacos:

1) 50 mil pessoas, na 3ª rodada num sábado a noite foi algo espetacular. A torcida do Fluminense está de parabéns.

2) Eu não sei de quem é a culpa, mas outra vez teve gente entrando só no intervalo. Lamentável. A diretoria ou o consórcio tem que pronunciar sobre isso.

3) A nota triste da noite foi a seguinte: estava saindo do estádio, quando um torcida organizada dessas minúsculas que eu nem identifiquei qual era de tão insignificante que é, vinha cantando sorrindo e contente: “Ei Legião, VTNC!” e “Fred chinelinho!”.  Todos em volta olharam incrédulos. Sério, senti um misto de nojo e pena. Mas não há de ser nada, o dia deles está chegando. Como diria o Baixinho, “Quem é ruim se estraga sozinho”.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: Matheus Andrade – Photocamera

2 Comments

  1. Camarada, como diria o bom e velho (mais velho do que bom) Sebastião Lazanori: “No futebol é preciso galgar parâmetros”.

    1. Com certeza!

      Ou como diria o bom e bigodudo (mais bigodudo do que bom) Renê Simões:

      “A gente joga bolinha – bolinha”.

      Abs!

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