Os tempos de federação acabaram para nós. Este é um problema que ficou no passado, ainda que nos vá bater à porta no futuro. Porém, não cabe viver com os olhos no retrovisor. Dia nove estreamos em nova estrada, novos caminhos e, pelo que parece, nada fáceis.
Não fizemos a lição de casa no Carioquinha. Não falo de resultados, mas de aproveitar o tempo do regional para encorpar a equipe e ter uma prévia do planejamento. Se o balanço do ano até agora der saldo positivo para a diretoria, significa que planejamos passar sufoco no Brasileirão.
Não achamos um jeito envolvente de jogar. Investimos em peças de reposição, de composição de elenco, mas não formamos um time. Somos um agrupamento de jogadores medianos em quem apostamos muito mais fichas do que manda a prudência.
Trocamos, então, de treinador. Nada ousado, tudo dentro das piores lições. Um simples seis por meia dúzia. Temos a mesma falta de padrão de jogo com Drubscky que tínhamos com Cristóvão. Sempre estamos precisando de reforços. Como se o problema fosse exclusivo dos nomes.
Qualquer contratação demora um tempo para acertar-se e precisamos de soluções para ontem. Independentemente dos nomes, falta-nos posicionamento, arrumação e meios de buscar nossos objetivos. Entram e saem jogadores de nossa zaga e continuamos com uma peneira defensiva, que bate cabeça e é capaz das mais incríveis pixotadas. Isso não pode ser exclusivamente creditado à técnica dos atletas, tem muito da falta de atenção a esquemas defensivos. Parece uma opção de nossos últimos comandantes.
Desfizemo-nos de uma penca de jogadores por conta da ruptura com nosso patrocinador. Contratamos nomes que são até promissores, mas que demandam tempo para deslanchar. Devido a isso, devíamos ter um esquema bem mais amarrado e focado naqueles que são a espinha dorsal do grupo, mas encontramos dificuldades demais.
Gum vive exposto e, por mais que use de toda sua garra, falta-lhe proteção. Jean parece ter esquecido o futebol e anda como um fantasminha em campo, daqueles que só quem acredita consegue enxergar no jogo. Wagner passa por problemas físicos e técnicos e parece não mais estar à vontade no grupo. Fred talvez seja o único que mantém-se estável, fazendo dele o que se espera: gols. Mas, ainda assim, é pouco.
Nosso meio cria pouco e corre errado. Nossas laterais não geram jogadas de perigo e ainda deixam buracos na defesa. A proteção de área fica por conta de Édson que, nos últimos tempos faz o papel do primeiro volante e ainda toma para si algumas das responsabilidades do apagado Jean.
Precisamos de definição tática na zaga. Nas laterais há de se trabalhar Wellington e seu afobamento. Giovani vem se adaptando e pode ser que deslanche no Brasileirão. No meio, uma indefinição atroz nos enche de dúvidas. Apenas Vinícius parece evoluir seu futebol. Gérson vem sendo subaproveitado e muda de lado e posição a cada tempo de jogo. Marlone e Lucas Gomes correm bastante, mas ninguém sabe para onde ou porquê.
A preocupação foi tão grande com compor elenco que erramos mesmo aí. Não temos reserva para o Fred e sobram invencionices e vagas para titulares. Contratar alguém agora, só vale se vier para resolver. Mas esses jogadores são caros e escassos no mercado. Quem sabe o que será de Martinuccio? Apostemos em Xerém, repatriemos alguns que emprestamos, porque o elenco não nos inspira confiança.
Olhar para a tabela e de antemão projetar os jogos contra Avaí, Chapecoense, Figueirense, Joinville, Ponte Preta e Sport. Esse deve ser nosso pensamento inicial. Talvez alguns desses times de menor expressão nacional surpreenda no campeonato e nem passe sufoco. Por enquanto, a projeção deve ser feita com pés no chão. O meio da tabela já será uma felicidade imerecida pelo futebol que vimos nesses primeiros meses.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: m.oliveira
Cómo avaliar um trabalho de um técnico em menos de um mês, com cerca de seis jogos,sem tempo pra treinamentos? Que perdemos 3 meses do ano com o Cristóvão não há dúvidas.Que a maior parte dos contratados foram um fracasso não há a menor dúvida. Agora afirmar que nossa performance no brasileiro será um fracasso seria a mesma coisa que afirmar que seremos campeões, não há parâmetros para nem uma coisa,nem outra.Precisamos de reforços sim,mas precisamos de mais intensidade e concentração.