Depressão futebolística (por Mauro Jácome)

120 - 15102014 - Depressão futebolísticaRollerball, 1984, BBB, Zorra Total, Vídeo Show, plateia dos jogos da Seleção Brasileira de Vôlei, Bem Amigos, Reinaldo Azevedo, Ratinho, Datena, Diogo Mainardi, Felipe Neto, Merval Pereira, Arnaldo Jabour, Luciano Huck, Marco Feliciano, José Serra, Amigos de Fulano x Amigos de Beltrano. Desde que a bomba sobre a escalação irregular de André Santos e Héverton explodiu, as imagens desses filmes, pessoas, eventos e programas vêm, de forma insistente, à minha mente. Por que será?

Há tempos discuto com Rosa sobre o processo em curso de uniformização do pensamento (ou de “idiotização”) e da crescente exploração do maniqueísmo. De repente, aproveita-se de uma situação, cria-se e alimenta-se um vilão para que as pessoas se coloquem no lado contrário e se sintam, artificialmente, bem.

Acho que essa celeuma em que se transformou o final do Brasileirão 2013 foi, em grande parte, forjada pelos motivos acima. Não tive ânimo para discutir sobre o assunto. Entrei em depressão futebolística. Além disso, tudo que deveria ser dito já o foi pelos Panoramistas. Diga-se de passagem, com rara competência e clarividência. Só não entende quem não quer ou quem não dá conta.

Especificamente com relação ao Fluminense, independentemente da divisão que venha a disputar, foi rebaixado em 2013. Disso não podemos nos esquivar ou tentar jogar para debaixo do tapete. Sem qualquer analogia com o termo mais falado nos últimos dias.

O péssimo ano não se deveu, exclusivamente, à fragilidade do time. Mas, também, à péssima administração do departamento de futebol. Muito da tragédia foi anunciada desde a saída do Wellington Nem, do Thiago Neves, do fim da carreira de Deco, da grave contusão de Fred. O Fator-Defesa foi mais forte no ano passado. Ah, mas foi a zaga campeã em 2010 e 2012. Sim, é verdade. Mas naqueles anos tínhamos Conca, Fred e Cavalieri. Se a bateria atravessava o samba, o resto da escola compensava.

E agora? O que vem pela frente? O retorno de Conca é algo fenomenal. Diferentemente de outros jogadores que saem no auge, somem no segundo escalão do futebol e frustram as expectativas no retorno, o argentino mostrou que se mantém no topo, não apenas conseguindo títulos de expressão para um futebol em ascensão, mas também desfilando categoria nos jogos do Mundial do Marrocos.

Mas e aí? Zagueiros, laterais, volantes, meias, atacantes? A possibilidade de Walter me agrada, mas a vinda ainda é incerta. Cícero? Excelente, mas ainda é especulação. O Chiquinho “teve uma boa passagem pela Ponte Preta”. Passa a página…

Vamos aguardar. Só não pode enrolar demais: a mini-pré-temporada-relâmpago já está findando. Há que se ter em mente que 2014 deverá ser um dos anos mais difíceis na história do Fluminense. Portanto, cabe ao próprio não dar munição aos “inimigos-que-se-uniram-para-salvar-a-humanidade”.

A Copa é aqui

Acompanhando o futebol mundial, percebo que a Copa do Mundo de 2014 deverá ser, tecnicamente, muito superior às anteriores. Primeiro,  nenhuma seleção representativa ficou de fora. Segundo, temos uma ótima safra de jogadores espalhados pelo mundo. Espanha, Alemanha, Argentina e Brasil têm elencos excelentes e são as seleções consideradas como favoritas.

Além dessas forças, há excelentes jogadores em outras seleções e que podem contribuir para os espetáculos. A Seleção da Costa do Marfim é um desses exemplos. Yaya Touré (Manchester City), Didier Drogba (Galatasaray), Wilfried Bony (Swansea) e Gervinho (Roma), se não amarelarem, podem levar Les Éléphants a uma colocação de destaque.

O 42 do ManCity joga demais. Mesmo sendo muito alto e muito forte, tem grande velocidade. Inúmeras vezes, arranca pelo meio, costurando e, em regra, chega na cara do gol para deixar o seu. Faz excelente dupla de volantes com o brasileiro Fernandinho, além de auxiliar na armação com os meias David Silva e Nasri. Bony vem se destacando no futebol inglês e acredito que, em breve, estará em algum time maior. Mais novo do que Drogba (35 anos), poderá dar mais juventude ao time marfinense.

Com relação ao time brasileiro, mesmo Felipão dando a entender que seu time está, praticamente, fechado, não será surpresa se Fernandinho (Manchester City) e Willian (Chelsea) surgirem fortes nesta reta final. O volante do ManCity está jogando um futebol de altíssimo nível. Inclusive, imagino-o titular ao lado de Paulinho, em vez de Luiz Gustavo. Seria uma dupla espetacular. Criativo, ousado e que se movimenta muito, o meia-atacante Willian, do Chelsea, está mostrando muito entrosamento com o titularíssimo Oscar.

Fluminense e a Copinha 

Ao fim da primeira fase da Copa São Paulo de Futebol Junior, o Fluminense terminou com uma das melhores campanhas ao lado de Cruzeiro e do Santos. Os adversários foram fracos, logo, isso dificulta qualquer análise mais aprofundada. Mesmo assim, gostei do Gérson, do Denílson, do Gabriel. Correm muito e se deslocam. Do meio para trás, temos que aguardar jogos mais competitivos.

Ao contrário de outros anos, percebo uma diferença menor entre os times mais tradicionais e os pequenos. Mesmo classificando-se, vários grandes tropeçaram (Internacional, Palmeiras, Flamengo, Corinthians e São Paulo) e alguns que costumavam chegar longe nem passaram desta primeira fase: Grêmio, Vasco, Goiás, Atlético-PR, Vitória.

 

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Mauro Jácome

Pré-revisão: Rosa Jácome

Imagem: http://www.ocaminhodapalavra.com/2012/11/chatice.html

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