Cristóvão, de novo (por Zeh Augusto Catalano)

“No grande time do Vasco do final dos anos 90, jogava um cidadão chamado Ramon, que depois jogaria no Fluminense. Era o cracaço das partidas inócuas. Fazia partidaços contra adversários menores e em partidas de meio de campeonato. Bastava a chapa esquentar e o jogo realmente valer alguma coisa que desaparecia em campo. Era raríssima alguma boa atuação dele em jogos decisivos.

Esse foi o Cristovão no Vasco. Quando verdadeiramente submetido a pressões, sucumbiu. Estático, com as mãos nas cadeiras, piscando furiosamente os olhos. Quando o time precisa de sua intervenção, ela não vem. Vai muito bem nos treinos e nos bastidores, é bem quisto pelos jogadores, mas não mexe bem nos times que comanda, principalmente quando mais necessário.

É irritante. Na hora em que o time realmente precisa da intervenção do treinador, ela vem errada e piora a situação do momento. Não é omisso, de forma alguma. Mas parece raciocinar por um caminho que só ele enxerga.”

Escrevi isso seis meses atrás, em
http://www.panoramatricolor.com/cristovao-de-novo-por-zeh-augusto-catalano/

Com pureza d’alma, não me lembro de quando foi a última vez em que terminei um jogo do Vasco tão calmo quanto ontem, contando com a Série B de 2014 e os jogos anteriores contra os poderosos do Carioca.

Sim, dentro de suas limitações, o time foi muito bem. Mas o Fluminense facilitou a guerra, de forma assustadora. Ao marcar bem Jean e Wellington Silva, o Vasco parou o Fluminense. E ai (não) surgiu Cristovão, como esperado.

Desafio os amigos a lembrarem de algum jogo no qual Cristovão modificou – pra melhor – o panorama da partida.

Não é da natureza dele. E com isso desperta pena, pois é um cara boa-praça, educado, humilde, modesto. Tudo o que esses professores-doutores do futebol não são.

A aquisição de Marlone foi outro enorme tiro n’água, provavelmente recomendado por Cristovão, que o treinou no Vasco. Lembra muito o mesmo Ramon, que citei meses atrás. É um complemento. Outro incapaz de ser a diferença num momento extremo.

Abel continua aproveitando seus dias no Leblon?

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Não estava no Rio ontem. Vivi meus primeiros 27 anos no Méier, a dois passos do Engenhão. Ali era o quintal da minha casa. Estivesse no Rio, teria passado longe do estádio. Claro, por medo. Isso logicamente precisa acabar. Adversários, jamais inimigos. Se bobear, por uma dessas coincidências da vida, tenho mais amigos tricolores que vascaínos. Quero poder um dia voltar a assistir um Vasco x Fluminense com meus amigos tricolores, como fiz num sensacional 4 x 4 num sábado de carnaval. Mas até lá, vai rolar muita desgraça. Vai morrer gente. E a culpa não é das torcidas, mas de um ministério público pífio com leis frouxas e feitas para serem descumpridas. Houvesse um governo firme e isso já teria acabado.

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A desfaçatez não tem limites. Domingo, mais um não gol do Flamengo, com a bola claramente não tendo entrado e sua excelência dando gol. Será que veremos outro roubado mais gostoso? Até quando?

Discórdia. Polêmico. Não há nada de polêmico. As paredes da minha casa viram e coraram de vergonha alheia por mais um lamentável equívoco pro mesmo lado de sempre.

discordia

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: google/ge

#SejasóciodoFlu

capa cartas do tetra

1 Comments

  1. amigo Catalano,
    Vi você falando inclusive em vídeo do panorama tricolor. Não acreditei.
    Agora, sofro . Parabéns pela vitoria.

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