Conversa de botequim (por Marcelo Vivone)

– Somos líderes e agora com 4 pontos reais de vantagem para os galinhas!!

– Realmente, mas estamos jogando muito mal e corremos o sério risco de perder essa vantagem já nesse final de semana.

– Nesse final de semana? O time dos framengo vai tomar um banho de futebol e vai voltar ao seu devido lugar.

– Que nada! O time dos caras tá crescendo e vai ser osso duro.

– E digo mais, o Atlético vai perder para os portugas da terra da garoa. Assim, terminaremos a rodada com 7 pontos de vantagem para o 2º colocado!

– Você tá viajando, irmão. Se o time ainda tivesse jogando bem… Mas com as atuações das últimas 3 rodadas…

– O que houve nas últimas 3 rodadas? Ganhamos 2 jogos e perdemos 1. Não tá bom?

– Não tá bom? Claro que não. Além do fato de termos jogado contra 3 times de ambições muito menores que a nossa, ainda perdemos em casa para o último colocado.

– Tropeços acontecem com os melhores times. Nenhum time pode ganhar todas. Perdemos somente 2 partidas em todo o campeonato.

– É, já vi esse filme de perder pontos em casa para times que lutavam contra o rebaixamento. Ano passado ficamos em 3º porque perdemos para Atlético/MG e América/MG na reta final.

– Eu também já vi. Em 2010 empatamos em casa com o Goiás, perdemos a liderança a 3 jogos do fim e no final levantamos o Caneco com aquele festa maravilhosa no último jogo.

– Como você consegue ser tão otimista com uma defesa fraca como a nossa? O Anderson é horroroso, o Eusébio sofrível e o Gum não pode ser titular.

– A nossa defesa é simplesmente a menos vazada do campeonato. Como falar que ela é ruim?

– É a menos vazada porque temos o melhor goleiro do Brasil. É ele que conserta todas as cagadas que a nossa zaga faz.

– Nosso goleiro é realmente o melhor do Brasil, mas a zaga também tem se comportado bem. Gum é um guerreiro, incansável. Os outros são medianos e compõem bem o setor.

– E o nosso meio de campo? Quem tem no Brasil um meio de campo como o nosso?

– Você tá falando que um meio de campo com o Edinho é bom? E o Thiago Neves, que não joga nada há muito tempo?

– Que isso, Edinho tem melhorado e compõe bem o meio de campo e o Thiago Neves ainda vai nos dar muitas alegrias. Vai ser decisivo no momento certo!

– O Edinho não joga nem no meu time de pelada e o Thiago Neves esqueceu o futebol dele naquele antro em que esteve no ano passado.

– Tá, mas então pelo menos você concorda que o nosso ataque é o melhor do Brasil?

– Quando o Fred joga né, o que é quase uma raridade.

– Bom, o papo de futebol contigo é difícil, mané. Vamos ser campeões e quero ver o que você vai dizer. Você parece que torce contra! Deve ser um fRamengo disfarçado.

– Eu torço muito para que sejamos tetracampeões, mas com esse time a gente tem que contar com a sorte também. Não vai ser fácil! Por pior que o time jogue, tá tudo sempre bom pra você.

– Desisto. Ô garçom, desce outra cerva aí!

Qual sua opinião, leitor, sobre esse diálogo imaginário entre 2 torcedores com perfis diametralmente opostos entre otimismo e criticismo em relação ao nosso time?

Um pouco de cada um é o mais correto ou algum deles está com a razão?

Marcelo Vivone

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Imagem: Google.com

Contato: Vitor Franklin

11 Comments

  1. Gustavo,

    Concordo plenamente com a sua opinião. Todos têm que se respeitar. Do contrário, da mesma forma que os mais críticos são chamados de chatos pelos mais otimistas, esses podem ser chamados de iludidos pelos primeiros.

    Abraço.

  2. Jorge,

    O diálogo era entre 2 torcedores, mas sem dúvida eu tb vivo alguns desses conflitos que coloquei no texto.

    Um abraço.

  3. Rods,

    Discordo somente do termo dedicado aos que são mais críticos. Que o time tem problemas, vários, a gente não pode negar. A diferença é que os mais otimistas preferem diminuir esse aspecto, enquanto os críticos os apontam com maior rigor e preocupação.

    Um abraço.

  4. Mauro,

    Sua coluna sobre o jogo foi excelente. Só uma correção, o seu texto foi sobre o jogo contra o Náutico. Eu estava no estádio e minha sensação tb foi de alívio, nem consegui vibrar muito.

    Um abraço.

  5. Marcelo,

    O diálogo é, sem dúvida, bem realista. O importante é que um respeite a opinião do outro, sem desqualificá-la. Eu, por exemplo, por um lado, nos considero favoritos ao título mas, por outro, não consigo tapar o sol com a peneira e fingir que o time está jogando bem. Poderia ser tudo muito mais fácil…

    Grande abraço!

  6. Na verdade você refletiu o que se passa na sua cabeça, as dúvidas, as inseguranças, a desconfiança. Também tenho os mesmos dilemas. O problema do Flu é que é um time desequilibrado. Tem peças formidáveis (Cavalieri, Carlinhos, Deco, Fred, Wagner, W. Nem) e peças que assustam (Bruno, Edinho, Diguinho). Outras são indefinidas, ora jogam bem, ora mal (Sorbis, T. Neves, Gum, L. Euzébio) e outras ainda sem oportunidade (Valência, Carleto). Cedemos alguns jogadores que poderiam nos ajudar nesta reta final em termos de elenco (R. Moura, Araujo, Souza). Portanto, não há certeza de vitória nem contra o lanterna, mas também nos derrotar é muito difícil. A sorte tem de fato nos ajudado, mas temos facilitado a tarefa dos santos.

  7. Vou te dizer uma coisa: todos os torcedores acreditam no título, a diferença real – e daí surgem os tricochatos e os tricoletes – é que para se defenderem de um possível insucesso, inventam um bando de coisa pra se proteger. Outros definiriam isso com palavras bem menos amigáveis…hehehehe.

    O mais irônico é que essa galera vai ser a mais ensandecida na comemoração do tetra.

    Valeu, Vivone!

  8. Normal. A torcida tricolor é inteligente, portanto, crítica. Todos acreditam no título: o otimista e o “cético”. Esse tem o espírito do advogado do diabo; aquele enxerga o todo. O otimista vê os problemas, mas acredita que o coletivo conserta. A defesa falha, mas o Fred resolve. O “cético” também acredita, mas fica com medo de se decepcionar, caso dê errado. Então, prefere ficar com um pé atrás. Normal. No fundo, no fundo, todos nós temos um pouco de cada. Quando escrevi a coluna sobre o jogo contra o Atlético, relatei os dois estados. Quando fez 2 x 0, fiquei otimista, quando vieram o gol e o sufoco, fiquei cético com a vitória. Esperava o empate a qualquer hora. Ao final do jogo, minha sensação foi mais de alívio do que de alegria, tamanha a tensão. Até um pouco irritado com a permissão que o time deu ao adversário para crescer no jogo.

  9. André,

    Boa observação. O intuito da coluna foi mesmo de reproduzir a dubialidade de visões da nossa torcida com o time atual.

    Um abraço.

  10. Imaginário? Poha escuto isso sempre que começo a falar sobre as reais possibilidades de sermos campeões, como disse um amigo meu : “Estamos fedendo a titulo!!! “e mesmo assim tem “tricochatos” que só arrumam defeitos!!!

    ST

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