Acredito que a grande maioria dos colegas do site, assim como eu, fazem suas crônicas gratuitamente.

Não é o compromisso financeiro que nos faz, semanalmente uns, diariamente outros, estar aqui produzindo textos sobre jogos, atuações ou histórias vividas com nosso amado Fluminense. Fazemos isso por prazer, e é claro por termos assumido aqui um compromisso.

No meu caso, posso dizer que em certos dias, é exclusivamente o compromisso assumido com o amigo Andel, benemérito e abnegado, que me leva à frente do teclado para produzir meu compromisso semanal.

A inspiração não é algo que se encontre na geladeira e nem na prateleira do mercado. Muito menos nos serviços de delivery. Vem da alma, necessita paz, tempo, concentração, reflexão.

São aborrecimentos no trabalho, cobrança dos chefes, dos clientes, dos colaboradores, da esposa, da filha, da afilhada, dos pais, dos amigos dos clientes, dos cobradores de impostos… ufa… é mesmo deveras corrida a vida no mundo moderno. Mesmo assim, estamos sempre aqui, nos dias e horários combinados, com nossas crônicas, mais ou menos inspiradas, mas sempre feitas com afinco, zelo, carinho e dedicação máxima.

O que queremos de nossos jogadores é exatamente isso. Nenhum ser humano tem inspiração 100% do tempo. Até Pelé teve dias ruins, onde as jogadas não davam certo, mas uma coisa é certa, o atleta do século nunca jogou com displicência, má vontade ou pouca dedicação. O time do Fluminense não é obrigado a ganhar todos os jogos e todos os campeonatos, mas é sim, exigência de nós torcedores, da diretoria e do patrocinador, que se dediquem ao máximo, que joguem com a mais absoluta seriedade, empenho e que lutem por todas as bolas, todas as jogadas até o último segundo.

Vi no último jogo da Libertadores, Nem e  TN, entre outros, rindo ao perderem gols incríveis. Essa atitude, ao meu ver, é atitude de quem está de salto alto, ou descomprometido. Não se ri do infortúnio, do erro. Riem como se perder os gols fosse uma brincadeira destino, ou coisa da vida, culpa do acaso. Não, não é. Perder gols claros e feitos pode ser displicência, excesso de confiança, salto alto, desconcentração, menos obra do destino, azar, fatalidade. A culpa é do jogador, que errou no que não pode errar.

Colocar a culpa em alguém ou alguma coisa ao invés de assumi-la, é o primeiro passo para o abismo, para o fracasso.

Assim sendo, peço aos nossos guerreiros que aumentem a concentração, trabalhem mais, que fechem a cara e que xinguem o mundo ao perderem gols feitos ao errarem bolas fáceis.

Para se alcançar a excelência, nós temos que ser nossos mais exigentes críticos. Se eu quero ter êxito no trabalho – e na minha vida – eu tenho que exigir de mim, muito mais do que meu chefe, meu diretor, meu professor, meu editor. Só assim chegarei ao fim da jornada vencedor, ou, se não for possível, com a consciência tranquila de que fiz tudo que estava ao meu alcance.

Por isso time do Fluminense, fechem a cara, rosnem, esbravejem, chutem o vento e exijam de si mesmos, mais do que eu, Abel, Peter, Celso, e todos os tricolores.

É assim que se formam heróis, vencedores e grandes homens.

Há uma longa estrada a percorrer, não existe jogo fácil, nem vitória fácil. O mais dedicado, mais concentrado e mais exigente consigo mesmo, terá muito mais chances de sucesso.

Meu compromisso está cumprido, segunda a noite, após trabalhar de 7:30 as 18:00, de correr uma hora na esteira, ir ao mercado e fazer a lição de casa com minha filha.

Compromisso é compromisso, é nessa hora que se distinguem os  homens dos meninos.

Hora de reagir! Que Abel possa ler essa crônica para seus comandados, ou que tenha inspiração divina para mexer com os brios dos nossos combatentes!

Que me desculpem o tom, pesado, mas quem avisa amigo é.

Como dizia o poeta: “… que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero…”

Até mais.

ST

Lennon Pereira

Panorama Tricolor

@PanoramaTri