Como começou o ano, uma zona em campo (por Marcus Vinicius Caldeira)

O Fluminense terminou o ano de 2014 com a seguinte formação em campo: Cavalieri, Elivelton na lateral direita, zaga com Valência e Gum, Chiquinho na esquerda. Meio com Edson, Diguinho e Wagner. Frente com Kenedy, Walter, o gordo, e Fred, o “Cala boca, Magda!”.

O verdadeiro samba do crioulo doido que, desta vez, é o Cristóvão.

Acho que isso retrata bem 2014. A esculhambação que foi o futebol do Fluminense, sem pulso, sem comando, com a patota do vestiário jogando quando quer e um técnico refém dela.

Só não enxerga quem não quer. O time jogou por música sem o camisa nove antes da Copa. Cinco partidas de cinema, num 4-2-3-1, sem fixo e sem posição fixa. A verdadeira Flu-Alemanha. Fred voltou, tudo foi desarmado, colocaram um lento, Sobis ou Walter, para jogar ao lado dele e a maionese desandou. Fomos eliminados vergonhosamente da Copa do Brasil e, depois, da Sul-Americana. Kenedy xingou a torcida, Fred liderou greve e o terceiro plantel mais caro do Brasileiro (só perde para Cruzeiro e São Paulo) terminou o campeonato em sexto.

Ah sim, melhor que o tenebroso 2013. Verdade, mais muito pouco para um elenco milionário e de milionários.

Se dentro de campo foi ruim, fora dele e com a boca no microfone foi terrível. O ano termina com Fred dizendo que a ama a torcida do Fluminense. Nada demais, se três dias antes não tivesse dito que iria jogar a ultima partida do ano na sua casa e com a sua torcida. Um horror.

Se serve de alento, o jogo de ontem foi o último de Diguinho, Valência, Ivo Meireles, digo, Chiquinho e talvez de Sobis, o atacante que há sete meses não faz gol e que, ontem, recebeu cara a cara com o goleiro e deu aquele peteleco.

Sim, Fred terminou artilheiro do campeonato! E dai? Se tiver servido para revalorizar o passe dele e conseguirmos passar pro exterior, ótimo, já que aqui ninguém vai pagar essa exorbitância de salário que ele ganha. Nem o seu amado Cruzeiro. Senão, não terá servido de nada, a não ser para aumentar sua marra e para acharem que o Flu não vive sem ele, o que não é verdade pelo que vimos nas cinco monumentais partidas do clube na ausência do camisa 9 pré-Copa.

O ano de 2015 será de transição. O adeus da Unimed (se bem que tudo sempre pode mudar). Ela já não apita mais no futebol. Este ano já não apitou. Está sendo preparada a sua saída, até porque a empresa anda mal das pernas, financeiramente.

Será um ano difícil. O mercado de patrocínios no futebol brasileiro está terrível. A margem de erro para contratações terá que tender a zero. Será preciso união e sabedoria das forças que comandam o clube. A torcida terá de ter paciência. A tendência é usarmos bastante Xerém.

Eu sempre sou um otimista. Nas crises é que se abrem oportunidades. O Fluminense caminhando com suas próprias pernas de novo era o sonho de muitos. O efeito da cocaína Unimed, que nos levava da euforia à depressão e vice-e-versa, nos tornando dependentes, está acabando. Ainda leva um tempo para a recuperação total e para ficarmos totalmente puros de novo. Mas ficaremos.

Peço muita sabedoria aos que comandam o futebol do Fluminense.

A torcida mais bonita do planeta merece voltar a sorrir. A camisa mais linda do futebol mundial necessita voltar a brilhar pelos gramados.

E a sala de trofeus do clube localizado no principado de Laranjeiras precisa receber novos hóspedes.

Que assim seja.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: pra

pontos de venda

3 Comments

  1. Por ironia do destino, a nossa clínica de reabilitação atende pelo nome XERÉM.

  2. Ver o Cristóvão “arrumar” o time chega me dar medo, tirar um zagueiro e botar um atacante quando o jogo ainda estava empatado foi a perdição total, logo depois sofreu o gol. Tenho muito medo do treinador continuar pro ano que vem. Pode até ser algo “forçado”, sempre esse mesmo time em campo, mas parece que o Cristóvão é meio doido mesmo e inventa coisas que nem ele entende!

    S.T

  3. Torçamos. Excelente e de total lucidez sua crônica. Em 2015 tudo será diferente.

    St

Comments are closed.