Sim, considero a classificação à próxima fase da Libertadores como possível e até provável, independente do fraco futebol que o Fluminense vem apresentando ao longo da temporada.

Obviamente não espero facilidade alguma, senão não seria Fluminense e principalmente o Fluminense comandado pelo Abel. Sofreremos muita pressão no Paraguai, seja dentro ou fora do estádio, dentro ou fora do campo. Que comissão técnica e jogadores estejam preparados para foguetório ao lado do hotel na madrugada anterior ao jogo, pedras atiradas pela torcida durante o jogo, violência dos jogadores adversários com a conivência da arbitragem etc. Esse é, infelizmente, o quadro de educação da América Latina e conta com a total conivência, aliás, apoio, da Conmebol.

Com a bola rolando, não há por que temer o time do Olímpia. E essa análise não é pauta minha somente no jogo de quarta-feira. Ela leva em consideração também o jogo do time paraguaio contra o fraco Tigres. Nessa oportunidade, o Olímpia teve muita dificuldade em marcar gols no time argentino e conseguiu a classificação com certa dificuldade, apesar do placar final.

É verdade que o confronto até aqui está do jeito que o Olímpia sonhava e técnico e jogadores deram mostras de que confiam muito na sua classificação, vide a grande comemoração ao final da partida em São Januário. Mas eu acredito que no Paraguai o papel estará invertido e a diferença a nossa favor poderá ser a qualidade que temos na frente. Ficaremos postados atrás e exerceremos forte marcação a partir do meio campo. Mas, diferente do Olímpia, mostraremos qualidade na hora de contra-atacar.

É até fácil para o Fluminense jogar nesse formato. Na verdade, o Fluminense só sabe jogar assim. Nas vezes em que foi preciso atacar e transpor um time na defensiva, como no caso do último jogo, nossa equipe demonstrou muita dificuldade. Isso ocorre simplesmente porque hoje não temos em atividade no elenco jogadores capazes de realizar esse trabalho.

Por outro lado, para o contra-ataque nós temos 2 velocistas na frente, Nem e Rhayner. Esses 2 se encaixam perfeitamente na proposta de esperar o adversário atrás, roubar uma bola e partir para o ataque. Fará muita falta o Deco para meter a bola. Não temos um jogador com a qualidade e a inteligência do nosso maestro para fazer esse papel e quem deverá tentar fazer algo parecido será Wagner. Felipe é o que mais se aproxima de Deco para essa proposta, mas não acredito que Abel o coloque de início.

Pode até parecer insanidade, mas pela característica da nossa equipe, acho mais fácil nos classificarmos jogando o 2º jogo fora do que se tivéssemos conseguido um 0x0 fora e fôssemos decidir a vaga em casa. Nosso time hoje não tem competência suficiente para furar um bloqueio bem-feito como o de quarta-feira.

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Domingo já começa o campeonato brasileiro e nessa 1ª rodada a ausência dos titulares é bastante justificável. Temos condições de vencer o Atlético do Paraná, mesmo com o time reserva. Não podemos perder pontos em casa e muito menos para equipes que deverão ocupar a parte inferior da tabela. Não há como fugir dos muito chatos chavões do futebol e, nesse caso, aquele que diz que em pontos corridos todo jogo é uma final é bastante apropriado. Qualquer perda de ponto em uma partida como a de domingo é cobrada lá em dezembro.

A partir da 3ª rodada estaremos com a equipe titular em campo (o jogo da 2ª rodada contra a Portuguesa foi adiado para o dia 12/06).

Apesar de estarmos enfraquecidos em relação ao ano passado, visto que diretoria e técnico ficaram sentados no título do ano passado e não reforçaram a equipe, ainda assim somos considerados um dos favoritos e temos chances de ganhar mais um título brasileiro.

Marcelo Vivone

Panorama Tricolor

@PanoramaTri