Caracas: é quinta! (por Mauro Jácome)

FBL-LIBERTADORES-CARACAS-FLUMINENSE
Não tem mais bobo no futebol”. “Para eles, o jogo da vida; para nós, um coletivo-apronto”. Essas frases, que passearam pelas redes sociais, tais quais os jogadores tricolores, em Volta Redonda, sintetizam o óbvio: deu para quem viu na bola um prato de comida.

Se alguém pegar o VT de quarta-feira passada e assistir lado-a-lado com o clássico de domingo, terá a impressão de tratar-se de dois times completamente diferentes. Num jogo, a faca nos dentes com sobriedade, a personalidade, a inteligência, a convicção no sucesso da estratégia traçada. No outro, a obrigação de entrar em campo e ficar de olho no relógio ansioso para tomar um banho e ir logo para casa. Talvez, mandar um time qualquer e comandar um treino tático nas Laranjeiras com os titulares, ouvindo a narração do jogo da Cidade do Aço pelo rádio, fosse mais proveitoso.

Enfim, passou. Quinta-feira é o que interessa e aqueles clichês lá do começo da coluna valerão, como nunca, para o jogo contra o Caracas. A classificação desperdiçada no sul, não dará outra chance. É agora ou nunca.

Os venezuelanos virão para explorar um eventual nervosismo do time do Fluminense. Para ativar esse fator negativo, a retranca e a catimba serão os ingredientes. Não tenham dúvidas: entrarão em campo para “jogar no erro do adversário”. Outro clichezinho enjoativo, mas aplicável também.

Não adianta o Sr. Abel pensar somente em bolas aéreas. “Ah! Tá difícil? Chuveirinho!”. Não. Não se deve cometer suicídio. Cada vez mais, o futebol bem-sucedido usa a grama. O Atlético Mineiro está praticando um futebol diferente. Ao contrário da grande maioria dos times brasileiros, tem jogado muito com a bola nos pés. Ronaldinho, Bernard, Leandro Donizete/Josué, Tardelli e os laterais trabalham a bola. Ora em velocidade, ora esperando o melhor momento para chegar ao gol adversário. É certo que não dispensam o excelente jogo aéreo de Réver e Leonardo Silva e, inclusive, marcam muitos gols assim, mas não se baseiam somente neste tipo de jogada.

A volta de Wellington Nem ajudará o time a explorar os flancos do campo e a abrir a defesa do Caracas. Sóbis terá que se movimentar muito mais do que vem fazendo e aparecer para o jogo. Está difícil encontrá-lo para passar-lhe a bola. No comando de ataque, não sei se seria boa a escalação do Michael. Foi claro o desconforto do menino no jogo contra o Grêmio. Contra o Flamengo, idem. Talvez, Sóbis centralizado, ou mesmo Samuel, seria o mais indicado.

Edinho e Jean terão papel fundamental para a posse de bola. Devem, sempre, aproximar-se de Gum, se jogar, e Leandro Euzébio, se se recuperar, para que o chutão não aconteça. Caso contrário, o time começará a enervar-se com o bate-volta da bola, a torcida ficará impaciente e será ótimo para o Caracas. Com a posse da bola, o incansável Wagner poderá reger a orquestra. O jogo não será fácil, mas o time tem todas as condições de sair classificado para a próxima fase, mesmo sem o insubstituível Fred.

Por falar em próxima fase, fiz várias simulações e, classificando-se em primeiro do grupo, há grandes chances de o Fluminense pegar o Tijuana e seu campo sintético. Há milhões de campos sintéticos espalhados pela cidade do Rio de Janeiro. Não custa bater uma bolinha por uma dessas “arenas” e preparar-se adequadamente. Depois, não adianta colocar a culpa no tipo de gramado, como fez o Corinthians. O time do Neymar Cover ganhou os três jogos em casa, marcou seis gols e não tomou nenhum. Mas não vamos passar o carro “por cima” dos bois. Primeiro, a classificação.

Público? Acredito que o resultado do fim de semana em nada influenciará o ânimo da torcida. Por favor, hein? Em função daquele deslize, desistir de ir a São Januário seria o fim da picada.

Mauro Jácome

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Revisão preliminar: Rosa Jácome

2 Comments

  1. Pô Maurão, larga esse negócio de banco de dados aí e entra no lugar daquele PC Vasconcelos, bicho!!! Temos muito a ganhar!!!!!

  2. Mauro, o Atlético hoje realmente joga o mais bonito futebol do país, Ronaldinho exuberante, Tardelli sempre perigoso, Bernard rápido e sempre incisivo, Jô bom cabeceador e presença constante na área adversária, e banco, o Atlético atualmente tem banco, algo que não possuía ano passado; acredito que podemos chegar perto deles, e se passarmos, como espero que aconteça, podemos até jogar de igual para igual, mas precisamos do time completo e com Fred recuperado, o que não sei se teremos.

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