Barcelonite aguda (por Zeh Augusto Catalano)

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O menino não é apaixonado por futebol. A tv mostra um desenho animado infantil, largado por minha filhinha de três anos.

– Pode mudar?

– Pode, mas vamos ver um jogo? – pergunto.

– Pode. É menos chato que o desenho.

– Qual o seu time?

– Barcelona.

Quando criança, eu sonhava em ganhar uma camisa do Vasco. Naquela época, no entanto, não havia esta coisa do “oficial” que temos hoje. Ganhei uma preta, quando tinha uns cinco anos. Não mudaria de time se tivesse ganho outra. Não usaria. Mas este menino da história (passada hoje) trocaria. Enquanto nossos empresários e presidentes de clubes não perceberem que uma camisa de time estrangeiro não pode custar o mesmo que as camisas dos times locais, nós não vamos a lugar algum. No sábado, aula de música na UNB, vi apenas duas camisas de clubes: Chelsea e um gurizinho vestido dos pés à cabeça (camisa, short e meião) do Real Madrid. Zero brasileiro.

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O Fluminense fez o dever de casa.

O Vasco não fez.

Flamengo muito menos.

O elefante segue em cima da árvore, sem saber como chegou lá.

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Não sei como o futebol da Espanha sobrevive a uma discrepância tão absurda entre os dois grandes e o resto. O jogo do Barcelona de hoje estava resolvido com 12 minutos. A partir daí, foi uma chatice de um time só. Não era o desfile de um super time, algo imperdível. Com 3 a 0, deu vontade de mudar de canal. Não tinha o controle em mãos. Fui até o fim do primeiro tempo. Seis a zero no Levante, na emoção, no futebol. Vi, nas redes sociais, muita gente defender essa diferença, dizendo que ela sempre foi assim. Acho o resultado prático disso o pior possível. Este desequilíbrio de forças provoca, isso sim, desinteresse. Times equilibrados não são a certeza de um bom espetáculo, mas ajudam… Nenhum outro esporte resistiria. O Futebol guenta. Só não sei até quando…

Zeh Augusto Catalano

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: www.ecologiaverde.com/

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1 Comments

  1. A diferença de lá pra cá é que eles se organizam, se preparam, fazem a coisa profissionalmente, provovem os clubes, investem e sabem tratar o torcedor. Por aqui só faltamos chutar o rabo do torcedor,d esde os clubes até as federações. Exemplo é a forma como a Procuradoria está tratando o Fluminense, num claro e inequívoco plano de destruir o ano do clube, coisa que já conseguiram. Depois querem que o futebol seja forte e rentoso.

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