Bái, bái (por Paulo-Roberto Andel)

Chega o meio de dezembro, as pessoas já começam a diminuir o ritmo, fica a sensação de que todos estão à espera para soltar os fogos na praia de Copacabana. Quem sabe fugir do arrastão?

Os telefones não tocam, os e-mails não chegam, os avisos dos celulares ficam escassos. Acréscimos do árbitro.

O ano acabou no Brasil e, consequentemente, para a nossa temporada de futebol, diferentemente de boa parte do mundo: a turma faz uma pausa de Natal e Reveillón, por aqui só voltaremos no fim de janeiro, com os campeonatos estaduais e a Copa do Brasil.

Jogos debaixo de 40 graus de temperatura.

Antes disso, velhas novidades nos noticiários.

É preciso ocupar espaço com manchetes, artigos e verdadeiras bombas que não vão explodir nem repercutir em lugar algum.

Então, vale a criatividade: o fulano que jamais será contratado é um possível novo reforço.

Apesar de todos os defeitos, é claro que os fãs de futebol sentem a falta do jogo por ocasião do recesso entre as temporadas.

Confesso que, neste 2014 que ainda resta, não ficarei a lamentar.

Precisava mesmo de um descanso.

E o nosso Fluminense cansou a torcida além da conta, seja por maus resultados, declarações insanas de alguns jogadores e um time que fez muito barulho nos microfones, mas de baixo impacto nas redes adversárias.

O Cruzeiro foi campeão de novo. Justo e merecido. O melhor time, a melhor estrutura, velocidade, raça, dedicação e talento. Chegaram aos 80 pontos, recorde da era do campeonato brasileiro em turno e returno, todos contra todos. Nenhuma estrelinha prepotente, mas um time.

Antigamente, dizia-se que este modelo de competição era o ideal; já nos tempos atuais, severos críticos apontam problemas, dentre eles a escassez de público e a ausência de emoção quando há um campeão antecipado.

O fato é: no calor de dezembro, os brasileiros dizem estar fartos do velho jogo de bola nascido na Bretanha, mas, tão logo chegue janeiro, vão contar as horas para que as partidas das quais sempre reclamam aconteçam logo.

A rigor, três desfalques dolorosos: Bahia e Vitória, os maiores times da boa terra do Bonfim, mais o velho Botafogo, jogam a segunda divisão do Brasileiro em 2015. O pessoal faz piada por causa da rivalidade, é normal. A graça do futebol.

Triste, mas como dizia a velha máxima: “Dura lex, sed lex”. Já sentimos essa dor em carne viva.

Acabou a temporada. Um silêncio enorme.

Sorte dos abastados que tem panetones à disposição para breve.

Tomara que 2015 seja um ano de gente menos egoísta e indiferente.

Outro Fluminense. Outro patrocinador. Outras palavras.

Enquanto a TV não oferece nada de especial, que tal espiar um velho álbum de figurinhas, daqueles dos tempos do Palmeiras de Beto Fuscão, do Guarani de Zenon e Careca ou do São Paulo, de Waldir Peres, Antenor e Bezerra?

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

pontos de venda

2 Comments

  1. Oi Andel, eu ainda tenho meus futebol cards e várias repetidas pra trocar. Provocam espanto quando mostro Abelão fininho e cabeludo no Vasco, tenho Levir Culpi como zagueiro do extinto Colorado-PR, Muricy cabeludão no SP, saudosos Kleber e Zezé do nosso Flu e Enéas, que jogava muito, numa Lusa que ainda era grande, e tinha até o verdadeiro zagueiro Bolívar, salvo engano, pai do ex-foguinho, e outras pérolas.

  2. Hilário !!! “fugir do arrastão” rs. A nossa temporada,não foi tão ruim,tivemos bons momentos, defesas magistrais, goleadas nos paulistas, jogadas a La Conca e até umas partidas de um time “SeleFlu” bonito de assistir e torcer. Novos tempos para 2015, sem a patrocinadora UNIMED( já deu o que tinha que dar, au revoir). Só resta desejar um Feliz e Natal e um Excelente 2015 para TODOS e TODOS OS TRICOLORES!!!!

    ST!

Comments are closed.