As improvisações da lateral esquerda (por Manoel Stone)

Depois da entrevista coletiva pós jogo de Eduardo Barros onde ele afirma que na visão da Comissão Técnica todas, é isso mesmo, todas as improvisações feitas na lateral esquerda foram melhores que os moleques que temos na base, está batido o martelo. E define: moleques da base não têm e não terão oportunidades no time principal. Logo, é melhor a garotada de Xerém começar a procurar arrumar as malas para a mudança que terão que fazer se quiserem jogar em um time profissional.

Servem para jogar na altitude, aí sim, mas aqui ao nível do mar podem esquecer. Se não quiserem mudar de clube, vão estudar, procurar uma faculdade e mudar de vida, pois pelo menos no Fluminense não vão jogar. Acho criminoso o que estão fazendo com esses rapazes e também conosco, que sabemos o potencial deles e sofremos ao ver o patrimônio do Fluminense ser desperdiçado com tamanha desfaçatez.

Dizem que o aproveitamento de moleques de Xerém acontece apenas de duas maneiras. A primeira: acontece o imponderável, como foi com Martinelli, André e Alexsander que ficaram como única opção e depois não houve mais como tirá-los do time. A segunda opção de ter vez no time é ter um empresário que faça parte do alto escalão do clube (será mesmo?) ou então da lista do que chamam de empresários “amigos”. Incluído em uma dessas opções, as portas se abrem e são utilizados independentemente da origem ou da capacidade técnica. Se por acaso isso for verdade, acontece um verdadeiro crime contra o patrimônio do Flu.

Não é sem razão que já há outros clubes interessados em Jefté e, ao continuar essa rejeição pela nossa molecada, podem esperar que em breve estaremos os enfrentado em outros clubes e tendo que os ver dar a vida contra o Fluminense, que os tratou com tanto descaso e menosprezou a qualidade técnica de tantos jovens bons de bola. Dizem que o caso envolve negociações e comissões, mas dizer muita gente diz, difícil é provar. É isso, mas que tudo leva a crer que seja realidade, ah, isso leva!

Por que será que a má vontade com a molecada é tão grande? Por que tanto demérito é atribuído a eles? Por que tanta exigência com os moleques? De onde a comissão técnica do clube pode tirar embasamento para dizer que Marcos Pedro, Jefté, e Esquerdinha servem para jogar na altitude, mas que no nível do mar não reúnem condições técnicas para entrar nesse time? E isso podemos estender para os outros que não são utilizados nunca?

Torço para não ter que ver muitos desses garotos jogando contra nós, e nos ferindo profundamente com a mesma técnica que hoje está sendo menosprezada pelo misto de Direção do Fluminense e comissão técnica, pois nenhuma dessas partes sozinha é capaz de criar uma barreira dessa magnitude que tenha uma visão tão ruim desses jogadores.

Posso dizer que, com o pouco conhecimento que tenho, não vejo falta de condições em muitos desses jovens. Tenho quase certeza que se estivessem em outras equipes já estariam há muito sendo aproveitados no time de cima e dando alegrias às torcidas deles.

O futuro dirá se são todos mesmo muito ruins, ou se amargaremos o descaso, ou mesmo desprezo, pelo futebol criado em Xerém.

1 Comments

  1. Stone, enquanto Guga, Danilo Barcelos, Orinho e Caio Paulista receberam muitas oportunidades, os meninos da base são preteridos, afinal, quem manda são os empresários. E Jefté já está no radar do Botafogo, que quase levou André e por essa visão justifica por que tem essa liderança folgada. ST.

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