As caixas pretas (por Zeh Augusto Catalano)

Por que Biro-Biro saiu das Laranjeiras?

Quarta-feira a poderosa Ponte Preta moeu o Vasco em São Januário. Marcelo Lomba, Fernando Bob e, principalmente, Biro tiveram excelentes atuações. São hoje os destaques da Ponte, junto com Renato Cajá, outro refugo dos times do Rio. Por que raios saíram do Flu? Quem está nas Laranjeiras hoje é melhor que eles? Por que saíram?

Esta semana, o Vasco soltou nota oficial dando por encerrado o episódio Paulo Vitor, jovem jogador que saiu do Flu para São Januário. A informação extra oficial fala de uma indenização paga pela CBF, que teria literalmente pago o pato em busca do final do imbroglio. Será essa a verdade?

Dois exemplos do mundo atual do futebol. Poderia listar aqui milhares deles.

Certamente o dinheiro, empresários e outros fatores completamente alheios ao rendimento dentro de campo são as respostas para tais casos. Junte isso com a nojeira da Fifa, os contratos da CBF e você terá um potente coquetel de descrédito no “produto” futebol.

Suponha um técnico que tem um empresário que o agencia. Este técnico vai para um grande clube. No plantel, alguns jogadores gerenciados pelo mesmo empresário. Natural que estes se tornem titulares. Natural? Normal? Mas acontece. Acredite.

Claro que sempre houve fatores externos influenciando as equipes e contratações. Mas o alcance disso hoje em dia vai muito além do tolerável.

A diferença fundamental dos dias de hoje é que a gente torce por uma camisa que não é representada pelos melhores jogadores que o clube poderia exibir em campo. E isso não deve à sorte de ir bem numa peneira ou agradar o técnico. Mas do empresário do atleta, da comissão para o dirigente, do retorno do negócio.

Tudo isso convenientemente acobertado por uma mídia parceira. As entrevistas com técnicos, jogadores e dirigentes seguem o roteiro da pasmaceira asséptica, de não perguntar nada minimamente desagradável, de não extrapolar o que o show business quer ver publicado e divulgado. Dessa forma, o torcedor comum jamais saberá o porquê de Biro Biro aparecer na Ponte Preta, por exemplo. As perguntas importantes simplesmente não são feitas.

O torcedor comum não sabe de nada disso. E quando descobre, como no caso da Fifa, se encolhe porque acha que não tem participação nisso nem como interferir.

Enquanto essas caixas-pretas não forem abertas, seremos espectadores de um coisa mais próxima do show business do que do esporte.

Uma sugestão simples seria a obrigação da divulgação dos empresários detentores dos passes de cada jogador. Com isso, muitas duvidas seriam esgotadas.

abraços

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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